segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Papa define Agricultura como recurso indispensável para o futuro


O Papa Bento XVI defendeu que a crise econômica em curso é "o momento para uma chamada a revitalizar a agricultura não no sentido nostálgico, mas como recurso indispensável para o futuro". (Veja mais em nosso Portal)

Vida e Esperança - Artigo Padre Orlando Maffei


A vida é, eu creio e digo, uma dádiva e um presente de Deus. Todos nós esperamos ansiosos a vinda de uma criança que trás alegria e felicidade para uma família. (Veja mais em nosso Portal)

3° Romaria Diocesana a Aparecida - Com participação de todas as comunidades da Paróquia

No próximo dia 20 de novembro de 2010, estará acontecendo no Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida, a 3° Romaria da Diocese Araçatuba. No dia 19, ônibus com fiéis de todas as comunidades de nossa Paróquia, estarão partindo rumo a Aparecida do Norte, onde participarão de missa presidida pelo nosso Bispo Diocesano Dom Sergio Krzywy. (Veja mais em nosso Portal)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Programa Momento de Fé e Esperança com Padre Orlando Maffei 24/07/2010

Todos os sábados, Padre Orlando Maffei nos guia a semana com a Palavra de Deus! Assista

sábado, 10 de julho de 2010

Programa Momento de Fé e Esperança com Padre Orlando Maffei 10/07/2010

Todo Sábado, Padre Orlando Maffei direciona nossa semana com a Palavra de Deus com base na Liturgia Dominical

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Programa Momento de Fé e Esperança com Padre Orlando Maffei 03/07/2010

Todos os sábados, Padre Orlando Maffei nos direciona através da Palavra de Deus com base na Liturgia Dominical. Veja o último!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Igreja São Geraldo realiza Retiro para a Comunidades


No dia 13 de junho de 2010, a Igreja São Geraldo, pertecente à Paróquia Sant'Ana de Araçatuba, realiza Retiro para a Comunidade (clique no link e veja mais em nosso Portal)

Encerramento do Ano Sacerdotal e Lançamento do Portal da Diocese Araçatuba

No último dia 11 de junho de 2010, a Diocese Araçatuba celebrou o Encerramento do Ano Sacerdotal na Catedral de Araçatuba e também lançou o seu Portal (clique no link e veja mais em no Portal Diocesano)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pedro, advogado e missionário

Pedro Fukuyei Yamaguchi Ferreira, 27 anos, filho de Paulo Teixeira Ferreira, deputado federal pelo PT-SP e da advogada Alice Yamaguchi Ferreira, chegou em São Gabriel da Cachoeira no dia 02 de março. Integrava o Projeto Missionário Sul 1 (dioceses de São Paulo) – Norte 1 (Amazonas e Roraima). Veio trabalhar como assessor jurídico da diocese e servir os Povos Indígenas que representam mais de 95% da população. Morava na casa do bispo, onde funcionava também seu escritório.

No dia 01 de junho, perto do meio dia, Pedro foi banhar-se no Rio Negro e foi arrastado pela correnteza. Seu corpo foi encontrado 48hs depois em Tapereira, a mais de 40 quilômetros de São Gabriel. Morte trágica, inesperada, prematura. Como entendê-la?

Com muitas lágrimas e emoção acompanhei a despedida dele em São Paulo. No dia 04/06 a catedral da Sé ficou repleta de parentes, amigos, agentes da pastoral carcerária, desembargadores, promotores, juízes, advogados. No meio da multidão encontravam-se Eduardo Suplicy, Luiza Erundina, Michel Temer, Paulo Vanuchi, Francisco Witaker da Silva, Benedito Prezia, para citar apenas os que pude reconhecer.

Às 14hs, com Dom Angélico Sândalo Bernardino e trinta presbíteros celebramos a Eucaristia. Mas sem o corpo presente. Uma avaria no avião que o transportava obrigou um pouso forçado em Nova Floresta, no Mato Grosso. O corpo chegou somente às 19:30hs e foi velado na catedral. No dia 05/06, às 08hs, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a Missa de despedia e a encomendação. Às 10hs foi sepultado no jazigo da família, no cemitério da Vila Alpina. Enquanto cada um colocava um punhado de terra vermelha sobre o caixão, jovens advogados amigos entoavam o samba “Silêncio no Bexiga”, de Geraldo Filme:

  • “Silêncio, o sambista está dormindo.
  • Ele foi, mas foi sorrindo
  • A notícia chegou quando anoiteceu
  • Escola, eu peço o silêncio de um momento
    O Bexiga está de luto
    O apito de Pato n`água emudeceu”.

