quinta-feira, 29 de abril de 2010

Discurso de Bento XVI a membros do Comitê Vox Clara

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede

Queridos Cardeais,
Queridos Irmãos Bispos e Sacerdotes,
Membros e Consultores do Comitê Vox Clara,


agradeço-vos pelo trabalho que Vox Clara tem feito ao longo dos últimos oito anos, auxiliando e aconselhando a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos no cumprimento de suas responsabilidades no que diz respeito às traduções dos textos litúrgicos para o inglês. Esse tem sido um empreendimento verdadeiramente colegial. Não apenas estão todos os cinco continentes representados entre os membros da Comissão, mas vós tendes sido assíduos em reunir contribuições das Conferências Episcopais de territórios de língua inglesa ao redor do mundo. Agradeço-vos pelo grande trabalho que vós tendes expendido no estudo das traduções e no processamento dos resultados das muitas consultas que têm sido realizadas. Agradeço aos peritos assistentes por oferecer os frutos de seu conhecimento a fim de prestar um serviço à Igreja universal. E eu agradeço aos Superiores e Oficiais da Congregação pelo seu diário, árduo trabalho de supervisionar a preparação e tradução de textos que proclamam a verdade de nossa redenção em Cristo, o Verbo de Deus Encarnado.

Santo Agostinho falou belamente da relação entre João Batista, a vox clara que ressoou às margens do Jordão, e a Palavra que ele anunciava. Uma voz, disse ele, serve para partilhar com o ouvinte a mensagem que já está no coração de quem fala. Uma vez que a palavra foi dita, está presente nos corações de ambos, e assim a voz, sua tarefa se completa, e pode desaparecer (cf. Sermão 293). Congratulo-me com a notícia de que a tradução inglesa do Missal Romano em breve estará pronta para publicação, a fim de que os textos em que vós trabalhastes tão arduamente para preparar possam ser proclamados na liturgia que é celebrada em todo o mundo anglófono. Através desses textos sagrados e das ações que os acompanham, Cristo se faz presente e atuante no meio de seu povo. A voz que ajudou a fazer surgir essas palavras terá completado sua tarefa.

Uma nova tarefa será, então, apresentada, aquela que escapa da competência direta do Vox Clara, mas que, de uma forma ou de outra, envolverá a todos vós - a tarefa de preparação para a recepção da nova tradução pelo clero e fiéis leigos. Muitos encontrarão dificuldade para se ajustar a textos desconhecidos, após quase quarenta anos de uso contínuo da tradução anterior. A mudança terá de ser introduzida com a sensibilidade necessária, e a oportunidade para a catequese que se apresenta deverá ser agarrada com firmeza. Rezo para que, desta forma, qualquer risco de confusão ou desorientação seja evitado, e a mudança sirva como um trampolim para uma renovação e um aprofundamento da devoção Eucarística em todo o mundo de fala inglesa.

Queridos Irmãos Bispos, Reverendos Padres, Amigos, quero que vós saibais o quanto aprecio o grande esforço colaborativo com o qual vós contribuístes. Em breve, os frutos de vosso trabalho serão disponibilizados para congregações de fala inflesa em todos os lugares. Como as orações do povo de Deus sobem a ele como o incenso (cf. Salmo 140, 2), possa a bênção do Senhor descer sobre todos que tendes contribuído com o próprio tempo e conhecimentos para a elaboração de textos em que essas orações são expressos. Obrigado, e que vós possais ser abundantemente recompensados por vosso generoso serviço ao povo de Deus.

Papa agradece comitê responsável por traduzir Missal para o inglês

Alguns dos integrantes do Comitê Vox Clara

O Papa Bento XVI encontrou-se com os membros e Consultores do Comitê Vox Clara, responsável pelas questões acerca da celebração do Rito Romano em língua inglesa, na tarde desta quarta-feira, 28, no Vaticano.


O órgão é subordinado à Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e trabalha faz oito anos na revisão dos textos litúrgicos em inglês.


"Congratulo-me com a notícia de que a tradução inglesa do Missal Romano em breve estará pronta para publicação, a fim de que os textos em que vós trabalhastes tão arduamente para preparar possam ser proclamados na liturgia que é celebrada em todo o mundo anglófono. Através desses textos sagrados e das ações que os acompanham, Cristo se faz presente e atuante no meio de seu povo. A voz que ajudou a fazer surgir essas palavras terá completado sua tarefa", destacou o Pontífice.


O Santo Padre também destacou que, após a publicação do novo Missal, começa uma nova tarefa - as dificuldades de ajustamentos a textos até então desconhecidos, após mais de quarenta anos de uso da tradução anterior.


"A mudança terá de ser introduzida com a sensibilidade necessária, e a oportunidade para a catequese que se apresenta deverá ser agarrada com firmeza. Rezo para que, desta forma, qualquer risco de confusão ou desorientação seja evitado, e a mudança sirva como um trampolim para uma renovação e um aprofundamento da devoção Eucarística em todo o mundo de fala inglesa", concluiu.

Papa insiste na defesa da dignidade dos migrantes

Rádio Vaticano


Na abertura do Congresso sobre Migrações organizado pelo CCEE (Conselho das Conferências Episcopais da Europa), nesta terça-feira, 27, o Arcebispo Dom Antonio Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, leu uma mensagem enviada pelo Papa.

No texto assinado pelo Cardeal-Secretário de Estado, Dom Tarcisio Bertone, Bento XVI expressa sua firme esperança de que os direitos dos imigrantes sejam reconhecidos e que sejam favorecidas suas possibilidades de uma vida digna.

Retomando um tema já evocado em sua recente visita ao arquipélago de Malta, no Mediterrâneo – onde pregou a tolerância e a reciprocidade – o Pontífice convida também os bispos a dedicarem atenção adequada às pessoas que sofrem as consequências de ter abandonado sua pátria ou que se sentem sem um país de referência.

O tema central do VII Congresso europeu sobre as migrações, em Málaga, é “A Europa das pessoas em movimento. Superar os medos. Elaborar as perspectivas”.

O encontro foi aberto pelo vice-presidente da CCEE, Cardeal-Arcebispo de Zagreb, Dom Jozip Bosanic e reúne centenas de delegados das Conferências européias, agentes pastorais, representantes da sociedade civil e da política na análise de causas e consequências dos fluxos migratórios no trabalho da Igreja.

Vaticanista faz um balanço do pontificado de Bento XVI


Bento XVI completa 5 anos de pontificado. O vaticanista Andrea Gagliarducci, do jornal italiano “Il tempo”, faz um balanço desse período, que segundo o italiano, é marcado pelo diálogo com aqueles que não creem. O jornalista também fez referências das características marcantes do Sumo Pontífice, cujo trabalho tem demonstrado não ser de transição, mas de verdadeira transformação na Igreja a partir dos fundamentos da fé.

