quarta-feira, 31 de março de 2010

Catequese de Bento XVI na Quarta-feira Santa 2010

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede

Queridos irmãos e irmãs,

estamos vivendo os dias santos, que nos convidam a meditar os eventos centrais da nossa Redenção, o núcleo essencial da nossa fé. Amanhã começa o Tríduo Pascal, fulcro [ponto de apoio] de todo o ano litúrgico, em que somos chamados ao silêncio e à oração para contemplar o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.

Nas homilias, os Padres fazem, muitas vezes, referência a esses dias que, como observa Santo Atanásio em uma das suas Cartas Pascais, introduzem-nos "naquele tempo que nos faz conhecer um novo início, o dia da Santa Páscoa, em que o Senhor se imolou" (Lett. 5,1-2: PG 26, 1379).

Vos exorto, portanto, a viver intensamente estes dias, a fim de que orientem decisivamente a vida de cada um à adesão generosa e convicta a Cristo, morto e ressuscitado por nós.

A Santa Missa Crismal, prelúdio matutino da Quinta-feira Santa, verá, amanhã pela manhã, reunidos os sacerdotes com o seu bispo. No curso de uma significativa celebração eucarística, que acontece geralmente nas Catedrais diocesanas, serão abençoados o Óleo dos enfermos, dos catecúmenos e do Crisma. Além disso, o Bispo e os Sacerdotes renovarão as promessas sacerdotais pronunciadas no dia da Ordenação. Tal gesto assume, neste ano, uma importância toda especial, porque se encontra no âmbito do Ano Sacerdotal, que proclamei para comemorar o 150º aniversário da morte do Santo Cura d'Ars. A todos os sacerdotes, desejo repetir o auspício que formulei na conclusão da Carta de proclamação: "A exemplo do Santo Cura d’Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis também vós, no mundo atual, mensageiros de esperança, de reconciliação, de paz".

Amanhã à tarde, celebraremos o momento fundador da Eucaristia. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, confirmava os primeiros cristãos na verdade do mistério eucarístico, dizendo-lhes o que ele próprio havia aprendido: "O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, quando ele tinha dado graças, partiu e disse: "O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: 'Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim'. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: 'Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim" (1 Cor 11, 23-25). Essas palavras mostram claramente a intenção de Cristo: sob as espécies do pão e do vinho, Ele está presente de modo real, com seu corpo doado e seu Sangue derramado como sacrifício da Nova Aliança. Ao mesmo tempo, Ele constitui os Apóstolos e seus sucessores ministros deste sacramento, que ele dá a sua Igreja como a prova suprema do seu amor.

Com sugestivo rito, recordaremos, além disso, o gesto de Jesus que lava os pés dos Apóstolos (cf. Jo 13, 1-25). Tal ato torna-se, para o evangelista, a representação de toda a vida de Jesus e revela o seu amor até o fim, um amor infinito, capaz de habilitar o homem à comunhão com Deus e de libertá-lo. Ao fim da liturgia da Quinta-Feira Santa, a Igreja deposita o Santíssimo Sacramento em um local especialmente preparado, que está a representar a solidão do Getsêmani e a angústia mortal de Jesus. Diante da Eucaristia, os fiéis contemplam Jesus na hora da sua solidão e rezam para que cessem todas as solidões do mundo. Esse caminho litúrgico é, também, convite a buscar o encontro íntimo com o Senhor na oração, a reconhecer Jesus entre aqueles que estão sozinhos, a vigiar com ele e a saber proclamá-lo como luz da própria vida.

Na Sexta-feira Santa, faremos memória da paixão e morte do Senhor. Jesus quis oferecer a sua vida em sacrifício para a remissão dos pecados da humanidade, escolhendo para esse fim a morte mais cruel e humilhante: a crucificação. Existe uma conexão indissociável entre a Última Ceia e a morte de Jesus. Na primeira, Jesus dá o seu Corpo e o seu Sangue, ou seja, a sua existência terrena, a si mesmo, antecipando a sua morte e transformando-a em um ato de amor. Assim, a morte, que, por sua natureza, é o fim, a destruição de toda a relação, torna-se nele ato de comunicação de si, instrumento de salvação e proclamação da vitória do amor. Desse modo, Jesus revela a chave para compreender a Última Ceia, que é antecipação da transformação da morte violenta em sacrifício voluntário, em ato de amor que redime e salva o mundo.

O Sábado Santo é caracterizado por um grande silêncio. As Igrejas são despidas e não são previstas liturgias particulares. Neste tempo de espera e esperança, os crentes são convidados à oração, à reflexão, à conversão, também através do sacramento da Reconciliação, para poder participar, intimamente renovados, da celebração da Páscoa.

Na noite do Sábado Santo, durante a solene Vigília Pascal, "mãe de todas as vigílias", tal silêncio será quebrado pelo canto do Aleluia, que anuncia a ressurreição de Cristo e proclama a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte. A Igreja se alegrará no encontro com o Senhor, entrando no dia da Páscoa, que o Senhor inaugura ressurgindo dos mortos.

Queridos irmãos e irmãs, preparemo-nos para viver intensamente este Tríduo Santo, já iminente, para sermos sempre mais profundamente inseridos no Mistério de Cristo, morto e ressuscitado por nós. Acompanha-nos, nesse itinerário espiritual, a Virgem Santíssima. Ela, que segue Jesus na sua paixão e esteve presente sob a cruz, nos introduza no mistério pascal, para que possamos experimentar a alegria e a paz do Ressuscitado.

Com esses sentimentos, compartilho agora os mais cordiais desejos de santa Páscoa a todos vós, estendendo-os às vossas comunidades e todos os seus entes queridos.

Cristo torna morte vitória do amor, diz Papa sobre Tríduo Pascal



Bento XVI saúda os milhares de peregrino enquanto chega à Praça de São Pedro, no Vaticano
Bento XVI refletiu sobre o Tríduo Pascal na Catequese desta quarta-feira, 31, definindo-o como "ponto de apoio de todo o ano litúrgico, em que somos chamados ao silêncio e à oração para contemplar o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor".

O encontro aconteceu na Praça de São Pedro, às 10h30min (em Roma - 5h30min em Brasília). "A morte, que, por sua natureza, é o fim, a destruição de toda a relação, torna-se em Jesus ato de comunicação de si, instrumento de salvação e proclamação da vitória do amor", disse o Papa aos milhares de peregrinos.

O Pontífice fez um convite a viver esses dias de modo a orientar "decisivamente a vida de cada um à adesão generosa e convicta a Cristo, morto e ressuscitado por nós".

Ao meditar sobre a Quinta-feira Santa como momento fundador da Eucaristia, o Santo Padre citou a Carta de São Paulo aos Coríntios para mostrar a real intenção de Cristo.

"Sob as espécies do pão e do vinho, Ele está presente de modo real, com seu corpo doado e seu Sangue derramado como sacrifício da Nova Aliança. Ao mesmo tempo, Ele constitui os Apóstolos e seus sucessores ministros deste sacramento, que ele dá a sua Igreja como a prova suprema do seu amor".

Bento XVI concluiu sua reflexão desejando que o Tríduo Pascal seja oportunidade para todos serem inseridos mais profundamente no Mistério de Cristo, desejando a todos uma santa Páscoa.

Eu esperei no Senhor e o milagre aconteceu

Maria Helena, um dia, fez parte da lista de famílias que passaram pelo sofrimento de ter um membro da família perdido, mas com a graça de Deus, oração e a ajuda de amigos, ela encontrou forças para ser apoio para os pais e sobrinho no momento em que a irmã abandonou a família.

Foto: cancaonova.com

Após anos de luta, a irmã, que já estava vivendo como mendiga e sofrendo agressões, retornou. A funcionária da Fundação João Paulo II testemunha que o milagre aconteceu durante o grupo de oração para os colaboradores da Comunidade Canção Nova e também durante a Missa do Clube da Evangelização de que ela participa. A vitória de Deus aconteceu e sua a irmã voltou para casa.

Ouça ou leia este testemunho e veja a importância que você sócio evangelizador tem na vida de cada colaborador, missionário e na vida de milhares de pessoas que diariamente acompanham a programação do Sistema Canção Nova de Comunicação.

“Eu me chamo Maria Helena, tenho 26 anos e trabalho na Canção Nova (Fundação João Paulo II). Hoje eu quero contar o meu testemunho, uma graça muito grande que eu recebi de Deus.

Minha irmã saiu de casa quando meu sobrinho tinha dois anos de idade, ela conheceu um rapaz e foi morar com ele e sofreu muito. Todos nós sofremos muito, meus pais ficaram transtornados com a saída dela de casa e se perguntavam o que tínhamos feito para que ela tivesse saído.