Quem era o Pedro? Recebeu o nome em homenagem a Dom Pedro Casaldáliga. Seu padrinho de Crisma foi Dom Angélico Bernardino. Seus pais são membros da Fraternidade Secular de Charles de Foucuald, militantes nos movimentos sociais. Formou-se em direito pela PUC de São Paulo. Estagiou em grandes escritórios de advocacia, mas encontrou-se realmente durante os três anos em que atuou como assessor jurídico da Pastoral Carcerária sob a coordenação do Pe Valdir João da Silveira. Foi neste serviço que nasceu o sonho de ser missionário na Amazônia. E o Pe Valdir, meu amigo, não podendo mais retê-lo, encaminhou-o para ajudar na diocese mais longínqua, mais isolada, mais indígena e mais pobre do Brasil, no noroeste do Amazonas.

Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas, representando os bispos de São Paulo, presidiu a missa de envio do Pedro. Estavam com ele o Pe João Paulo da Silva, que também veio a São Gabriel e a Prof. Maria Soares de Camargo que foi para Roraima. Na ocasião o Pedro disse: “Esta decisão é fruto de um antigo desejo de sentir na pele o que as pessoas mais simples e esquecidas sentem. E a partir desta partilha, colaborar para a transformação da realidade”.

Pedro era baixo. Os olhinhos japoneses, herança da mãe, o tornavam parecido com os Povos Indígenas. Como os índios das vinte e três etnias do Rio Negro se consideram parentes, Pedro já tinha sido adotado como parentes deles. Era alegre, comunicativo, bem humorado, corintiano, apaixonado por samba e futebol. Na camiseta que deixou sobre a pedra antes de entrar no rio está escrito: “Corintians, aqui tem um bando de loucos que nunca vai te abandonar!”. No o dia em que chegou em São Gabriel, no fim da tarde, viu um jogo de futebol atrás da escola, ao lado da casa do bispo. Vestiu sua roupa de esporte e dirigiu-se para lá. Logo foi convidado para entrar no jogo. Como perceberam que jogava bem o contrataram para jogar no time da Vila Boa Esperança e participar de um torneio que iniciaria alguns dias depois. Camisa 10, goleador, não demorou para ser eleito capitão do time.

No dia seguinte acompanhei-o na visita cadeia, onde sua vinda já era aguardada com grande expectativa. Passou a tarde conversando com cada presidiário. À noite relatou-me suas preocupações. Encontrou chefes de família retidos há muito tempo e o último júri popular havia acontecido há mais de cinco anos. Além disso, havia jovens envolvidos em pequenos delitos e uso de drogas. Não demorou para encontrar uma solução. Em comum acordo com a juíza e o Pe Jorge, administrador diocesano, sugeriu que cinco deles fossem contratados para trabalhar na reforma da cúria, iniciada há poucos dias. A proposta foi aceita. E dos cinco jovens, apenas um desistiu. Pedro foi a sua procura até encontrá-lo e motivá-lo para ingressar na Fazenda da Esperança. Perguntei ao Pedro o que tinha combinado com eles pelo preço da liberdade. Foram duas coisas. Não poderiam decepcionar o bispo que estava apostando neles, inclusive oferecendo um emprego. E se precisassem de algum dinheiro, não deveriam roubar nem assaltar. Era só pedir que ele daria um jeito.