Confira a entrevista.

Quais são as características do pontificado do Papa Bento XVI nesses 5 anos?

Podemos dizer que o diálogo inter-religioso é uma forte marca do seu pontificado?

Bento XVI corresponde às expectativas dos católicos hoje?


Quais são as principais qualidades pessoais de Bento XVI em sua opinião?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Igreja em Portugal se prepara para acolher Bento XVI


Rádio Vaticano


O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom Jorge Ortiga, saudou a visita de Bento XVI a Portugal, sublinhando que ela será "uma grande ajuda espiritual e, ao mesmo tempo, eclesial", para a Igreja Católica do país.

Dom Jorge afirmou que a Igreja Católica em Portugal "vive este momento com grande alegria" e apelou aos portugueses para que recebam o Papa "em festa", mas também que se preparem para acolher a mensagem que ele vai trazer.

"Queremos caminhar com ele, no sentimento interno, na oração e na abertura a tudo quanto nos comunicará, particularmente nos momentos mais significativos da sua visita", referiu.

E acrescentou que "hoje saibamos merecer esta visita do Santo Padre, prestando-lhe o carinho e dedicação e particularmente acolhimento de uma mensagem que nos vai dirigir".

Bento XVI visita Portugal de 11 a 14 de maio, com passagens por Lisboa, Fátima e Porto.

Porta-vozes católicos refletem sobre meios de comunicação eclesiais

A identidade e o diálogo dos meios de comunicação eclesiais. Esses são os assuntos debatidos entre Porta-vozes católicos de todo o mundo, reunidos, até esta quarta-feira, 28, na Faculdade da Santa Cruz, em Roma.

Assista à reportagem


Mostrar a identidade clara e definida é um ponto de força comunicativo. Essa afirmação também faz parte de uma das propostas desse congresso que conta com a participação de 300 comunicadores católicos de todas as partes do mundo. Entre os palestrantes estão assessores de imprensa episcopais, professores de comunicação das mais conceituadas universidades de comunicação do mundo, vaticanistas e teólogos.

O evento também contará com a realização de mesas redondas que discutirão inclusive a forma como vem sendo tratados os temas polêmicos relacionados a Igreja Católica.

Além dos temas propostos pelo Congresso também será apresentada aos comunicadores católicos, uma série de estratégias para a cobertura jornalística da Jornada Mundial da Juventude, em 2011, e da viagem do Papa à Inglaterra, em setembro deste ano.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vídeo sobre Deus de Infinita Misericórdia

Papa pede aos pais que rezem pela vocação dos filhos

Papa diz que oração é primeira forma de testemunho vocacional.
"A primeira forma de testemunho que sucita vocações é a oração". Foi este o destaque da mensagem do Papa Bento XVI durante a oração do Regina Coeli (que substitui o Ângelus durante o Tempo Pascal), hoje, no Vaticano.

Diante dos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa tratou sobre este domingo celebrado na Igreja como o Dia do Bom Pastor e o Dia Mundial de Oração pelas vocações.

Citando o exemplo de Santa Mônica, que rezou durante décadas pela conversão do filho que mais tarde tornou-se Santo Agostinho, Bento XVI exortou os pais a rezarem pelo chamado vocacional dos filhos.

"Convido, portanto, os pais a rezar para que os corações dos filhos se abram à escuta do Bom Pastor, e para que 'a menor semente da vocação... possa tornar-se uma árvore esplendorosa, carregada de frutos para o bem da Igreja e de toda a humanidade'".

Nesse sentido, o Papa também dirigiu uma exortação especial aos sacerdotes.

"Recordem que o sacerdote continua a obra da Redenção na terra; saibam deter-se de bom grado diante do sacrário; aderindo totalmente à própria vocação e missão, mediante uma ascese severa; sejam disponíveis à escuta e ao perdão; formem cristãmente o povo a vocês confiado; cultivem com zelo a fraternidade sacerdotal".

Fortes como o Bom Pastor.

Padre Silvio Andrei
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
O Senhor Jesus é o Bom Pastor, e nos as ovelhas do seu rebanho, neste domingo estamos reunidos para vivenciar este Kairos pedindo pelas nossas famílias, aqui na Canção Nova. Depois do que nos rezamos hoje pela manhã e tomarmos consciência que a nossa família é uma benção mesmo com todas as dificuldades, depois de rezarmos diante de Jesus sacramentado, e vermos testemunhos concretos, aqui neste dia, e por fim ouvirmos que Jesus vai transformar a agua em vinho pela intercessão da Virgem Maria. Depois de tudo isso chegou o momento de coroarmos este dia com a Santa Missa, é hora de nos abençoarmos mais e dizer uns aos outros: “Deus te abençôe e te faça feliz”.

Deus quer nos falar porque ele é amor, ele fala a todos nos com amor, mas também fala a cada um em particular. Peça agora que Deus abra seu coração, abra seus olhos e ouvidos, e a sua mente para que você possa ouvir e acolher a voz de Deus. Então agora, abra bem os seus sentidos.

Deus nunca deixou de nos falar, mas fomos nos que paramos de ouvi-lo, hoje quero falar da primeira oração da Santa Missa: a Oração da Coleta. Uma oração que parece até falar do ofertório, mas não. Esta oração da coleta é o momento em que a Igreja, que é mãe, reuni, recolhe as intenções de toda a assembleia e eleva a Deus que é Pai, todas a nossas intenções.

Esta oração tem um pedido formidável, que nos quer levar a fortaleza de Deus, a fortaleza do Bom Pastor, e assim diz este oração: “Fazei que o nosso rebanho, apesar da nossa fraqueza, chegue a fortaleza dos pastor”.

Ser forte, é ser experimentado na dor, no sofrimento, mas ter a coragem de dizer: “Que seja feita a Tua vontade”. Nos queremos neste domingo pedir que a nossa família chegue a fortaleza do Pastor, nos não queremos famílias dilaceradas, caídas, mas queremos famílias fortes como Jesus. Nos não podemos assistir de camarote a destruição da nossa família, nunca diga que a sua família não tem jeito, ou que você lava suas mãos diante de situações difíceis. A sua família tem jeito sim, o seu marido tem jeito, seu filho também. Não desista da sua família, Pois Deus tudo pode, e hoje quer restaurar a sua casa.

A partir de você, da sua fé na Eucaristia, da sua oração, da sua perseverança, Deus vai salvar a sua família. Quem tem fé também chora, quem tem fé também senti medo, mas quem tem fé persevera, e espera no Senhor.

As vezes nos reclamos de barriga cheia, reclamamos demais, e não enxergamos as coisas boas da se nossa vida, pois estamos mergulhados na murmuração, na reclamação, no negativo e somos cegados por estes sentimentos. Faça um exame de consciência hoje, e eu te faço uma proposta, neste Kairos: Se recorde das coisas boas que Deus já realizou em sua vida.