Hoje eu vejo que recebi a grande graça de Deus na minha vida por minha irmã ter voltado para casa. Quantas vezes, eu vim para a Canção Nova rezar, pedir a misericórdia de Deus e a ajuda de alguém, porque eu já estava entrando numa depressão profunda, porque já fazia muito tempo que minha irmã tinha saído, ela ia e voltava e nós já não aguentávamos mais. Até que chegou um dia que ela voltou de vez, e isso foi uma felicidade muito grande.

Eu pedi a misericórdia de Deus, pedi um milagre e ainda que ela estivesse no 'fundo do poço' que Jesus a resgatasse. E, quantas vezes, eu chegava em minha casa e via minha irmã magra, passando fome, ela apanhava do companheiro dela e mendigava pelas ruas. As pessoas vinham me dizer: 'Sua irmã virou mendiga!' Isso me doía profundamente, eu chegava em casa e chorava, por que como é que eu iria tirá-la daquele abismo.

A Canção Nova me ajudou muito para que eu tivesse forças para recuperar a minha irmã lá do mundo. Quantas vezes, eu chegava em casa e não a via, olhava nas roupas dela, sentia muita falta dela e pensava que não teria mais volta.

E pedindo a Deus por misericórdia, eu vinha às Santas Missas de quarta-feira do Clube da Evangelização e Deus colocava no meu coração: 'Espera!'

E a música da Eliana Ribeiro 'Espera no Senhor' mexia muito comigo e eu pensava: 'Eu tenho que esperar no Senhor'. Quantas vezes, eu cheguei a culpar Deus pela saída da minha irmã. Nesse tempo, meu pai teve um infarto, no outro dia, avisei minha irmã para ver se ela voltava para casa.

Eu via na minha irmã um olhar de esperança, um olhar de quem estava pedindo ajuda, porque eu a encontrava pelas ruas e não podia dar um abraço nela e dizer uma palavra: 'Eu te amo! Vamos voltar para casa, vamos esquecer tudo o que aconteceu... A mãe e o pai precisam de você'.

No dia em que eu levei meu pai para São Paulo, para fazer cateterismo, eu me senti uma pessoa sozinha e pensava: 'Meu Deus, era para minha irmã estar aqui comigo e ela não está!'

Eu posso dizer para o mundo, para o Brasil, para quem estiver ouvindo o meu testemunho, que se você tiver um filho, uma filha ou um parente dessa mesma forma no mundo, tenha fé, esperança e confiança em Deus!

Eu cheguei, sim, a culpar a Deus, mas depois eu procurei ajuda. Porque eu me trancava no quarto, só chorava, não queria comer, chegou um tempo em que eu me perdi e me perguntava o porquê de tudo aquilo.

A volta da minha irmã para casa aconteceu durante um grupo de oração aqui no refeitório da Fundação [João Paulo II], que Seu Pedro, irmão da Eliana Sá, conduzia para nós colaboradores. Eu senti que, naquele dia, Deus fez um milagre na minha casa, eu sentia a libertação da minha irmã e pensava: 'É o Senhor que já está fazendo a obra'. Também naquela Semana Santa eu fui à Santa Missa e senti que Jesus estava me dando um sinal, então cheguei diante da cruz e pedi: 'Jesus, faz um milagre!' E naquela hora eu senti que o milagre já estava acontecendo.

A Canção Nova me ajudou muito! Não é somente por trabalhar aqui, mas eu me sinto evangelizada por essa obra de Deus; ela é um pedaço do céu dentro da minha casa.

Eu já fui evangélica, mas meu coração estava pedindo para eu vir para a Igreja Católica, então eu procurei o padre da minha paróquia e fiz toda a preparação para o Batismo, a Primeira Eucaristia e a Crisma, para poder receber Jesus Eucarístico.

E hoje eu vejo a Canção Nova como um pedaço do céu, hoje minha irmã está muito bem em casa e louvo a Deus pelos passos que ela tem dado. E sempre peço que Deus cuide dela, porque o mundo é cruel e quer jogar você nesse abismo em que ela estava. Mas hoje ela está resgatada para a honra e glória do Senhor Jesus.”

Mensagem do secretário da Congregação para o Clero

Congregação para o Clero


.: Acesse o texto em .pdf

"Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo, e revestiu de poder, te guarde para a santificação do povo fiel e para oferecer a Deus o santo sacrifício”; “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que fazes e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao ministério da cruz do Senhor".

Pontificale Romanum. De Ordinatione Episcopi, presbyterorum et diaconorum,
editio typica altera , Typis Polyglottis Vaticanis 1990


Cidade do Vaticano, 27 de março de 2010.

Caríssimos irmãos no Sacerdócio

Nestes dias pascais, reviveremos o Mistério da nossa Redenção, faremos os gestos e pronunciaremos as palavras que se encontram verdadeiramente no coração da nossa existência sacerdotal. Na Sexta-feira Santa, reviveremos o gesto humilde e profético da prostração, idêntico àquele vivido no dia da nossa Ordenação. No Tríduo Pascal, teremos a ocasião de acolher os renovados dons da graça, implorando à Providência Divina os frutos abundantes para nós e para a Salvação do mundo.

Tal como nos recorda a fórmula da unção com o óleo do crisma, somos revestidos com o mesmo poder de Cristo, com a potestas que o Pai consagrou no Espírito Santo o Seu único Filho, e que nos foi dada com o explícito fim de santificar o Seu povo e de oferecer o Sacrifício Eucarístico. Qualquer outra utilização do poder sacramental recebido com a Ordenação é ilegítimo e perigoso, seja para a nossa salvação pessoal, seja para o próprio bem da Igreja.

Não é por acaso que o rito, consciente da desproporção absoluta entre a grandiosidade do Mistério e a pequenez do homem, afirma: “Toma consciência do que fazes”. Nunca poderemos, totalmente, ter consciência do grande Mistério que foi posto em nossas mãos, no entanto, somos chamados a uma contínua tensão para a perfeição moral, para viver “o Mistério que foi posto em nossas mãos” e sermos “imitadores de Cristo”.

Esta é a extraordinária e irredutível novidade quotidiana do Sacerdócio: o Mistério que se põe em nossas mãos! O Senhor do tempo e da história, Aquele fez todas as coisas, do Qual viemos e para o Qual vamos, o Autor da vida faz algumas das suas pobres criaturas participantes do próprio poder salvífico, entregando-se totalmente em nossas mãos como um Cordeiro imolado. Que tal entrega nunca seja traída! Mantenha-se firme em nós a certeza do abraço de predileção que o Senhor nos deu e nos faça, sobretudo no tempo de provação, renovar o nosso “sim”: um “sim” consciente dos próprios limites, mas não por eles bloqueado; um “sim” livre de todo complexo de inferioridade; um “sim” consciente da história, mas não por ela intimidado; um “sim” que – como aquele pronunciado pela Beata Virgem Maria, na Casa de Nazaré – perdurou no tempo, tornando-se atual nos Santos e no hoje da nossa existência.

Um sacerdote que se conscientize daquilo que faz, conformando a própria existência a Cristo, vence o mundo! E tal vitória é o verdadeiro “documento” da Ressurreição de Cristo.

+Mauro Piacenza
Arcebispo tit. de Victoriana
Secretário da Congregação para o Clero

Padre deve ser documento da Ressurreição, diz secretário vaticano

O Secretário da Congregação para o Clero, Dom Mauro Piacenza
"Um sacerdote que se conscientize daquilo que faz, conformando a própria existência a Cristo, vence o mundo! E tal vitória é o verdadeiro 'documento' da Ressurreição de Cristo".

É isso que destaca o secretário da Congregação para o Clero, Arcebispo Dom Mauro Piacenza, em uma mensagem dirigida aos sacerdotes de todo o mundo por ocasião das celebrações da Semana Santa.

Dom Piacenza ressalta que os dias pascais são oportunidade para entrar no coração da própria existência sacerdotal, que tem como fim explícito santificar o Povo de Deus e oferecer o Sacrifício Eucarístico.

"Qualquer outra utilização do poder sacramental recebido com a Ordenação é ilegítimo e perigoso, seja para a nossa salvação pessoal, seja para o próprio bem da Igreja", acrescentando que todo o padre é chamado a viver a "perfeição moral".