Em pouco tempo tornou-se conhecido e merecedor da confiança de todos. Ele mesmo, em carta dirigida aos amigos, descreve o seu dia a dia: “Aqui em SGC a vida está bem. O fato de respirar um ar puro, tomar banho no rio, olhar a selva, jogar bola, morar do lado do trabalho, tem sido importante.Tenho trabalhado bastante. As pessoas têm me procurado, querem falar com o advogado da Diocese, ficam aliviadas quando sabem que eu não cobro pelo trabalho. Procuram por todas as demandas, cíveis, criminais, familiares, etc. Aqui faltam profissionais de todas as áreas! Tenho feito semanalmente visita ao presídio. Isso tem me possibilitado estender as visitas aos familiares e assim conheço a realidade da vida deles, um pouco da cultura e também a miséria que atinge a cidade, sobretudo aqueles que vem das comunidades do interior. A Pastoral Carcerária tem me inserido também no contexto local.Talvez o principal problema daqui seja o álcool e o crescente uso de drogas pelos jovens - pasta base de cocaína que vem da Colômbia. Isso gera muita violência, algumas mortes, famílias destruídas. Com o Dom Edson visitamos a nova promotora de justiça e conversamos sobre justiça restaurativa. Ela se mostrou aberta a essa justiça. Eu quero trabalhar para mostrar que cadeia não funciona e que temos de achar outras soluções, sobretudo com os Povos Indígenas, que têm peculiaridades culturais próprias”.

Bastam estas palavras para perceber as lutas e os sonhos do Pedro. Ele ficava indignado quando ficava sabendo que advogados cobravam verdadeiras fortunas para defender pequenas causas. E as famílias pobres deviam desfazer-se da casa, do terreno, e outros bens indispensáveis para sobreviver.

Na hora de reestruturar a rádio comunitária Novo Milênio, Pedro foi eleito vice-presidente para trabalhar ao lado da Ir Claudina, assessora da Pastoral da Juventude. Com muita criatividade e audiência apresentava um programa musical denominado “Samba e Cidadania”.

A mãe Alice, após a Missa na Catedral, ainda arrancou forças para dar este testemunho: “Quando soube que o Pedro tinha desaparecido no Rio Negro tive a sensação de que não resistiria diante de tamanha dor. Mas, na medida em que fui recebendo visitas, telefonemas, abraços de tantas pessoas amigas que não via há tempo, este rede humana de solidariedade foi me reanimando e consolando. Percebi que meu filho era amado e tinha ajudado a muitas pessoas. Além disso, quem sou eu para me revoltar contra Deus? O Pedro estava onde desejou trabalhar como voluntário. Através de freqüentes telefonemas sempre me dizia que estava muito contente. Meu filho morreu feliz no meio do rio, da floresta, entre os Povos Indígenas. Apesar de sua breve existência, ele soube viver tão intensamente que tenho a impressão de que ele viveu 100 anos em 27”. Enquanto escutava estas comoventes palavras, pensei comigo: é verdade, no coração da Amazônia, o Pedro viveu 03 anos em 03 meses!

Passei o dia 06/06 com a família do Pedro em sua residência. Paulo e Alice, Caio, Ana, Manuela, Laís e Júlia. Entre lágrimas e risos, olhamos fotos, vimos imagens, escutamos canções que recordavam o Pedro, Pedrinho, Pedrão. Fizemos a memória da passagem meteórica do Pedro que soube amar e servir as pessoas e as grandes causas precursoras de “um novo céu e uma nova terra” (Ap 21). Na hora do almoço, preparado em mutirão, fui convidado a ocupar o lugar em que o Pedro costumava sentar-se. Chegou também o Fernando Haddad, ministro da educação. Começamos a refletir como levar a diante a luta do Pedro e que projetos concretos realizar em São Gabriel da Cachoeira. É a semente preciosa e fecunda do Pedro que, mal caída na terra, já começa a produzir frutos (Jo 12,24).

Pedro compreendeu e viveu a proposta radical de Jesus: “Quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará” (Mc 8,35). Pedro testemunhou que a vida não é um capital para ser acumulado, mas um dom de Deus para ser partilhado. Vida a serviço da vida dos pobres, dos Povos Indígenas para pagar-lhes a imensa dívida social que lhes devemos pelos massacres e genocídios perpetrados desde o “descobrimento”.

Pedro andou pela vida conduzido pelas bem-aventuranças dos “que têm fome e sede de justiça” (Mt, 5). Por isso já escutou de Jesus: “Vem bendito de meu Pai...Tudo o que fizeste a um destes mais pequeninos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizeste! Recebe em herança o Reino que meu Pai te preparou desde a criação do mundo” (Mt 25, 34 e 40).