Meu irmão o que falta pra nos é olhar mais para as coisas boas, quantas coisas maravilhosas você tem em sua vida, mesmo com todas as dificuldades você é um milagre, e isto é suficiente para louvarmos a Deus, pois todos os dias Deus da a você a oportunidade de acordar e estar vivo, para fazer diferente, para mudar todas as coisas e começar de novo.

Homilia Padre Silvio Andrei
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Estar na Canção Nova é bom demais, hoje quando estive ma casa do Monsenhor Jonas Abib, a minha primeira palavra foi: “Estar aqui é muito bom, neste Território Eucarístico”. A imagem bíblica que tenho da Canção Nova, é que aqui é como a 'piscina de Siloé', onde pessoas com todos os tipos de doenças, vem até esta piscina para mergulharem e serem curadas e libertas. Quantas pessoas vieram a Canção Nova, muitas vezes sem querer, mas tiveram aqui, suas vidas mudadas e restauradas, se encontraram com o Bom Pastor.

Todos os dias quando você acordar, peça a Deus que te faça forte, pois a vida é feita de embates, lutas, dificuldades, e Jesus: o Bom Pastor, ascende sobre nos, as estrelas para guiar-nos pelas noites escuras, e ascende o sol pra iluminar o dia de nossas famílias. Estou pedindo a Jesus, Bom Pastor, que ilumine o seu caminho a sua família, ascendendo as estrelas para as noites escuras da sua família, e o sol para as manhãs que virão.

Transcrição e adaptação: Carlos Eduardo

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Padre Silvio Andrei
Sacerdote Palotino há mais de 10 anos.

domingo, 25 de abril de 2010

Cristo vivo em sua Igreja - Artigo Padre Orlando Maffei


Caríssimos filhos, a natureza humana foi assumida tão intimamente pelo Filho de Deus, que o único e mesmo Cristo está não apenas neste homem, primogênito de toda a criatura, mas também em todos os seus santos. Disto não podemos duvidar. E como a Cabeça não pode separar-se dos membros, também os membros não podem separar-se da Cabeça. Se é certo que Deus será tudo em todos não nesta vida mas na eterna, também é verdade que,

desde agora, ele habita inseparavelmente no seu templo, que é a Igreja, conforme sua promessa: Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo (Mt 28,20).

Por conseguinte, tudo quanto o Filho de Deus fez e ensinou para a reconciliação do mundo, podemos saber não apenas pela história do passado, mas experimentando-o na eficácia do que ele realiza no presente.

É ele que, tendo nascido da Virgem Mãe pelo poder do Espírito Santo, por ação do mesmo Espírito, fecunda a sua Igreja imaculada, a fim de gerar pelo nascimento batismal, uma inumerável multidão de filhos de Deus. É deles que se diz: Estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,13).

É nele que foi abençoada a descendência de Abraão por meio da adoção filial de todos os povos do mundo; e o santo patriarca torna-se pai das nações quando, pela fé e não pela carne, lhe nascemos filhos da promessa.

É ele que, sem excluir povo algum, reúne em um só rebanho as santas ovelhas de todas as nações que existem debaixo do céu,e todos os dias cumpre o que prometera, ao dizer: Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor (Jo 10,16).

Embora tenha dito de modo especial a São Pedro: Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21,17), é ele o único Senhor que orienta o ministério de todos os pastores. É ele que alimenta os que se aproximam desta pedra, com pastos tão férteis e bem irrigados, que inúmeras ovelhas, fortalecidas pela generosidade do seu amor, não hesitam em morrer pelo Pastor, o Bom Pastor que deu a vida por suas ovelhas.

É ele que une à sua Paixão não apenas a gloriosa fortaleza dos mártires, mas também a fé de todos aqueles que renasceram nas águas batismais.

É nisso que consiste celebrar dignamente a Páscoa do Senhor com os ázimos da sinceridade e da verdade: tendo rejeitado o fermento da antiga malícia, a nova criatura se inebria e se alimenta do próprio Senhor.

A nossa participação no corpo e no sangue de Cristo age de tal modo que nos transformamos naquele que recebemos. Mortos, sepultados e ressuscitados nele, que o tenhamos sempre em nós tanto no espírito quanto no corpo.

Ser discípulo de Jesus significa estar com o Mestre,diz Pe. Jonas

Renan Félix / Canção Nova
Ser discípulo de Jesus significa estar junto do Mestre, afirma Padre Jonas
O Fundador da Comunidade Canção Nova, Padre Jonas Abib, esteve presente na manhã desta quinta-feira, 24, na V Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe, que acontece em Aparecida (SP) desde o dia 13. Em entrevista o sacerdote fala da importância da Conferência para a Igreja e também testemunha sua experiência de discípulo e missionário de Jesus Cristo.

Sobre o tema da V Conferência: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nossos povos tenham Nele a vida”

No começo do ano passado nós fomos convidados pelo Pontifício Conselho para os leigos para participar de um congresso sobre esse tema lá em Bogotá, onde está justamente a sede do CELAM. Primeiro que foi maravilhoso, segundo, que em meu coração explodiu. Estava junto com Dom Alberto e nós o tempo todo estávamos nos entreolhando e manifestávamos com os olhos e sorrisos a nossa alegria em ver como os participantes estavam aprofundando aquele tema. Porque há quanto tempo nós desejávamos que um tema assim fosse tratado pelo CELAM e ali estávamos fazendo uma apresentação das Novas Comunidades e dos movimentos a respeito disso. E agora esta V Conferência tratando diretamente deste assunto.


Ser discípulo e missionário de Jesus

É só olhar para minha cara, me acompanhar naquilo que eu faço, para perceber que graças a Deus sou discípulo e não paro de ser discípulo e quero ser discípulo até o final da minha vida. E por isso eu sou missionário, com 70 anos. Desculpa a referência, mas o povo diz: “a gente não acredita que o senhor tem 70 anos”. E hoje estou dizendo, mas o Papa tem 80! E nós vimos a agilidade, dinamismo, disposição física do Papa aqui no Brasil porque eu acredito que o Papa, como Pedro, continua sendo discípulo de Jesus.

