Agora, pois,, meus caríssimos irmãos, ouvi com muita atenção o que vos digo. Todos os que no mundo inteiro têm o nome de cristãos e conhecem verdadeiramente a fé cristã, sabem e crêem que São Pedro, o príncipe dos apóstolos, é o pai de todos os cristãos e o primeiro pastor, depois de Cristo, e que a Santa Igreja Romana é a mãe e mestra de todas as Igrejas. Se, portanto, acreditais nessas coisas e as afirmais sem hesitação, eu, vosso humilde irmão e indigno mestre, rogo-vos e recomendo-vos pelo amor de Deus onipotente, que ajudeis e socorrais este vosso pai e esta vossa mãe, se desejais alcançar por seu intermédio a absolvição de todos os pecados, a bênção e a graça, neste mundo e no outro. Deus onipotente, de quem procedem todos os bens, sempre ilumine a vossa alma e a fecunde com seu amor e o amor do próximo. Assim, pela vossa constante dedicação, mereceis a recompensa de São Pedro, vosso pai na fé, e da Igreja, vossa mãe, e chegareis sem temor à sua companhia. Amém”. (Palavras de São Ggregório VIII, Papa de 1073 a 1085, que trabalhou intensamente na Reforma da Igreja e, perseguido, morreu no desterro, em Salerno).
Sempre, no decorrer da história, haverá aqueles que, dentro e fora da Igreja, se investirão contra ela. Uns lhe fazem mal pela traição aos compromissos assumidos, outros pelo ódio à sua profecia que fere seus interesses. Entretanto, as palavras de Jesus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” e “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”(cf Mt 16,13-19) continuam verdadeiras. A Igreja jamais será corroída por dentro, como vem sendo gritado todos os dias por aqueles que não a conhecem, pois seu “dentro” é o mistério de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, seu fundamento é Cristo, sua força é o Espírito que a conduz pelos caminhos da história. O pecado não vem de seu interior, vem de fora, de cada um de nós que, não obstante a purificação do batismo, continuamos sujeitos às humanas misérias. O pecado é como um verme que corroi o ser humano por dentro. Nossos pecados desfiguram o rosto da Igreja santa, impedem que sua luz brilhe no mundo. São sete os pecados que capitaneiam o mal no mundo: Soberba, Avareza, Luxúria, Inveja, Gula, Ira e Preguiça. São “patrimônio” de toda a humanidade. A Igreja reúne em seu seio uma multidão de pecadores que desejam banhar-se nas águas da redenção. O combate contra o mal, dentro e fora de nós, só terá fim com nossa morte e com o desfecho final da história humana. É preciso ouvir sempre de novo a parábola do joio e do trigo ( cf. Mt 13,24-30) e aquela dos peixes sãos e dos peixes corrompidos, apanhados na mesma rede do pescador(cf. Mt 13,47-30). Mas é preciso sobretudo louvar a Deus pela Igreja, presente no mundo, sinal permanente de seu amor misericordioso.
Quantas coisas bonitas vivemos nesses últimos dias: a Páscoa do Senhor, Pentecostes, a festa da Santíssima Trindade! E estão a chegar as festas de Corpus Christi, do Sagrado Coração de Jesus, de Santo Antônio, de São João Batista, de São Pedro e São Paulo. A luz de Cristo brilha intensamente em nossa vida e seu amor se manifesta de muitas formas em sua Igreja. Neste mês de junho, no próximo dia 11, encerra-se o Ano Sacerdotal em que nós, sacerdotes, fomos convidados a espelhar-nos na fidelidade de Cristo para sermos igualmente fieis à vocação a que fomos chamados. O Senhor nos falou a nós, sacerdotes, de muitos modos, às vezes através de acontecimentos dolorosos, mas sempre com muito amor. As palavras de São Gregório, acima citadas, nos fazem compreender que é tentando atingir a cabeça que se pensa destruir a Igreja. Como sua cabeça é Cristo, a Igreja continuará seu caminho e o Espírito continuará a fazer santos no decurso da história. Você, cristão(ã), você, sacerdote, você pode e deve ser um deles, sinal de Deus para os homens e mulheres de nosso tempo.
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