O secretário do Dicastério vaticano pede, enfim, que todo o sacerdote mantenha-se firme na certeza da predileção do Senhor e renove o seu "sim", especialmente no tempo da provação.

terça-feira, 30 de março de 2010

João Paulo II se doou sem reservas, diz Bento XVI em Missa


Da Redação, com Rádio Vaticano


A vida de João Paulo II ''é também um grande chamado a sermos fiéis testemunhas da fé, da esperança e do amor''
Toda a vida do Venerável João Paulo II foi vivida "na capacidade de se doar de modo generoso, sem reserva, sem medida, sem cálculo", disse o Papa Bento XVI, nesta segunda-feira, 29, na Missa em sufrágio pelo 5º aniversário de morte de João Paulo II, celebrada na Basílica São Pedro, no Vaticano. O saudoso Papa faleceu no dia 2 de abril de 2005, mas este ano a data coincide com a Sexta-feira Santa, motivo pelo qual a Missa foi antecipada.

O Pontífice agradeceu a todos os presentes, em especial ao Arcebispo de Cracóvia Stanislao Dziwisz – ex-secretário pessoal de João Paulo II – aos bispos, aos sacerdotes, aos religiosos e religiosas; como também aos peregrinos vindos da Polônia, os muitos jovens e os numerosos fiéis que desejaram participar da Celebração.

Comentando a liturgia do dia 29/03 onde, na primeira leitura, o profeta Isaías apresenta a figura de um "Servo de Deus", que é ao mesmo tempo o seu eleito, no qual se compraz, Bento XVI afirmou que o que o profeta inspirado disse do Servo, podemos aplicar a João Paulo II:

"O Senhor o chamou ao seu serviço e, ao confiar-lhe tarefas de grande responsabilidade, também o acompanhou com a sua graça e com a sua contínua assistência. Durante o seu longo Pontificado ele se empenhou em proclamar o direito com firmeza, sem fraquezas ou dúvidas, sobretudo quando devia enfrentar resistências, hostilidades e rejeições. Sabia que o Senhor o segurava pela mão, e isso lhe permitiu exercer um ministério muito fecundo, para o qual, mais uma vez, rendemos fervorosas graças a Deus."

Em seguida, referindo-se à proclamação do Evangelho, no qual Lázaro, Marta e Maria oferecem um jantar ao Mestre, o Papa quis chamar a atenção para um gesto singular: Maria de Betânia “pegou 300 gramas de perfume de puro nardo, tão precioso, e derramou nos pés de Jesus, depois enxugou com os seus cabelos”.

Santo Agostinho – observou Bento XVI – no Sermão no qual comenta esse trecho evangélico, dirige a cada um de nós, com palavras duras, o convite a entrar neste circuito de amor, imitando o gesto de Maria e colocando-se concretamente no seguimento de Jesus. Escreve Agostinho:

“Cada coração que deseja ser fiel, se une a Maria para ungir com precioso perfume os pés do Senhor... Unge os pés de Jesus: segue as pegadas do Senhor levando uma vida digna. Enxuga-lhe os pés com os cabelos: se você tem algo de supérfluo dê aos pobres, e você terá enxugado os pés do Senhor.”

Caros irmãos e irmãs – prosseguiu – "toda a vida do Venerável João Paulo II é vivida no sinal desta caridade, da capacidade de se doar de modo generoso, sem reserva, sem medida, sem cálculo. O que o movia era o amor por Cristo, a quem havia consagrado sua vida, um amor superabundante e incondicional.

Ao saudar os poloneses presentes na celebração, o Santo Padre frisou:

"A vida e a obra de João Paulo II, grande polonês, pode ser para vocês motivo de orgulho. Precisa, porém, que vocês recordem que a sua vida é também um grande chamado a sermos fiéis testemunhas da fé, da esperança e do amor, que ele nos ensinou ininterruptamente. Por intercessão de João Paulo II os sustente sempre a bênção do Senhor."

Concluindo, Bento XVI ressaltou: "Enquanto prosseguimos a celebração eucarística nos aproximamos para viver os dias gloriosos da paixão, morte e ressurreição do Senhor, confiando-nos com fé, seguindo o exemplo do Venerável João Paulo II, à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, para que nos sustente no compromisso de sermos, em todas as circunstâncias, apóstolos incansáveis de seu Filho Divino e de seu amor misericordioso."

Durante a oração dos fiéis foi recordado o serviço prestado pelo Papa João Paulo II à Igreja "até o extremo limite das suas forças... testemunhando a fé em Deus e o amor para com todos".

segunda-feira, 29 de março de 2010

Programa Momento de Fé e Esperança Padre Orlando Maffei 27/03/2010

Guie sua semana com as palavras de Deus no Programa - Momento de fé e esperança - com Padre Orlando Maffei

Homilia da Missa de Ramos

Homilia da Missa de ramos

Padre José Augusto
Foto: Carlos Eduardo/CN
“Quando chegou perto da descida do monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos, aos gritos e cheia de alegria, começou a louvar a Deus por todos os milagres que tinha visto. Todos gritavam: “Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!” Do meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: “Mestre, repreende teus discípulos!” Jesus, porém, respondeu: “Eu vos declaro: se eles se calarem, as pedras gritarão”. (Lucas 9,35 - 40)

Ouça essa pregação na íntegra

Enquanto o povo gritava: hosana, o filho de Davi e proclamando, Jesus estava no burro sabendo que era a sua última semana, pois na sexta-feira Ele morreria.

Porque o povo aclama: hosana, filho de Davi? Porque no coração do povo que era escravo dos romanos, achava que Jesus iria acabar com os romanos e eles estariam livre. Mas Jesus sabia que estava indo morrer para salvação de todo povo.

“Ora, havia alguns gregos, entre os que tinham subido a adorar no dia da festa. Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus. “ Filipe foi dizê-lo a André, e então André e Filipe o disseram a Jesus. E Jesus lhes respondeu, dizendo: E chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado. Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. (João 12, 21 – 24)

Se Jesus não morresse não seriamos salvos. Se Jesus não morresse todos nós iramos para o inferno. A única pessoa que podemos pedir para morrer é Jesus, porque se Ele não morrer pereceremos no inferno. Precisamos pedi a Deus que morra por nós.
'Ainda há tempo de buscar a conversão'
Foto: Calos Eduardo/ Fotos CN

'Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.'

Nesta vida não podemos reclamar da cruz, porque Jesus passou sem reclamar, então devemos seguir os passos de Jesus, e assim também seremos honarrado.

Vocês são filhos de Deus e muito honrado, Jesus morreu por você.

O Senhor é tão apaixonado por mim e por você, e porque foi tão apaixonado que Ele pegou a cruz, Ele pegou a arma que o mataria.

Vamos entrar na Semana Santa com a certeza que precisamos ser santos. Lutemos porque chegaremos ao paraiso.


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Padre José Augusto
Padre da Comunidade Canção Nova

Ouça: Cardeal Hummes fala sobre atuação da Igreja no Chile

Da Redação, com Rádio Vaticano


A Basílica papal de Santa Maria Maior, em Roma, sediou uma Santa Missa em sufrágio pelas vítimas do terremoto no Chile nesta sexta-feira, 26. A celebração eucarística foi presidida pelo Decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Angelo Sodano.

O prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Cláudio Hummes, falou sobre a atuação da Igreja na tragédia chilena e ressaltou a união e solidariedade dos fiéis do continente.

.: Ouça a entrevista

Mensagem de Bento XVI para o X Encontro Internacional de Jovens

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede

Ao Venerado Irmão
Cardeal Stanisław Ryłko
Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos

Tenho o prazer de enviar as minhas cordiais saudações a Vós, aos colaboradores do Pontifício Conselho para os Leigos e a todos que participam do X Encontro Internacional de Jovens, que acontece nesta semana, em Rocca di Papa, com o tema "Aprender a amar". Com carinho especial me dirijo aos jovens delegados das Conferências Episcopais e dos vários Movimentos, Associações e Comunidades internacionais, provenientes dos cinco continentes. Estendo o meu pensamento aos ilustres oradores, que trazem para o encontro a contribuição de sua competência e experiência.

"Aprender a amar": este tema é central na fé e na vida cristã, e me alegro que tenhais a oportunidade de aprofundá-lo. Como sabem, o ponto de partida de toda a reflexão sobre o amor é o mistério do próprio Deus, porque o coração da Revelação Cristã é este: Deus caritas est. Cristo, na Sua paixão, no Seu dom total, nos revelou o rosto de Deus que é Amor.

A contemplação do mistério da Trindade nos faz entrar neste mistério de Amor eterno, que é fundamental para nós. As primeiras páginas da Bíblia afirmam, de fato, que: "Deus criou o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou: homem e mulher os criou" (Gn 1, 27). Pelo próprio fato de que Deus é amor e o homem é Sua imagem, compreendemos a identidade profunda da pessoa, a sua vocação ao amor. O homem é feito para amar; a sua vida se realiza plenamente apenas se é vivida no amor. Após refletir por um longo tempo, Santa Teresa do Menino Jesus compreendeu assim o significado da sua existência: "A minha vocação é o Amor!" (Manuscrito B, folha 3).