Ser discípulo de Jesus significa estar junto do Mestre, andar com o Mestre, caminhar com o Mestre, escutar, ver e perceber o procedimento do Mestre. Os apóstolos puderam fazer isso, nós não podemos ficar vendo a atitude do Mestre, mas através das escrituras, dos Evangelhos principalmente, e as referências das cartas, a gente percebe o jeitinho que era o Mestre Jesus. Vamos conformando com isso, mas não é esse se conformar brasileiro, eu me conformo, acomodação. Não! É o original da palavra, tomar a forma do Mestre. Tem sido duro, porque o meu “gesso” é meio duro para pegar as feições do Mestre, mas eu fico admirado de quando as pessoas me dizem: “padre o senhor passa uma paz, uma alegria”. Algumas chegam a dizer: “na sua presença, a gente sente uma presença diferente, é como se Jesus estivesse com o senhor”. Eu me alegro porque esse é o meu dever, e é o dever de todo cristão, de tal maneira ir se parecendo com o Mestre porque convive com o Mestre. Eu não deixo as minhas missões, nem deixo as minhas Missas e mesmo que eu tenha pouco tempo para celebrar a Missa eu capricho. Faço questão de não perder minha adoração, não deixo de estar estudando a Bíblia, claro, entendendo que esse estudo não é apenas intelectual, mas eu tento penetrar na Bíblia. É por isso que eu tenho uma estante só de Bíblias nas várias traduções. Não só as várias traduções em português, mas tenho também umas Bíblias muito especiais em outras línguas, até mesmo uma Bíblia em hebraico e aramaico para tentar ir conferindo e vendo como Jesus era pra eu entra numa luta continua ser como Jesus.


Proposta da V Conferência

A V Conferência está propondo como Igreja, o testemunho de pessoas que cumpram a palavra de Deus. Eu vejo que esse propondo é uma palavra de ordem, nós Igreja temos que aprender a ser disciplinados. Temos que ser disciplinados e assim tomar esse acontecimento da V Conferência não só como uma simples proposta, mas como uma palavra de ordem na Igreja, e palavra de ordem da Igreja é sermos discípulos para sermos missionários, para que então, os povos da América possam ter vida, vida em abundância.

O que é amizade?

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'O amigo é a metade da minha alma'

É difícil dizer alguma coisa sobre algo tão maravilhoso que se vive, se sente e se experimenta; pô-lo em palavras é quase impossível. Só se aprende mesmo o que é amizade vivendo. Amizade significa criar laços. É uma fonte que não retém a água para si (seria poço se o fizesse), mas a dá espontaneamente. O amigo também vai ao encontro de quem precisa e não espera que venham até ele. É renovação para quem dá e para quem recebe. É a descoberta de corações.

No início, o nome do outro não é nada para nós. A vida dele, seus gestos, suas preferências, sua história… Mas, aos poucos, nosso egoísmo cai, o coração se abre e há o encontro dos corações, com inexplicável sensação. Nossa vida muda. Tornamo-nos felizes.

É um afeto (afeição, sentimento profundo) que a gente sente por alguém. Ele não tem barreiras de cor, sexo, idade, cultura, classe social, nação… Ser e ter amigos é muito bom, é um sentimento que ultrapassa todas as barreiras!

A amizade é concórdia de afetos e obras, implica certa unidade afetiva.

“O amigo é a metade da minha alma” diz o filósofo Giovani Cassiano ao definir um verdadeiro amigo. Alguns filósofos consideram a amizade um valor altíssimo, por isso, foram capazes de dizer: “Sem amizade a vida não é vida!”

“Amizade é a coisa mais necessária na vida!”


Ritinha, membro da Comunidade Canção Nova, fala sobre amizade



O que nos faz a amizade?

Dá novo sentido à vida. Quando tudo nos parece enfadonho, a presença do amigo quebra a solidão. Cresce a alegria de viver. A amizade torna a vida dos homens infinitamente mais bela e fecunda.

É ânimo novo para a luta. Quando nos pegam a fossa e o desânimo nada melhor que a compreensão de um amigo. Ela [amizade] nos torna solidários. A amizade é um partilhar de vida: preocupações, alegrias, tristezas, sucessos, fracassos… Por essa razão, torna-nos responsáveis. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” (Exupéry, autor de “O Pequeno Príncipe”). O amigo sincero fala não tanto o que o outro quer, mas o que ele precisa ouvir. Preocupa-se para que ele ande no caminho certo. E se o nota em perigo adverte-o.

Cria interesses comuns. Acaba com o individualismo. “Seus” problemas são “meus” problemas. Sou infeliz porque você [amigo] também é. Dar e receber. Cresço com você. Isso acontece tanto na favela como no Concílio dos Bispos. Minhas tristezas ensinaram-lhe a entender as tristezas de meus amigos.

Ela quebra a solidão. “Se tu vens às quatro da tarde, desde às três já sou feliz” (Exupéry).

Faz Crescer. São vidas que se transformam, ideais que se renovam, entusiasmo que volta, caminho que se abre.

Algumas características da Amizade:

A amizade é um amor de benevolência, reciprocamente conhecido e manifestado; é um encontro de afeto. É uma confiança mútua que supera a prova do tempo, isto é, as dificuldades. É nisso então que se vê se a amizade é autêntica. Os amigos bons desejam ser uma só alma e estarem juntos em todas as situações tanto de vida como de morte.

Podemos dizer que as principais características da amizade são:

A mútua benevolência;

Certa igualdade;

Comunhão de sentimentos;

Comunhão de vida, de amor, de ideais.

Uma amizade verdadeira não se pode estender a muitos porque exige experiência, intimidade e confiança. Pois requer convivência e familiaridade e isso não é possível com muitos. Aristóteles fala: “Quem tem familiaridade com muitos não é amigo de ninguém!”. De forma que a amizade profunda é possível somente entre poucas pessoas.

Uma característica essencial da amizade é a reciprocidade: amar e ser amado.

Papa destaca missão da Igreja nos meios de comunicação

Rádio Vaticano
Parte da Home do site oficial do Vaticano

O Papa Bento XVI recebeu na manhã deste sábado os participantes do encontro nacional intitulado "Testemunhas digitais. Rostos e linguagens na era da mídia", promovido pela Conferência Episcopal Italiana.

Bento XVI destacou em seu discurso que o nosso tempo abriu as fronteiras para a comunicação e que a missão da Igreja e de toda pessoa que trabalha nos meios de comunicação é salvaguardar a qualidade das relações humanas e atender às pessoas e suas necessidades espirituais, oferecendo aos homens que vivem nesta era digital os sinais necessários para reconhecer o Senhor. Vários profissionais italianos do mundo da comunicação participaram do encontro, que se realizou em Roma.



O Papa convidou os participantes a fazerem dos meios de comunicação um caminho que conduza à Palavra de Deus. "Como animadores da cultura e da comunicação, vocês são os sinais vivos de que os modernos meios de comunicação fazem parte dos instrumentos cotidianos, através dos quais as comunidades eclesiais se expressam. Através deles é possível entrar em contato com o próprio território e instaurar formas de diálogo a longa distância".



O Pontífice exortou os profissionais da comunicação a continuarem nutrindo em seus corações uma saudável paixão pelo ser humano. "Que vocês sejam ajudados por uma sólida preparação teológica e pela profunda e alegre paixão por Deus, alimentada pelo contínuo diálogo com o Senhor".


