quinta-feira, 1 de abril de 2010

CNBB lamenta campanha para difamar Bento XVI


Da Redação


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expressou nesta quarta-feira, 31, sua união ao Papa Bento XVI e à Igreja, diante dos "duros e injustos ataques" que ele têm sofrido.

Durante pronunciamento em todas as TV’s de inspiração católica, o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, lamentou que a imprensa esteja transformando as notícias sobre os abusos sexuais de crianças e adolescentes por parte de pessoas ligadas à Igreja numa campanha difamatória contra o Papa.


Dom Geraldo diz que esses ataques frequentes e sistemáticos a Bento XVI causam perplexidade. É "como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos no escândalo revela a fragilidade dessas acusações", ressaltou.

O bispo recordou a Carta Pastoral de Bento XVI à Irlanda, destacando a firmeza e coragem do Santo Padre em falar dos erros de membros da Igreja e de como não "receou em manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja" e pedir perdão às vítimas.

"O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia este tratamento que fere também grande parte do povo brasileiro que sofre esses momentos difíceis", declarou Dom Geraldo.

Leia a íntegra


O povo católico de todo o mundo acompanha com profunda dor no coração as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticados por pessoas ligadas à igreja, particularmente, padres e religiosos. A imprensa tem noticiado, com insistência incomum, casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda e também no Brasil.

Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses erros de membros da Igreja como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a Carta Pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se estender aos católicos de todo o mundo. Mais do que isso, Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja.

Firme, o Papa condenou a atitude dos que viram tais casos de maneira inadequada e com determinação afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça. Não faltou ao Papa também mostrar a todos o horizonte da misericórdia de Deus, a única força capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas e fracassos. Às vítimas, o Papa expressou ter consciência do mal irreparável a que foram submetidas.

Disse o Papa Bento XVI: “Sofrestes tremendamente e nisto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que vos possa ser difícil perdoar e reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e remorso que todos sentimos”.

Essa coragem do sucessor de Pedro nos coloca em estado de alerta. Meditamos sobre estes atos objetivamente graves e estamos certos de que, como fez o Papa, devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem. É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a estes crimes, injustificáveis, se transformem em uma campanha difamatória contra a Igreja e contra o Papa. Deixa-nos particularmente perplexos os ataques frequentes e sistemáticos ao Papa Bento XVI como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos no escândalo revela a fragilidade dessas acusações. O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia este tratamento que fere também grande parte do povo brasileiro que sofre estes momentos difíceis.

Ele reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que no mundo todo procuram honrar sua vocação. De fato, a imensa maioria de nossos sacerdotes não está envolvida nessa problemática grave e condenável. Provavelmente, não chega a 1% dos envolvidos, ao contrário os demais 99% dos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos, honestos e incansáveis em todas as doações de suas energias ao seu ministério, a evangelização em favor do povo, especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo o tipo.

No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Papa sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI, sua plena adesão e total fidelidade ao sucessor de Pedro.

A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: “Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia. Postos em apuros, mas não desesperançados. Perseguidos, mas não desamparados. Derrubados, mas não aniquilados. Nossa fé nos garante a certeza da vitória da luz sobre as treva, do bem contra o mal, da vida sobre a morte.” (II Cor 4, 8-9)

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