Exorto os jovens presentes neste Encontro, a fim de que busquem, com todo o coração, descobrir a própria vocação para o amor, como pessoas e como batizados. É esta a chave de toda a existência. Possam, portanto, investir todas as próprias energias para aproximar-se de tal meta dia após dia, sustentados pela Palavra de Deus e pelos Sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia.

A vocação para o amor assume formas diferentes de acordo com o estado de vida. Neste Ano Sacerdotal, me alegra recordar as palavras do Santo Cura d'Ars: "O Sacerdócio é o amor do Coração de Jesus". No seguimento de Jesus, os sacerdotes dão a vida para que os fiéis possam viver do amor de Cristo. Chamados por Deus para doar-se inteiramente a Ele, com o coração indiviso, as pessoas consagradas no celibato são também um sinal eloquente do amor de Deus pelo mundo e da vocação de amar a Deus sobre todas as coisas.

Gostaria, também, de exortar os jovens delegados a descobrir a grandeza e a beleza do Matrimônio: a relação entre o homem e a mulher reflete o amor de Deus de uma forma toda especial; por isso o vínculo conjugal assume uma dignidade imensa. Através do Sacramento do Matrimônio, os cônjuges são unidos a Deus e através de sua relação manifestam o amor de Cristo, que deu sua vida pela salvação do mundo. Em um contexto cultural em que muitas pessoas consideram o Matrimônio como um contrato temporário que se pode infringir, é de vital importância compreender que o verdadeiro amor é fiel, doação definitiva de si. Porque Cristo consagra o amor dos casais cristãos e se empenha com eles, esta fidelidade não somente é possível, mas é a via para entrar em uma caridade ainda maior. Assim, na vida cotidiana do Casal e da família, os cônjuges aprendem a amar como Cristo ama. Para corresponder a essa vocação, é necessário um sério percurso educativo, e este Encontro também se coloca em tal perspectiva.

Esses dias de formação mediante o encontro, a escuta das conferências e a oração em comum, devem também ser um estímulo para todos os jovens delegados a se tornarem testemunhas para os seus cntemporâneos do que tendes visto e ouvido. Trata-se de uma verdadeira e própria responsabilidade, para a qual a Igreja conta com eles, que possuem um papel importante a desempenhar na evangelização dos jovens de seus próprios países, a fim de que respondam com alegria e fidelidade ao mandamento de Cristo: "que vos ameis uns aos outros como eu Eu amei a vós" (Jo 15, 12).

Convidando os jovens a perseverar no caminho da caridade no seguimente de Cristo, também os lembro de nosso encontro no próximo domingo, na Praça de São Pedro, onde acontecerá a solene celebração do Domingo de Ramos e da XXV Jornada Mundial da Juventude.

Neste ano, o tema de reflexão é: "Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?" (Mc 10, 17). Esta questão, colocada por um jovem rico, Jesus responde com um olhar de amor e um convite para o dom total de si, por amor de Deus. Possa este encontro contribuir para a resposta generosa de todos os delegados ao chamado e ao dom do Senhor!

Para tal fim, vos asseguro a minha oração por toda a juventude e, de coração, envio a Vós, Venerado Irmão, e àqueles que participam do Encontro Internacional, uma especial Bênção Apostólica.

Dado no Vaticano, aos 20 de março de 2010


Bento XVI reflete sobre o seguimento a Jesus Cristo


Da Redação, com Rádio Vaticano


Papa reza durante Missa do Domingo de Ramos
"Ser cristão é um caminho, ou melhor, uma peregrinação, um caminhar juntamente com Jesus Cristo. Ir naquela direção que Ele nos indicou e indica”. Essa foi a mensagem do Papa Bento XVI hoje, 28, aos fiéis presentes na Praça São Pedro, no Vaticano, para a Celebração do Domingo de Ramos. Centenas de jovens também estiveram presentes para festejar o 25º Dia Mundial da Juventude, celebrado este ano, em cada diocese.

"Mas de qual direção se trata?", perguntou o Papa. É o caminho da seqüela de Cristo. "O ser humano pode escolher a estrada fácil e evitar qualquer esforço. Pode descer a um nível baixo, para o que é indigno, pode enterrar-se no lodo da mentira e da desonestidade, mas Jesus caminha à nossa frente e caminha em direção ao alto", ressaltou o Pontífice.

“Ele [Jesus] nos conduz para o que é grande, puro, nos conduz para o ar sadio das alturas: para a vida segunda a verdade; para a coragem que não se deixa intimidar pelo palavreado das opiniões dominantes; para a paciência que suporta e sustenta o outro. Nos conduz à disponibilidade para com os que sofrem, para com os abandonados; para a fidelidade que está da parte do outro mesmo quando a situação se torna difícil. Nos conduz ao amor – nos conduz a Deus”.

O Santo Padre ressaltou que a liturgia deste Domingo de Ramos nos convida a seguir Jesus Cristo. "Ser cristão significa considerar Jesus Cristo o caminho justo para se tornar homem. Ele é o caminho que conduz à meta, a uma humanidade plenamente realizada e autêntica", ressaltou frisou Bento XVI.

Caminhando com Jesus, "se tornam visíveis as dimensões de nossa seqüela, a meta à qual ele nos quer conduzir, nos levar à comunhão com Deus, a permanecer com Deus. Esta é a verdadeira meta e a comunhão com Ele é o caminho. A comunhão com Ele é estar a caminho, uma permanente ascensão em direção à verdadeira vida", sublinhou o Papa.

Este caminhar com Jesus é também um caminhar com a Igreja, pois nela entramos em comunhão com Cristo. "Preciso ouvir a Palavra de Jesus Cristo e vivê-la na fé, esperança e amor. Assim caminhamos rumo à Jerusalém definitiva e desde agora, de alguma forma, nos encontramos lá, na comunhão de todos os Santos de Deus", disse ainda o Pontífice.

Enfim, Bento XVI fez um apelo em favor da paz na Terra Santa, afirmando que "quando vamos à Terra Santa como peregrinos, vamos também como mensageiros de paz, com a oração pela paz, com o convite a todos para que façam naquele lugar, que carrega em seu nome a palavra "paz", todo possível para que se torne realmente um lugar de paz". O Papa encorajou os cristãos a permanecerem no país de suas origens e a promover nele a paz.

domingo, 28 de março de 2010

Conversão é um reencontro com Deus

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Não é o nosso esforço que nos justifica

Causa-nos uma sensação de desconforto cada vez que ouvimos falar em penitência ou mudança de vida. Aprendemos tão bem a lição (legítima) da autoestima, que nos parece tirar do esquema qualquer alusão a fraquezas nossas, ou pior ainda, a pecados. Trata-se de uma verdadeira crise de compreensão da penitência. Soa estranho aos ouvidos quando Jesus insiste na conversão do coração. Mas toda a crise traz em si a esperança de uma superação, para inaugurar tempos novos.

Precisamos ter clareza sobre o valor das penitências: jejuns, subir escadas de joelhos, flagelar-se, não comer carne, ou até carregar pedra na cabeça... Tudo isso pode ser feito, quando entregamos essa penitência a Cristo, para estarmos unidos a Ele na Sua dor. “O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1, 7). Não é o nosso esforço que nos justifica. “Eis aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). A penitência, entendida como virtude, é um esforço permanente do cristão para se manter na santidade e na perfeição. Também para superar as fragilidades da vida. É um ideal jamais completado nesta vida. Ninguém deve ser cristão para ser penitente. Mas ao contrário, se deve ser penitente para ser bom cristão.

Essa verdadeira ascese deve nos acompanhar na vida. Mas a Santa Igreja nos convida a isso, de maneira mais acentuada, no tempo quaresmal (como também em todas as sextas-feiras do ano). O que se pede é tão pouco, nada impossível de cumprir. A nossa Mãe Igreja nos pede um jejum mitigado e a abstinência de alguma coisa que muito nos agrada. Isso na Sexta-feira Santa, como também nas demais sextas-feiras do ano (exceção é o tempo pascal).

Essas penitências devem levar à coroa de todo arrependimento: a prática da caridade para com o próximo. Vejam como o Papa Bento XVI sugeriu penitências muito mais pesadas ao povo irlandês, para alcançar o perdão pelos pecados sexuais praticados pelo clero. Tenho certeza de que o povo católico desse país [Irlanda] vai aceitar tal purificação. Será um novo começo para uma comunidade mais fiel e mais santa. A Irlanda vai reencontrar o seu caminho de justificação em Cristo.