O Santo Padre citou alguns meios de comunicação que estão a serviço da Igreja na Itália, como o jornal da CEI, Avvenire, a emissora televisiva TV 2000, a rede de rádios inBlu e a agência SIR (Serviço de Informação Religiosa), além de jornais e vários sites de inspiração católica.



Ao concluiu seu discurso, Bento XVI agradeceu os participantes do encontro pelo serviço prestado à Igreja e ao ser humano, e invocou sobre todos eles a proteção da Virgem Maria e dos grandes santos da comunicação.

sábado, 24 de abril de 2010

Compreender para agir e reagir

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Tudo posso naquilo que me proponho a fazer diferente na minha vida

Ao buscar a fonte das minhas insatisfações no outro, deixo de encarar a realidade.

Ao observarmos a correria cotidiana, vamos percebendo que as pessoas, de modo geral, estão cada vez mais ansiosas, irritadas, estressadas, angustiadas. Há até uma propaganda de TV que usa a expressão: “Neura, sai fora!”. E, muitas vezes, dá vontade de dizer isso mesmo. É tanta correria, que vamos nos perguntando o porquê de tanta velocidade: comemos rapidamente, queremos tudo depressa, queremos namorar logo, para noivar logo e casar logo. Por vezes, nem paramos para pensar que nem tudo vem numa velocidade tão grande.

A fonte disso tudo? Muitos dizem que é a própria velocidade como as informações se propagam. A rapidez da rede mundial de computadores (WWW) agiliza nossa vida. Não sabe alguma coisa? “Joga no Google”. Mas, e a construção do conhecimento, aquele conhecimento que adquiríamos por meio do estudo, livros, enciclopédias. Os trabalhos escolares dos filhos ficam praticamente um “copiar e colocar” sem fim. As escolas fazem coleção do mesmo trabalho pesquisado na internet.

E nossas justificativas para tanta correria e insatisfação? Algumas pessoas falam na falta de dinheiro, na alta do dólar, na crise no mercado mundial, no trânsito caótico, no desemprego ou excesso de trabalho. Existem outras pessoas que atribuem sua preocupação ao (à) marido (esposa), aos filhos, ao (à) namorado (a) desatento (a). Mas sabe a qual conclusão podemos chegar?

Sempre colocamos justificativas externas à nossa vontade e externas a nós. Com isso, nunca assumimos que nossa postura frente às situações pode ser diferente. Será que paramos para notar que nossa agressividade ao falar com aquele amigo pode ter acabado com nossa amizade ou achamos que é o outro que está muito sensível? Será que aquela batida de carro foi apenas culpa do motorista desatento ou eu falava ao celular enquanto dirigia, favorecendo um acidente?

Precisamos cada vez mais tomar consciência do que somos, do que geramos e das consequências dos nossos atos. Quando algo não vai bem internamente, vamos nos sobrecarregando de assuntos mal resolvidos e o resultado não é o dos melhores.

Muitas vezes, as pessoas que convivem conosco até tentam nos alertar, mas como defesa, é muito mais simples recusar a verdade e fugir dos fatos do que encarar a realidade e dar um passo.

“Nestes casos, a pessoa só percebe que não está bem se acontecer algo que a faça acordar ou o corpo der algum sinal em forma de dor ou doença, começando uma corrida por diversos médicos. Mas para quem percebe ou não, a verdade é que a insatisfação é a mesma: consigo mesmo” [...]

“Muitos acreditam que a solução está na conquista de algo ou alguém. Quando não conseguem, a angústia soma-se à frustração, gerando mais insatisfação. Assim, a autoestima e o amor-próprio tendem a baixar e a convivência consigo chega a ficar insuportável, criando um círculo vicioso de insegurança e baixa autoestima, prejudicando ainda mais as relações externas” (Zago, R.).

Passe a analisar seus comportamentos: tenho agido por impulso, tenho ignorado as verdades por não saber como lidar com elas? Posso agir frente a minhas carências, pensamentos, dificuldades afetivas e sentimentais? Um passo interessante é apontar quais pensamentos tento ignorar e tenho necessidade de resolvê-los.

Sente-se sem forças ou incapaz de conseguir? Lembre-se das conquistas que já teve, valorize suas lutas e permita-se ir em busca de outras. Se há coisas que não dependem diretamente de você, não se martirize nem se culpe por isso.

Busque força na fé e nas atitudes; priorize situações; resolva pendências (uma a uma, passo a passo). Evite pensamentos que o tornem culpado por tudo o que acontece. Aja naquilo que depende de você; confie em Deus, mas, não perca de vista a sua parte ativa na história.

“Tudo posso n'Aquele que me fortalece” e naquilo que me proponho a fazer diferente em minha vida.

Situações difíceis sempre aparecerão, mas cabe a nós quebrar estes pensamentos de lamentação e sofrimento que apenas vão nos fazer adoecer, assim como aqueles que convivem conosco.

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Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com
Elaine Ribeiro, colaboradora da Comunidade Canção Nova, formada em Psicologia Clínica e Pós-Graduada em Gestão de Pessoas

Criança é curada no ventre materno através da fé em Jesus Eucarístico

Bebê é curado no ventre materno e a mãe afirma que o milagre aconteceu por meio de sua fé em Jesus Cristo na Eucaristia.

Márcia Santos, grávida do quinto filho, recebeu a notícia de que o feto tinha um cisto no cérebro. Numa quarta-feira, ouvindo a Santa Missa pela Rádio Canção Nova, ela viveu uma experiência que mudou a sua vida. Após trinta dias comungando na celebração da Santa Missa, os resultados dos exames demonstraram que a criança havia sido curada. "Hoje, para a honra e a glória do Senhor, eu posso dizer: O Corpo e o Sangue de Cristo salvam, curam e libertam", comemora.

Marcia Santos
Foto: Wesley Almeida

“Olá, internautas! Meu nome é Márcia Santos, sou de Cachoeira Paulista (SP), tenho 37 anos, e gostaria de passar para vocês uma experiência que tive com Jesus na Eucaristia. Neste tempo de gestação do meu filho, que se chamará Miguel, recebi esta graça através do Corpo e do Sangue de Jesus Eucarístico.

.: Ouça na integra o testemunho da Márcia

Eu estou com 33 semanas de gravidez, mas eu não sabia que estava grávida no início. Tive pneumonia, estava tomando remédios fortes e foi nesse período que o médico descobriu que eu estava grávida de três para quatro meses. Ao fazer os exames ele descobriu um cisto no cérebro do neném e um líquido numa certa parte desse órgão, por isso disse que era necessário fazer uma cirurgia, pois aquele cisto poderia crescer e que precisaria de acompanhamento.

Ultrassonografia do Miguel na 33ª semana de gestação
Foto: Wesley Almeida

Numa quarta-feira, ouvindo a Missa com padre Roger Luís pela Rádio Canção Nova, eu ouvi quando ele falou assim: “Deixe Jesus entrar na sua casa hoje, deixe-O fazer um milagre na sua vida!”. Eu me lembro bem de que eu estava sentada no sofá da minha casa, com os olhos até colados de tanto chorar e vi quando, lá no fundo do meu coração, Jesus entrou, tocou na minha barriga e falou para mim: 'Em trinta dias Eu curo o seu filho. Em trinta dias Eu faço um milagre na sua vida se você buscar o Meu Corpo e o Meu Sangue, se você buscar a Eucaristia. A cada Eucaristia que você tomar Eu troco o líquido pelo sólido'. Foram essas as palavras de Jesus para mim.

Eu comecei a ir à Missa no meu bairro todos os sábados, quando tinha Missa na quinta-feira eu também participava. Trinta dias depois, eu fiz um outro exame e já não tinha mais cisto nenhum, não tinha mais líquido nenhum! E hoje para honra e glória do Senhor, eu posso dizer: O Corpo e o Sangue de Cristo salvam, curam e libertam!

Eu gostaria de falar com você que é sócio desta obra de Deus, onde quer que você se encontre, talvez você esteja sofrendo com a mesma dificuldade ou quem sabe esperando por um milagre como eu estava. Eu gostaria de agradecer a você, porque é por sua causa, por sua boa vontade e contribuição que o padre Roger chegou à minha casa através das ondas da Rádio”.

A Missa do Clube da Evangelização é presidida pelo padre Roger Luís em Cachoeira Paulista (SP), sede do Sistema Canção Nova de Comunicação. Mensalmente milhares de pessoas participam desta celebração e se fossem contar o número de graças e milagres alcançados não haveria espaço suficiente para isso. Por essa razão, você, internauta, pode deixar seu comentário contando sua experiência de fé assim como a vivida pela Márcia, que a testemunhou para o cancaonova.com.

Termômetro da amizade

Não pode existir verdadeira amizade entre pessoas más

Volta e meia conversamos sobre amizade. Se fosse realizada alguma pesquisa, talvez chegássemos à conclusão de que essa é uma das palavras que mais saem da boca de todo o mundo.

Mas será que todos sabem, de verdade, o que estão querendo dizer quando falam sobre amizade?

São Francisco de Sales é um doutor da Igreja, título dado àqueles santos que desenvolveram um ensinamento surpreendente. Ele também oferece um conceito singular sobre esse tema [amizade]: a caridade é uma amizade, ou seja, amizade é puro amor. E não para por aí não. Esse santo vai além e destaca que toda a amizade é comunicação de bens.

Eu lhe pergunto: o que é um bem? Bem é tudo aquilo que, quando colocamos em comum, nos enriquece, acrescenta, plenifica, aperfeiçoa. Só pode existir bem quando existe amor, e só existe amor onde existe Deus, que é puro amor. Aqui, São João Evangelista também pode nos ajudar, quando ensina que “Deus é luz e nele não há treva alguma” (cf. I Jo 1,5).

Ora, se Deus é amor e é luz ao mesmo tempo, isso significa que esse sentimento apenas existe na luz e vice-versa. Aí já fica fácil de entendermos melhor muita coisa.

Em primeiro lugar, fica claro que não pode existir verdadeira amizade entre pessoas más ou que se unem para fazer o mal. O mal é escuridão, é treva, é o oposto da luz. Todo o relacionamento que tem como base o mal foge da lógica da amizade, que, como vimos, é comunicação de bens e todo o bem é bom, é luminoso. É impossível existir um bem que seja um mal.

Não é nem preciso pensar muito para que outra pergunta surja logo em nossa cabeça: que tipo de bem eu tenho comunicado aos meus amigos? Melhor ainda: será que eu estou, verdadeiramente, comunicando algum bem aos meus amigos, ou seja, partilhando com eles coisas que enriqueçam o nosso relacionamento? Ou, ao contrário, muitas vezes, eu tenho dado mais ênfase à escuridão, por meio do que falo, do que vivo, do que estimulo o outro a fazer e a viver?

É tempo de retomada, de dar a volta por cima e colocar a vida de novo no caminho certo. Faço um convite para você: seja verdadeiro amigos de seus amigos. Vamos comunicar bens que sejam realmente bons, luminosos, que testemunhem o Deus que é todo luz e todo amor.

Peçamos o auxílio do Senhor:

Senhor, a amizade precisa ter raízes em Ti para que possa ser verdadeira. Somente em Ti e a partir de Ti tudo pode ser construído com bases sólidas, firmes, duradouras, com destino à eternidade.

Sim, Senhor, ensina-me a ser verdadeiro amigo de meus amigos. Aumenta o desejo de meu coração em perseguir este objetivo com todas as minhas forças.

Dá-me a graça de resplandecer em minha vida e através dos bens que comunico toda a tua Luz, que cura de todo o mal!

Seu irmão,

Leonardo Meira

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Reconstruir a família pelo poder do Espírito

Monsenhor Jonas
Nossa casa é um santuário, é o lugar onde Deus quer que a nossa família se santifique. Assim como o templo é santo, nossa casa é santa. Nossa família é e precisa ser canteiro de santidade. Nossa família é como um ninho. Precisamos de um ninho quente, cheio de amor, de afeto, de perdão... santo, caloroso do Espírito! Há uma expressão muito bonita no livro do profeta Isaías, a qual Jesus repete:


“O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção” (cf. Is 61,1).

Eu sempre me perguntava: “O que quer dizer 'o Espírito do Senhor repousa sobre mim'? Ele está descansando? Está repousando sobre mim?” Eu procurava o significado dessa expressão. Até que descobri que a palavra “repousar” é a mesma usada no primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, onde se diz: “O sopro de Deus pairava na superfície das águas” (Gn 1,2b).

Pairar e repousar são equivalentes. No hebraico é o verbo utilizado para expressar o que a galinha faz quando abre as asas e repousa em cima dos ovos para chocá-los. Ela sabe “re + pousar” sobre eles, sem que eles se quebrem, até que os pintinhos nasçam.

Saiba: o Espírito Santo está repousando sobre a sua casa, sua familia. Também sobre as confusões do seu lar. Quem trouxe confusão para a sua casa não foi Deus, nem foi somente você ou alguém da sua família. Mas o Espírito Santo está aí para transformar tudo. Ele é fiel e poderoso para fazer essa obra! Basta querer e pedir. Ele repousa sobre sua casa e sua família para transformar “o caos” em ordem e beleza.