Dom Aloísio R. Oppermann - Arcebispo de Uberaba

Pastoral Digital

O desejo da Igreja é que saibamos colocá-la a serviço da Palavra

Fiquei em dúvida se chamaria esta nova forma de pastoral da comunicação de digital, de ciberespaço ou cibernética. Atualmente os termos envelhecem rapidamente. O tempo e os desenvolvimentos futuros dirão e escolherão os passos, caminhos e nomes para essa missão da comunicação nesta época.

Acredito que uma nova maneira de fazer pastoral de comunicação está sendo suscitada pela Igreja através da mensagem do Papa Bento XVI para o 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Como ocorre o Ano Sacerdotal, o tema tem essa referência, mas, sem dúvida, é dirigido a todos os católicos: “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: as novas mídias a serviço da Palavra”. Como sempre acontece no Brasil, esse dia é celebrado no Domingo da Ascensão, este ano no dia 16 de maio de 2010.

Um grande passo foi dado. Havia na cabeça e no comportamento de muitos certo medo das novas mídias ou novas ferramentas de internet, por ser esse um território livre, onde há de tudo. É um medo infundado, pois se assim o fosse não poderíamos estar no ramo dos livros e das revistas porque existem muitos livros e revistas que não são recomendáveis para os cristãos e talvez nem para as pessoas de certa dignidade.

Estávamos presentes nesses meios com certa timidez e até mesmo com certo temor. Sabemos, porém, que os “digitais nativos” já utilizam essas mídias com desenvoltura e naturalidade incríveis e, quando cristãos, sabem utilizar muito bem tudo isso para um trabalho evangelizador. Podemos anunciar que o desejo da Igreja é que saibamos colocar as novas mídias a serviço da Palavra, ou seja, de Cristo, fazendo agora a pastoral digital ou no mundo digital.

A nossa Comissão Episcopal enviará às Dioceses cartazes e textos com os subsídios para bem celebrar esse dia em todas as comunidades e paróquias, aliás, é o único dia criado pelo Concílio Vaticano II. Isso está no documento "Inter Mirifica", um dos dois mais antigos documentos emanados do Concílio. Ele inicia, além da série de importantes documentos para a renovação da Igreja na década de sessenta, também uma orientação para os novos tempos que estavam surgindo naquela época no campo dos meios de comunicação. A Igreja tem como missão evangelizar, ou seja, comunicar a Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, que foi enviado pelo Pai para nos comunicar a Sua Vontade. Se o documento conciliar é apenas indicativo, ele abriu, no entanto, os caminhos para as diferentes situações que se seguiriam posteriormente. Cada ano, os Pontífices Romanos anunciam, na festa dos Arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel, o tema anual e publicam o texto no dia da Festa de São Francisco de Sales.

Saudamos carinhosamente os que se dedicam a essa missão e incentivamos para que o façam com ânimo sempre renovado – de levar todos os homens e mulheres a construírem uma sociedade justa e fraterna, além de alimentar a fé do nosso povo através de escritos, filmes, Power points e tantos outros meios. Quando, neste ano, tivermos a graça de criar a “Signis Brasil”, como filial da Signis Mundial, também ali deverá ter um setor para os portais de inspiração católica se filiarem, além das rádios, televisões, revistas, jornais e impressos. Atualmente temos ótimos portais de notícias ligados a grupos católicos que, além de passarem os acontecimentos, formam, através de eventos e textos, as pessoas no caminho cristão. A grande questão é saber escolher a reta doutrina e aqueles que sabem construir a unidade na diversidade. Isso está entre outras iniciativas louváveis, somente para recordarmos das propostas que são colocadas diante de nossas telas de formação permanente da doutrina cristã, de anúncio da Palavra de Deus e de notícias acerca da vida da Igreja no Brasil e da vida das próprias dioceses, paróquias e comunidades.

Urge uma conversão pastoral de nossos presbíteros, como nos pede o Papa para o Dia Mundial das Comunicações, em colocar, como meta primeira de sua pastoral, a pastoral da comunicação e da acolhida, que hoje não pode prescindir de ser, também, da internet e dos meios correlatos.

Não tenho dúvidas de que a Igreja que peregrina no Brasil está fortemente amparada na vontade deliberada de dar especial apoio a todos os sites e meios eletrônicos que anunciem o Cristo Ressuscitado e que levem o homem e a mulher de nossos dias a buscar a santidade pelo conhecimento e pelo seguimento apaixonado pelo Redentor.

A todos uma bela e comprometedora celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais, e que isso ajude a criar ou incrementar ainda mais a Pastoral da Comunicação em nossas comunidades e abrir-nos para o diálogo com os comunicadores de nossa região.

Dom Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro

Papa autoriza decretos de 15 Servos de Deus e uma Beata

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede

Na manhã deste sábado, 27, o Santo Padre Bento XVI recebeu em Audiência privada o prefeito da Congregação da Causa dos Santos, Dom Angelo Amato.

Durante a Audiência, o Sumo Pontífice autorização a Congregação a promulgar os Decretos a seguir:

- um milagre, atribuído à intercessão da Beata Bonifacia Rodriguez De Castro, fundadora da Congregação das Missionárias Servas de São José; nascida em Salamanca (Espanha) em 6 de junho de 1837 e falecida em Zamora (Espanha) em 8 de agosto de 1905;

- um milagre, atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus João De Palafox y Mendoza, primeiro Bispo de Puebla de los Angeles e, após, Bispo di Osma; nascido em Fitero (Espanha) em 24 de junho de 1600 e falecido em Osma (Espanha) em 1º de outubro de 1659;

- um milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Maria Barbara da Santíssima Trindade (no século: Barbara Maix), fundadora da COngregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria; nascida em Vienna (Áustria) em 27 de junho de 1818 e falecida em Catumbi (Brasil) em 17 de março de 1873;

- um milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Anna Maria Adorni, fundadora da Congregação das Servas da Beata Maria Imaculada e do Instituto do Bom Pastor de Parma; nascida em Fivizzano (Itália) em 19 de junho de 1805 e falecida em Parma (Itália) em 7 de fevereiro de 1893;

- um milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Maria da Imaculada Conceição (no século: Maria Isabella Salvat y Romero), Superiora Geral da COngregação das Irmãs da Companhia da Cruz; nascida em Madrid (Espanha) em 20 de fevereiro de 1926 e falecida em Sevilha (Espanha) em 31 de outubro de 1998;

- um milagre, atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus Stefano (no século: Giuseppe Nehmé), Religioso professo da Ordem Libanesa dos Maronitas; nascido em Lehfed (Líbano) em março de 1889 e falecido em Kfifane (Líbano) em 30 de agosto de 1938;

- o martírio do Servo de Deus Szilárd Bogdánffy, Bispo de Oradea Mare dos Latinos; nascido em Feketetó (Romênia) em 21 de fevereiro de 1911 e falecido no cárcere de Nagyenyed (Romênia) em 2 de outubro de 1953;

- o martírio do Servo de Deus Gerardo Hirschfelder, Sacerdote diocesano; nascido em Glatz (Alemanha) em 17 de fevereiro de 1907 e morto no campo de concentração de Dachau (Alemanha) em 1° de agosto de 1942;

- o martírio do Servo de Deus Luigi Grozde, Leigo, Membro da Ação Católica; nascido em Gorenje Vodale (Eslovênia) em 27 de maio de 1923 e morto, por ódio à fé, em Mirna (Eslovênia) em 1° de janeiro de 1943;

- as virtudes heroicas do Servo de Deus Francesco Antonio Marcucci, Arcebispo-Bispo de Montalto; nascido em Force (Itália) em 27 de novembro de 1717 e falecido em Montalto (Italia) em 12 de julho de 1798;

- as virtudes heroicas do Servo de Deus Giovanni Francesco Gnidovec, Bispo de Skopje-Prizren; nascido em Veliki Lipovec (Eslovênia) em 29 de setembro de 1873 e falecido em Ljubljana (Eslovênia) em 3 de fevereiro de 1939;

- as virtudes heroicas do Servo de Deus Luigi Novarese, Sacerdote Diocesano e fundador dos Silenciosos Operários da Cruz; nascido em Casale Monferrato (Itália) em 29 de julho de 1914 e falecido em Rocca Priora (Itália) em 20 de julho de 1984;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Enrichetta Delille, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família; nascida em Nova Orleans (Estados Unidos da América) entre 1812 e 1813 e ali falecida em 17 de novembro de 1862;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Teresa (no século: Regina Cristina Guglielmina Bonzel), fundadora do Instituto das Pobres Irmãs Franciscanas da Adoração Perpétua da Ordem Terceira de São Francisco; nascida em Olpe (Alemanha) em 17 de setembro de 1830 e falecida no mesmo lugar em 6 de fevereiro de 1905;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Francisca da Cruz (no século: Amalia Francesca Rosa Streitel), fundadora do Instituto das Irmãs das Dores; nascida em Mellrichstadt (Alemnha) em 24 de novembro de 1844 e falecida em Castel Sant'Elia (Itália) em 6 de março de 1911;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Felicia de Jesus Sacramentado (no século: Maria Felicia Guggiari Echeverría), Irmã professa da Ordem das Carmelitas Descalças; nascida em Villarrica del Espíritu Santo (Paraguai) em 12 de janeiro de 1925 e falecida em Asunción (Paraguai) em 28 de abril de 1959.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Documentos oficiais da Santa Sé estão disponíveis na internet


Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede


Textos importantíssimos, até então só disponíveis em forma impressa, nas bibliotecas, já podem ser acessados no site oficial da Santa Sé, www.vatican.va, na seção "Textos fundamentais".