É preciso pedir a “efusão do Espírito Santo” sobre a nossa casa! Uma efusão constante, para que, continuamente, Ele repouse sobre nosso lar e nossa família. Precisamos ser os primeiros intercessores da nossa casa. É preciso consagrar a nossa casa àqueles que são os seus Donos! É certo: você quer que Deus seja o dono de sua casa. Que Jesus governe e ponha ordem em seu lar.

Após recebermos a graça da efusão do Espírito Santo é que começamos a ler, a entender a Palavra de Deus e a ter gosto por ela. Começamos a ter gosto pela oração, voltamos para a Igreja e passamos a ser efetivos e eficazes nela. Assumimos de forma diferente o nosso casamento, passamos a ter um namoro, um noivado, de acordo com o coração de Deus...

Estamos no tempo da Misericórdia. Após este tempo, Deus terá de usar a justiça! Ele precisa limpar a face da terra, pois já suportou demais a sujeira da humanidade. Ele terá de tirar todo o lixo, arrancar todo joio deste mundo, para que a Sua casa esteja limpa e então Ele possa tomar posse do que é Seu. “Ele mesmo vem salvar-nos.”

Declare isto diante do Senhor:

A minha casa é de Deus! A minha família é de Deus!

É preciso que eu faça uma grande "Cruzada" para, no poder do Senhor, na unção do Espírito Santo, retomar o lugar santo que é a minha casa, que é a minha família. Quero reconquistar e devolver para Deus minha casa e minha família.

Entro nessa "Cruzada", Senhor, investindo tudo. Invisto a minha vida, até o sangue, para reconquistar para Ti o lugar santo que é a minha casa.


Trecho do livro "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" de Monsenhor Jonas

Assista o vídeo:

Fabiana Azambuja, membro da comunidade Canção Nova, traz para você uma reflexão sobre a sintonia no casamento.


Jesus aponta o caminho da comunidade

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Saibamos compreender que precisamos lutar pela unidade de fé

Pedro negou Jesus três vezes, três vezes ele havia sido levado a professar o seu amor e três vezes o Cristo ressuscitado apareceu a ele. Tudo isso aconteceu para reforçar a missão que ele deveria abraçar, pois Jesus confere a ele o cuidado supremo do rebanho. Este pastoreio deve assemelhar-se ao de Cristo, que entregou a vida pelas Suas ovelhas. Cristo escolheu Pedro para assumir Seu lugar de Pastor.

O amor é sempre uma mensagem universal que pode atingir todas as culturas, raças e ideologias, pois é a aplicação mais profunda do homem, que o capacita a tornar-se testemunha de Deus.

As comunidades cristãs, quando não assumem o projeto de Jesus, entram em crise interna e externamente não conseguem sentir a força do Espírito de Jesus, que as anima e se esforçam inutilmente na missão que procuram desenvolver. Contudo, as comunidades que procuram praticar a vontade de Deus não se importam com os sofrimentos e torturas. Pelo contrário, sentem-se felizes em poder partilhar a mesma sorte de Cristo.

Entretanto, corremos sempre o risco de perder as forças e a identidade. É aí que a certeza de que Jesus Cristo é o Senhor da história gera novas esperanças e impulsiona a ação.

O amor que Jesus exige é uma experiência nova, diferente e única. Trata-se da presença de Cristo ressuscitado, que atua por meio do serviço aos homens e ao mundo, tendo em vista a unidade.

Essa dinâmica, criada pelo Senhor para os apóstolos e para todos nós, permite entender que o amor significa seguir a Cristo, possibilitando a distinção entre o que há de autêntico e falso na vida.

Que todos nós fiéis católicos saibamos compreender que precisamos lutar pela unidade de fé e, realizando o amor, nos dediquemos à iniciativa de servir. Servir dentro da família, servir na comunidade, servir a todos na construção de um mundo melhor, sem preconceitos, mas com aceitação das dificuldades do pecador para que ele seja recuperado com caridade e decência, para viver no seguimento de Jesus.

Que Deus nos ajude nesse bom propósito!

Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora(MG)

A insensibilidade nos impede de enxergar

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Quanto mais desanimados, menos frutos colheremos na vida

Título original: A testemunha

O Antigo Testamento bíblico foi um tempo de profecia e de preparação para a chegada dos objetivos do Reino de Deus. Hoje a comunidade cristã tem por obrigação testemunhar e concretizar o projeto iniciado por Jesus Cristo. Assim sendo, a Igreja precisa estar sempre em estado de missão, colocando em prática os indicativos da Palavra de Deus, não perdendo de vista a necessidade incondicional da presença e da atuação viva de Jesus ressuscitado.

A realidade social, a violência e a exclusão generalizada ocasionam desânimo e um clima de cansaço. Com isso perdemos o rumo do nosso caminho, mergulhamos na escuridão e numa vida de atividade quase sem sentido. Por outro lado, não podemos perder a sensibilidade da presença de Cristo ressuscitado e de Seu Espírito norteador. É como uma pesca sem resultado à primeira vista, mas rendosa a partir do seguimento da Palavra orientadora de Jesus Cristo.

Quanto mais desanimados, tristes, frustrados e sem perspectivas, tanto menos frutos colhemos de nossas atividades. A fartura é fruto da confiança e de objetivos claros de forma total, gratuita e entusiasmada. O amor tem que ser uma ação até as últimas consequências. Dar testemunho de Jesus Cristo pode levar ao sofrimento, ao mesmo caminho percorrido por Ele. Alguns são até torturados e mortos, são eliminados porque foram corajosos e determinados. A omissão impede o cumprimento dos objetivos concretos do Reino.

A sociedade capitalista neoliberal e consumista de hoje nos faz viver na escuridão, sem contar com a luz de Cristo ressuscitado, que nos pede amor incondicional. O fio condutor do cristão é Jesus Cristo.

Os desafios para o testemunho hoje são muito grandes. Ele deve ser partilhado na comunidade cristã. A insensibilidade nos impede de enxergar Cristo, porque Ele está presente em nosso meio, particularmente nos gestos de fraternidade e partilha.

A fecundidade e a vida de comunidade dependem de obediência aos ensinamentos de Jesus Cristo. Isso cria entusiasmo e alegria no serviço aos irmãos, superando uma fé morna demais, fazendo renascer o profetismo em nosso tempo.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto (SP)

Íntegra: Palavras de Bento XVI nas exéquias do Cardeal Špidlík

vatican.va

Venerados Irmãos,
ilustres Senhoras e Senhores,
queridos irmãos e irmãs!