Trata-se das coleções completas da Acta Sanctae Sedis (ASS) e da Acta Apostolicae Sedis (AAS), ou seja, os textos oficiais da Santa Sé, desde 1865 até 2007. Além disso, está disponível a coleção dos 12 volumes dos Atos e Documentos da Santa Sé referentes a Segunda Guerra Mundia, publicados a partir de 1965, por vontade de Paulo VI, preparados por uma equipe especializada de quatro historiadores jesuítas.

Trata-se de uma mina documental de inestimável valor, agora gratuitamente colocada à disposição de todos os estudiosos e das pessoas interessadas. Uma grande contribuição para a investigação e informação sobre a Santa Sé, sua história e atividade.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Programa Momento de Fé e Esperança Padre Orlando Maffei 20/03/2010

Guie sua semana através das Palavras de Deus proferidas por Padre Orlando Maffei

quinta-feira, 18 de março de 2010

O pecado da avareza

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O pecado torna os homens cúmplices uns dos outro

"O pecado arrasta ao pecado; gera o vício, pela repetição dos mesmos atos. Daí resultam as inclinações perversas, que obscurecem a consciência e corrompem a apreciação concreta do bem e do mal. Assim, o pecado tende a reproduzir-se e reforçar-se, embora não possa destruir radicalmente o sentido moral.

O pecado é um ato pessoal. Mas, além disso, nós temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros, quando neles cooperamos:

– tomando parte neles, direta e voluntariamente;

– ordenando-os. aconselhando-os, aplaudindo-os ou aprovando-os;

– não os denunciando ou não os impedindo, quando a isso obrigados;

– protegendo os que praticam o mal.

Assim, o pecado torna os homens cúmplices uns dos outros, faz reinar entre eles a concupiscência, a violência e a injustiça. Os vícios podem classificar-se segundo as virtudes a que se opõem, ou relacionando-os com os pecados capitais (...)" (cf. Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 1865 a 1869).

Dando continuidade ao nosso especial sobre os pecados capitais, disponibilizamos comentários adicionais sobre o pecado da avareza com padre Eliano:


Como lutar contra os pecados?

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É grande orgulho não aceitar a própria miséria

O tempo da Quaresma é uma ocasião especial para a luta contra o pecado, a pior realidade para o homem, para a Igreja e para o mundo. Mas essa luta exige sabedoria.

É preciso ter paciência consigo, especialmente nas quedas e nos pecados. Calma e paciência e nada de ficar pisoteando a própria alma, demonstrando um orgulho escondido e refinado de quem não aceita a própria fraqueza. Somos fracos mesmo. Por isso Jesus nos deixou o maravilhoso sacramento da confissão.

É grande orgulho não aceitar a própria miséria. Deus é paciente conosco, como, então, não teríamos paciência com nós mesmos? Até quando, meu Deus, aguentarei os meus pecados?

São Francisco de Sales ensinava: “Considerai os vossos defeitos com mais dó do que indignação, com mais humildade do que severidade, e conservai o coração cheio de um amor brando, sossegado e terno”.

Nunca podemos nos desesperar ou desanimar, mesmo que nossos pecados sejam numerosos. Não podemos permitir que, depois do pecado, entre o desespero em nosso coração. À mulher adúltera, Cristo perguntou: “Ninguém te condenou? Eu também não te condeno. Vá e não peques mais”.

Depois do pecado, o demônio do desespero corre para nos dizer: “Tua alma está morta, está perdida, não incomodes mais o Mestre...” (Mc 5, 35-43).

Nesta hora temos de dizer como Jó: “Ainda que o Senhor me tirasse a vida, ainda assim esperaria n'Ele”.

Apesar dos nossos pecados, Jesus nos ama com um amor infinito. Santa Terezinha garante que “quanto mais pobre e miserável é nossa alma, tanto mais apta está para as operações do Amor que consome e transforma”.

Talvez você seja uma mãe que chore por seu filho estar na perdição deste mundo; não se desespere, confie e espere no Senhor. A viúva de Naim não podia imaginar que Jesus fosse aparecer quando o seu filho já estava morto e o devolvesse vivo...

Dizia São Martinho de Tours que “a intervenção da Providência Divina é tanto mais certa quanto menos prováveis os recursos humanos”. Quando tudo falha... Deus age.

Santa Mônica rezou longos 20 anos pela conversão do seu querido Agostinho, mas teve a alegria de vê-lo um dia convertido, e muito mais: sacerdote, bispo, santo, doutor da Igreja, um dos homens mais importantes que o mundo já viu. Tudo porque ela não desanimou de rezar.

São Francisco de Sales dizia que “a Providência Divina demora o seu socorro para provocar nossa confiança”. Deus firma a nossa confiança provando-a. Não tem outro jeito. Portanto, não se aflija durante a boa prova da confiança. Seja corajoso. Os méritos serão muito maiores.

Santa Terezinha gostava de lembrar que “a nossa desconfiança é o que mais fere o Coração de Jesus”. Na mesma linha de pensamento, São Bernardo, o grande santo doutor, afirmava: “Possuireis todas as coisas sobre as quais se estender a vossa confiança. Se esperais muito de Deus, Ele fará muito por vós. Se esperais pouco, Ele fará pouco”.

Portanto, alma querida, confia muito, espera bastante, e não tenha receio de pedir muito; isso não é falsa humildade.

O autor da obra “A Imitação de Cristo” ensina que o “que o homem não pode emendar em si ou nos outros, deve sofrê-lo com paciência, até que Deus disponha de outro modo.”

Caiu? Levante-se! Peça a Deus o perdão. Perdoe a si mesmo e continue a caminhada. Não é porque perdemos uma batalha que vamos perder a guerra contra o pecado.

As tentações não nos afastam de Deus quando não cedemos a elas, mas nos aproximam ainda mais do Senhor. Muitos santos foram tentados horrivelmente. Sentir não é pecado, pecado é consentir. Enquanto você não for conivente com o erro, não pecou, mesmo que tenha de conviver com ele.

As tentações contra a pureza nos tornam mais castos quando as superamos; as tentações contra a ira nos tornam mais mansos; as tentações da gula nos tornam mais fortes na temperança. O combate contra a tentações nos fazem mais fortes e mais vigilantes.

Em meio à tentação parece que o inferno está contra nós; muitas vezes, vem o desânimo, o desejo de blasfemar, de desesperar, de se revoltar contra Deus... Calma, paciência, fé e abandono em Deus são necessários.

Santa Catarina de Sena, uma das três doutoras da Igreja, depois de uma fortíssima tentação, perguntou a Jesus: “Onde estavas, meu Jesus, durante esta tempestade?” E Jesus lhe respondeu: “No meio do teu coração.”

Muitos santos sofreram tentações de fé terríveis: Santa Terezinha, São Vicente, Santa Margarida. A esta última Jesus disse: “Serás perseguida pelo demônio, pelo mundo, e por ti mesma; as tuas três cruzes.”

Santa Terezinha, na luta contra as tentações da fé, dizia: “Pronunciei mais atos de fé no espaço de um ano do que em toda a minha vida passada.”

“A cada nova ocasião de combater quando o inimigo me quer provocar, procedo com valor. Como sei que o duelo é covardia, não enfrento o adversário, dou-lhe sempre as costas e corro, pressurosa para Jesus... É tão doce servir o bom Deus na noite na prova! Só temos esta vida para viver de fé” (idem).