Entre as últimas palavras proferidas pelo saudoso Cardeal Špidlík encontram-se estas: "Durante toda a minha vida procurei o rosto de Jesus, e agora estou feliz e sereno porque estou a caminho de vê-lo". Este pensamento maravilhoso - tão simples, quase infantil na sua expressão, mas tão profundo e verdadeiro - remete imediatamente à oração de Jesus, que ressoou a pouco no início do Evangelho: "Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me amaste antes da criação do mundo" (Jo 17, 24). É bonito e reconfortante meditar esta correspondência entre o desejo do homem, que aspira a ver o rosto do Senhor, e o desejo do próprio Jesus. Na realidade, aquela de Cristo é bem mais do que uma aspiração: é uma vontade. Jesus diz ao Pai: "quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste". É precisamente aqui, nesta vontade, que encontramos a "rocha", o fundamento sólido para crer e esperar. A vontade de Jesus, de fato, coincide com aquela de Deus Pai, e com a obra do Espírito Santo constitui para o homem uma espécie de "abraço" seguro, forte e doce, que o conduz à vida eterna.

Que imenso dom escutar essa vontade de Deus da sua própria boca! penso que os grandes homens de fé vivem imersos nesta graça, têm o dom de perceber com particular força essa verdade, e, assim, podem atravessar também duras provas, como as atravessou o Padre Tomáš Špidlík, sem perder a confiança, e conservando também um vivo senso de humor, que é certamente um sinal de inteligência, mas também de liberdade interior. Sobre esta questão, era evidente a semelhança entre o nosso saudoso Cardeal e o Venerável João Paulo II: ambos eram levados para o espirituoso e o divertido, mesmo tento tido, na juventude, vivências pessoais difíceis e, em certos aspectos, similares. A Providência os fez encontrar e colaborar para o bem da Igreja, especialmente para que ela aprendesse a respirar plenamente "com os seus dois pulmões", como amava dizer o Papa eslavo.

Essa liberdade e presença de espírito tem o seu fundamento objetivo na Ressurreição de Cristo. Apraz-me sublinhá-lo, porque nos encontramos no tempo litúrgico pascal e porque o sugerem a primeira e a segunda leitura bíblica desta celebração. Em seu primeiro sermão, no dia de Pentecostes, São Pedro, cheio do Espírito Santo, anuncia o cumprimento em Jesus Cristo do Salmo 16. É incrível perceber como o Espírito Santo revela aos Apóstolos toda a beleza daquelas palavras na plena luz interior da Ressurreição: "Contemplo o Senhor diante de mim, / ele está à minha direita, para que eu não vacile. / Por isso se alegra o meu coração e exulta a minha língua, / e também a minha carne repousará na esperança" (At 2, 25-26; Sl 16/15, 8-9). Esta oração encontra um cumprimento superabundante quando Cristo, o Santo de Deus, não é abandonado nos infernos. Ele conheceu por primeiro "os caminhos da vida" e foi cheio de alegria na presença do Pai (cf. At 2, 27-28; Sl 16/15, 11). A esperança e a alegria de Cristo Ressuscitado são também a esperança e a alegria de seus amigos, graças à ação do Espírito Santo. O demonstrava habitualmente Padre Špidlík com o seu modo de viver, e este seu testemunho tornava-se sempre mais eloquente com o passar dos anos, porque, apesar de sua idade avançada e as fraquezas inevitáveis, o seu espírito permanecia fresco e jovial. O que é isso se não amizade com o Senhor ressuscitado?

Na segunda leitura, São Pedro bendiz Deus que "na sua grande misericórdia nos regenerou, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva". Ele acrescenta: "Por isso, sede cheios de alegria, também se deveis ser, por algum tempo, afligidos de várias provas" (1 Pd 1, 3.6). Também aqui emerge claramente como a esperança e a alegria são realidades teologais que emanam do mistério da Ressurreição de Cristo e do dom do seu Espírito. Poderíamos dizer que o Espírito Santo as colocou no coração do Cristo Ressuscitado e as infunde nos corações de seus amigos.

Deliberadamente introduzi a imagem do "coração", porque, como muitos de vós sabeis, Padre Špidlík a escolheu como o mote de seu brasão cardinalício: "Ex todo corde", "com todo o meu coração". Essa expressão está no livro de Deuteronômio, no primeiro e fundamental mandamento da lei, lá onde Moisés diz ao povo: "Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças" (Dt 6, 4-5). "Com todo o coração - ex toto corde" refere-se, portanto, à maneira pela qual Israel deve amar o seu Deus. Jesus confirma o primado deste mandamento, ao qual combina o amor ao próximo, afirmando que esse é "similar" ao primeiro, e que de ambos depende toda a lei e os profetas (cf. Mt 22, 37-39). Ao escolher esse lema, o nosso venerado irmão colocava, por assim dizer, a sua vida dentro do mandamento do amor, a inscrevia toda no primado de Deus e do amor.

Há um outro aspecto, um significado ulterior da expressão "ex toto corde", que seguramente Padre Špidlík tinha presente e queria manifestar com seu lema. Sempre a partir de raízes bíblicas, o símbolo do coração representa, na espiritualidade oriental, a sede da oração, do encontro entre Deus e o homem, mas também com os outros homens e com o cosmos. E aqui é preciso recordar que no brasão do Cardeal Špidlík o coração, que está no escudo, contém uma cruz em cujos braços se cruzam as palavras PHOS e ZOE, "Luz" e "Vida", que são nomes de Deus. Então, o homem que acolhe plenamente, "ex toto corde", o amor de Deus, recebe a luz e a vida e, por sua vez, torna-se luz e vida no universo e na humanidade.

Mas quem é este homem? Quem é este "coração" do mundo, se não Jesus Cristo? É Ele a Luz e a Vida, porque "habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Col 2, 9). E aqui apraz-me recordar que o nosso defunto Irmão foi um membro da Companhia de Jesus, isto é, filho espiritual daquele Santo Inácio que coloca ao centro da fé e da espiritualidade a contemplação de Deus no mistério de Cristo. Neste símbolo do coração encontram-se o Oriente e o Ocidente, em um sentido não devocionístico, mas profundamente cristológico, como o realçaram outros teólogos jesuítas do século passado. E Cristo, figura central da Revelação, é também o princípio formal da arte cristã, uma área que tinha no Padre Špidlík um grande mestre, inspirador de ideias e projetos expressivos, que encontraram uma síntese importante na Capela Redemptoris Mater, no Palácio Apostólico.

Desejo concluir retornando ao tema da Ressurreição, citando um texto muito amado pelo Cardeal Špidlík, uma passagem dos Hinos sobre a Ressurreição de santo Éfrem, o Sírio:

"Do alto Ele desceu como Senhor
do ventre surgiu como um servo,
a morte ajoelhou-se diante dele no inferno,
e a vida o adorou na sua ressurreição.
Bendita a sua vitória" (n. 1, 8). ù.

A Virgem Mãe de Deus acompanha a alma do nosso venerado Irmão no abraço da Santíssima Trindade, onde "com todo o coração" louvará eternamente o seu infinito Amor. Amém.

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