Conhecemos bem a história do paralítico cujos bons amigos o fizeram chegar até Jesus, descendo-o pelo teto da casa; por isso, quando os pecados nos impedirem de chegar a Jesus, deixemos que os bons amigos, o sofrimento, o confessor e a confissão nos levem até Ele.

Talvez nem Santo Agostinho, nem Santa Maria Madalena, nem muitos outros santos se tivessem santificado se não tivessem caído. Foram grandes no pecado e grandes na santidade. Tiveram de tocar o chão duro para experimentar a misericórdia de Deus.

Nossas faltas fazem-nos conhecer experimentalmente e tocar com os dedos a nossa miséria e impotência e nos dá a humildade. As quedas nos ajudam a desprezar-nos e a confiar em Deus. São remédios contra o nosso orgulho, contra o amor-próprio, a presunção, etc. Por isso, ao cair, não podemos ficar pisoteando a alma, sem querer aceitar, por refinado orgulho, a própria queda, mas, ao contrário, dizer como ensina São Francisco de Sales: “Ó minha alma, pobre alma, levante, é grande a misericórdia de Deus”.

O grande santo também afirmava que “entre a Misericórdia e a miséria há uma ligação grande que uma não pode se exercer sem a outra.”

A nossa miséria nos confere um direito sagrado de confiar na Misericórdia. Ou me salvo, confiando na Misericórdia, ou me condeno desesperado, sem ela.

Não é à toa que Jesus mandou Santa Faustina escrever no quadro da Misericórdia: “Jesus, eu confio em Vós!”

Diante de Deus tem mais direito quem mais necessita. Entre muitos doentes, qual deles é atendido primeiro? É o mais enfermo. Foi para socorrer a nossa miséria que a Misericórdia baixou à terra.

Santo Agostinho dizia que até os nossos pecados contribuem para a nossa santificação quando os aproveitamos bem. Portanto, coragem e confiança, alma humana, que vive a cair!


Felipe Aquino

terça-feira, 16 de março de 2010

Programa Momento de Fé e Esperança Padre Orlando Maffei 16/03/2010

Guie sua semana com o Programa do PAdre Orlando Maffei

Artigo do Padre Orlando Maffei: Economia para a Vida

Economia para a vida

A economia existe para a pessoa e para o bem comum da sociedade, não a pessoa para a economia. Tem havido uma inversão de valores. A economia é simplesmente um instrumento que deve estar a serviço das pessoas, e não o contrário. O lema da Campanha da Fraternidade, a afirmação de Jesus registrada no Evangelho segundo Mateus: “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6, 24), nos propõe uma escolha entre os valores do plano de Deus e a rendição diante do dinheiro, visto como valor absoluto dirigindo a vida. O problema não é dinheiro em si, mas o uso que dele se faz. É útil como instrumento destinado ao serviço e intercâmbio de bens de uso, mas não pode ser o supremo comandante de nossos atos, o critério absoluto das decisões dos indivíduos e dos governos. Deve ser usado para servir ao bem comum das pessoas, na partilha e na solidariedade.

Nossa atitude diante do dinheiro mostra muito o tipo de pessoa que somos. Por isso Jesus diz: “Onde estiver o teu tesouro, ali também estará o teu coração” (Mt 6,21). Se o enriquecimento e a acumulação continuam a ser o sonho de nossa sociedade, os valores se invertem e colocamos em segundo plano a pessoa, sua vida, sua dignidade seu bem-estar. A relação com Deus e todas as demais aspirações humanas acabam por serem rebaixadas a valores secundários. Vemos assim que a acumulação, o não repartir, tem profundas conseqüências espirituais.

Manual da Campanha da Fraternidade Ecumênica - 2010

O pecado da soberba

Um amor desordenado por si mesmo

Esse mal constitui um desvio daquilo que é belo em nós e nos outros, uma corrupção que nega a Deus como primeiro princípio e último fim de tudo.

Quando o homem se esquece de que Deus é Autor e o princípio dos dons, surge evidentemente uma desordem, pois, a pessoa não busca mais honrar ao Senhor, mas a si própria. É uma espécie de idolatria, um amor desordenado por si mesmo. Não existe mais dependência de Deus; a pessoa passa a ser cativa do seu próprio pecado.

Por essa razão, a soberba produz uma esterilidade que se torna fonte de numerosos pecados.

Saiba mais sobre o assunto acessando os comentários adicionais:

Padre Eliano
Fraternidade Jesus Salvador

Deus nos ensina a amar o fracassado

A parábola do filho pródigo resume a história da salvação

No Santo Evangelho, narrado segundo São Lucas capítulo 15, vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens. Respondendo à crítica daqueles que se consideram justos, cheios de mérito e se escandalizam com a solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. Refletindo sobre a terceira parábola lucana, vemos que ela tem dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do “justo” que resiste ao amor do Pai.

Popularmente, nós a conhecemos como "A parábola do filho pródigo". Ela nos ensina a destacar a conversão na iniciativa de Deus. Em Sua Misericórdia, Ele prepara e aceita os primeiros sintomas de arrependimento. Como sempre, o Senhor está de mãos estendidas para nós. Quase nos toca, só falta um pequeno gesto nosso para que Ele nos abrace carinhosamente em Seu amor. Seu perdão é completo e sem reprovações. O Reino de Deus exulta de alegria quando um pecador é convertido.

Essa parábola [do filho pródigo] resume a história da salvação e constitui também uma síntese da história pessoal de cada um de nós. O filho mais novo se emancipa, fracassa e retorna. Da parte do pai é uma questão de amor e paciência. Da parte do filho é todo um processo psicológico de ida e volta, de fuga e retorno. Esse filho reflete uma situação comum na nossa humanidade: a imagem do homem pecador que se afasta de Deus e, depois, volta para Ele.

A saga do filho pródigo é uma história muito bonita, que mostra a grandiosidade de Deus e Seu infinito e misericordioso amor, e a nossa fragilidade, miséria e pecado.

O filho mais novo reconhece seus erros e volta, arrependido, esperando o menos, ou seja, que o seu pai o aceite como empregado. É motivo de festa para o genitor.

Mas essa história nos alerta para um erro oposto: o farisaísmo. Muitas vezes, estamos mais perto de Deus do que outros irmãos, mas, mesmo assim, o nosso egoísmo nos afasta d'Ele. Achamos que merecemos mais, que somos melhores do que os outros. O filho mais velho é também pecador, considera-se perfeito e se revolta pela festa que o pai faz para o mais novo.

O pai sai ao encontro de ambos, um muda de vida e é justificado, o outro fecha-se em sua soberba e egoísmo. Mas este também é filho e também é amado. Como disse o pai: “Tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu”.

É tempo de conversão. Mas não somente para aqueles que se afastaram de Deus e retornam. É preciso haver conversão, com a mesma intensidade, entre os que se consideram muito bons e até melhores do que o comum das pessoas. Assim somos convidados nestes dias, que nos antecedem a celebração da Páscoa do Ressuscitado, para procurarmos um confessionário e fazer uma boa confissão auricular, individual, acusando nossos pecados e pedindo a Misericórdia de Deus pela absolvição sacramental de um sacerdote.

A conversão, que é preparada por Deus, mas que exige a nossa atuação, é um processo lapidador, que vai nos tornando sempre melhores do que éramos, mas nunca melhores do que nossos irmãos.

Se todos e cada um de nós nos déssemos as mãos, não haveria – como para o Pai celeste não há - melhores, nem piores. Haveria, sim, uma multidão que quer se salvar, salvando o mundo. Sozinhos, nada somos. Juntos, unidos, despidos de egoísmo, seremos os construtores de um mundo melhor, mais fraterno, cheio de alegria, felicidade e paz. Em suma, plenos de Deus.

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora

terça-feira, 9 de março de 2010

Aborto: mais de 600 mil pessoas em protesto na Espanha

Agências e Avvenire


Manifestantes pedem respeito ao direito à vida
As ruas do centro da capital espanhola (Madrid) ficaram tomadas por um grande "Sim à vida" neste domingo, 7. O slogan é da Marcha Internacional pela Vida 2010, que aconteceu em cerca de 70 cidades espanholas e algumas na Europa, América Latina e Austrália.

A manifestação levou cerca de 600 mil pessoas às ruas de Madrid, em protesto à aprovação de uma lei proposta pelo governo do primeiro-ministro, José Luis Rodriguez Zapatero.

A nova regra libera completamente o aborto até a 14ª semana de gestação e permite que menores de 16 e 17 anos sejam submetidos à intervenção sob absoluta autonomia (e sozinhos), sem necessitar da autorização dos pais. Até o momento, o aborto era permitido somente em caso de violência sexual, mal-formação fetal ou grave risco físico e psicológico para a mãe.

"Algo que caracteriza nosso governo é um projeto para redefinir a identidade social e histórica da espanha moderna", cita Zapatero no livro-entrevista Retrato de um presidente, lançado em 2007.

Zapatero já enfrenta severas críticas e perdeu o apoio de grande parcela da sociedade, que o apoiava majoritariamente. Além das impopulares medidas para reprimir a crise econômica, a ação contraditória em campos delicados, como o do direito à vida, decepciona boa parte dos espanhóis, que nutre posições opostas às do primeiro-ministro.

Para o governo socialista, a norma representa um "progresso" para as mulheres espanholas. Mas isso é falso, conforme denuncia o Instituto de Política Familiar (IPF). Na maioria das nações europeias, é necessário que se justifique o porquê do aborto, e os menores não podem interromper a gravidez sem o consentimento dos pais.

A nova lei entrará em vigor daqui a quatro meses. O Chefe de Estado, Rei Juan Carlos de Bourbon, apesar de católico praticante, assinou a normativa no último dia 3. O texto foi publicado no Boletim Oficial do Estado no dia 4. Os bispos espanhóis declararam, em novembro do ano passado, que qualquer envolvido no processo de aprovação da nova lei entraria em processo de excomunhão automática.


Aborto na Espanha e na Europa

Um aborto a cada quatro minutos e meio. 13 abortos por hora. 317 por dia. Números alarmantes, em contínuo crescimento.

O negócio da interrupção voluntária da gravidez (98% dos procedimentos são realizados em clínicas privadas) não atravessa nenhuma crise na Espanha. Nos últimos dez anos (entre 1998 e 2008), os abortos aumentaram 115%, passando de 53.847 para 115.812 por ano. Em 2008, uma gravidez a cada cinco foi interrompida voluntariamente.

Apesar dos esforços do governo de Zapatero - que assegura que a nova lei do aborto alinhará a Espanha ao resto da Europa -, o triste panorama ibérico está em contradição com relação a inúmeros países vizinhos.

A Espanha é o país em que os abortos mais aumentaram. Enquanto Itália, Alemanha e Romênia (países em que foram registrados mais abortos nos últimos anos) apresentam queda nos números, o fenômeno continua em ascensão na Espanha.

Os abortos realizados no país, na última década, representam 87% do incremento total dos primeiros 15 países da União Europeia. É o que mostra o último relatório do Instituto de Política Familiar (IPF). Os cálculos são "terrivelmente" simples: na Espanha, os abortos crescem 5% ao ano. De acordo com o presidente do IPF, Eduardo Hertfelder, se a tendência não mudar, os números podem ultrapassar os 220 mil abortos por ano até 2020.

No futuro, abortar será ainda mais fácil.


Projeto social de Zapatero

De acordo com o diretor do Centro Europeu de Estudos sobre População, Ambiente e Desenvolvimento (Cespas), Riccardo Cascioli, "o projeto social de Zapatero é claramente totalitário e busca redefinir o direito à vida, o significado da família e a liberdade religiosa". "A política é criar o direito de criar novos direitos", complementou Zapatero no livro. "A ideia de uma lei natural que precede as leis dos homens é uma relíquia ideológica", assegurou o primeiro-ministro.

A nova legislatura (2009-2012) tem como programa uma redefinição do direito à vida: da procriação assistida à liberalização do aborto; da liberação da pílula do dia seguinte à eutanásia, bem como a pesquisa com embriões. Nesta perspectiva, Zapatero também persegue a eliminação do direito à objeção de consciência que, em suas palavras, "não pode ser desculpa permanente para desobedecer a lei".

"Também se inclui no projeto de Zapatero a consolidação da ideologia de gênero, proposto no Plano nacional de direitos humanos e também perpassada na educação sexual obrigatória. Com relação à religião, busca-se expeli-la da vida pública, substituindo a moral religiosa pela 'moral do Estado'", sublinha o diretor do Cespas.


Saiba mais sobre o aborto na Europa

Cristãos perseguidos na Terra Santa: Igreja pede solidariedade

Leonardo Meira

Da Redação


L'Osservatore Romano
Papa Bento XVI diante do Muro das Lamentações durante a viagem à Terra Santa, em maio de 2009
Os cristãos na Terra Santa enfrentam uma série de desafios. Além da redução drástica no número de fiéis - a ponto de já se poder falar em uma certa "luta pela sobrevivência" -, há uma espécie de vácuo legislativo no que diz respeito a normas que garantam o amplo acesso a direitos fundamentais, como a plena liberdade de culto e manifestação da fé.

O jornal alemão Der Spiegel sintetizou, no início deste mês, o cenário: "A ascensão do extremismo islâmico coloca uma pressão cada vez maior sobre os cristãos que vivem em países muçulmanos, que são vítimas de assassinatos, violência e discriminação. Os cristãos agora são considerados o grupo religioso mais perseguido em todo o mundo".

O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, solicitou que a Igreja Católica em todo o mundo apoie a Terra Santa. Em carta dirigida aos bispos divulgada nesta segunda-feira, 8, o Cardeal indica a oração, participação vigilante e generosidade concreta como meios de viabilizar esse apoio.

.: Carta ao episcopado mundial: incentivo para ajudar a Terra Santa - NA ÍNTEGRA

Frente ao problema da crescente emigração de cristãos, o purpurado lembrou a visita de Bento XVI à região em maio de 2009. "Sublinhando fortemente o problema incessante da emigração, Sua Santidade recordou que 'na Terra Santa há lugar para todos!'. Exortou as autoridades a favorecer a presença cristã, mas ao mesmo tempo assegurou aos cristãos daquela Terra a solidariedade da Igreja".

Ao destacar que a Igreja na Terra Santa deve se manter como testemunha das grandes obras da salvação, o Cardeal Sandri enfatizou: "Os cristãos do Oriente têm, com efeito, uma responsabilidade que é da Igreja universal, a de custodiar as "origens cristãs", os lugares e as pessoas que deles são sinais, para que estas origens sejam sempre a referência da missão cristã, a medida do futuro eclesial e de sua segurança. Portanto, merecem o apoio de toda a Igreja".


Desafios

Uma breve consulta ao Observatório da Liberdade Religiosa no Mundo - mantido pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) - oferece uma ideia da gravidade da situação enfrentada pelos cristãos na Terra Santa.

A plataforma online disseca, através de exemplos, números e análises, o contexto em Israel e na Palestina.

"Em relação ao culto, os cristãos também são vítimas de discriminação e de incômodos. Os domingos não são dias de descanso em Israel e um estudante cristão pode mesmo ver-se obrigado a fazer um exame no Domingo de Páscoa. Os extremistas judeus atacam também por vezes os Cristãos. No início de Março de 2006, três israelitas, um homem e uma mulher e a sua filha, usando um carrinho de bebé no qual tinham escondido pequenas latas de gás, lançaram fogos de artifício para dentro da Basílica da Anunciação, em Nazaré, durante uma cerimónia religiosa (La Croix, 6 de Março de 2006). Também os vistos para os padres e as religiosas que vêm do mundo árabe nem sempre são aprovados e as autoridades são livres de tomar as suas próprias decisões sobre esta questão", reporta o Observatório.

Na Palestina, "nos últimos anos, o dia a dia dos Cristãos deteriorou-se devido ao aumento da pressão e da intimidação por parte dos Muçulmanos. De acordo com Afaf Abou Habil, um professor da escola primária em Nablus (Margem Ocidental), 'desde a primeira Intifada (1987), o preconceito contra os Cristãos aumentou. Nós somos acusados de não participar suficientemente na batalha e de cooperar com os americanos e israelitas. Eles dizem que nós somos estrangeiros. Os que espalham estas ideias são ignorantes; o problema é que são cada vez mais' (La Croix, 18 de Maio de 2006)".

De acordo com a ferramenta disponibilizada pela Fundação AIS, "os Cristãos da Terra Santa encontram-se divididos em três 'famílias' e treze confissões religiosas. O grupo 'Ortodoxo' (no sentido da sua separação de Roma) é o mais numeroso e inclui os Ortodoxos Gregos (população árabe, hierarquia grega), os Armênios, os Siríacos, os Coptas, os Etíopes e os Russos. O grupo Católico inclui os Latinos, os Greco-melkitas (trata-se dos árabes do rito bizantino), os Siríacos, os Armênios e os Maronitas. Por último, os Protestantes nesta região incluem os Anglicanos e os Luteranos, sob uma diocese comum. Também existem os cristãos de origem judaica que surgiram em cena mais recentemente".

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