Dom Edson Damian

O pagador de promessas

Certa vez, um homem cheio de problemas financeiros e judiciais prometeu solenemente que, se eles fossem solucionados, venderia a sua mansão e doaria o dinheiro conseguido com a venda para a igreja. Graças a Deus as coisas foram melhorando e todas as questões foram resolvidas. Nesta altura, porém, ele não queria mais se desfazer de tanto dinheiro. Começou a pensar como pagar a promessa sem ter tanto prejuízo. Colocou a casa à venda por uma moeda de ouro, mas junto com a casa, o comprador deveria também adquirir o cachorro que lá estava, e que o dono tinha avaliado em dez mil moedas de ouro. Poucos dias depois, apareceu uma pessoa disposta a comprar a casa e o cachorro. O comprador pagou tudo direitinho. Assim, o vendedor deu a moeda de ouro para a igreja, que era o preço da casa, e ficou com as dez mil moedas de ouro que era o preço do cachorro. Promessa é promessa.

Uma história de dívidas, mentiras e enganos. Não muito diferente da situação na qual se encontrou Jesus no evangelho deste domingo. De um lado temos um fariseu, rico, todo preocupado com as aparências e o cumprimento da Lei, incapaz de ver além dos gestos exagerados da prostituta que chorava ajoelhada aos pés de Jesus. Um fariseu tão fechado na sua pureza que nem passou por sua cabeça que o profeta Jesus pudesse enxergar aquela mulher não como uma pecadora pública, mas como uma filha de Deus, carente de misericórdia e não de julgamento. Um fariseu que devia ter convidado Jesus mais por curiosidade, ou desafio, do que por querer aprender com ele. Com efeito, apesar de todas as normas a respeito das purificações, ele não tinha oferecido água para lavar os pés de Jesus; não tinha derramado óleo na cabeça dele, e nem oferecido o beijo da saudação. Simão devia, sem dúvida alguma, desconfiar de Jesus. Acolhê-lo em casa já era muito, podiam denunciá-lo ao Conselho dos Anciãos por aquilo que estava fazendo. Passar por amigo dele? Nem pensar. Não valia a pena manchar a sua reputação.

Do outro lado está a mulher pecadora. Ela já não tinha mais nada a perder. Era conhecida demais na cidade e muitos daqueles hipócritas, que a condenavam de dia, eram seus clientes na escuridão da noite. Com a sua intuição feminina, tinha certeza de que Jesus não iria expulsá-la. Assim se jogou aos seus pés, chorando lágrimas de libertação. Algo lhe dizia que podia confiar naquele homem que todos chamavam de profeta. Os seus pecados eram grandes demais para continuar a guardá-los somente na sua consciência. Quantas vezes havia se desesperado com a sua situação. A morte por apedrejamento era um risco constante; talvez um castigo merecido pelas famílias destruídas, pelos jovens seduzidos, pelo dinheiro sujo adquirido com a venda o seu corpo. Ninguém mais a olhava como uma pessoa. Era um objeto desejado, que se oferecia a quem pagava melhor. A sua vida estava sem saída, até aparecer aquele homem que falava de perdão e de vida nova.

É nessa situação que Jesus conta a parábola dos dois devedores, e ainda pergunta a Simão quem ficou mais feliz com o perdão da dívida. “Aquele ao qual perdoou mais!”, respondeu o anfitrião. Ao menos isso ele entendeu: a gratidão daquele a quem foi perdoada uma quantia muito grande. A mulher estava consciente dos seus pecados, por isso mostrou muito amor a Jesus. O fariseu não. Por achar-se perfeito, sem precisar de perdão nenhum, perdeu a oportunidade de fazer a experiência de receber a misericórdia e perdeu, também, a de oferecer o perdão. Estava tão orgulhoso e seguro da sua superioridade a respeito da pobre mulher; por isso não amou e nem se deixou amar pelo coração misericordioso de Jesus. Ela, a condenada, a sem valor, ficou feliz. Ele, o famoso Simão, deve ter corado, por ter acolhido tão mal a Jesus. Talvez tenha ficado com raiva pela liberdade e a autoridade com a qual Jesus cumpria os seus gestos e oferecia perdão a quem o pedia arrependido.

Perdemos o senso do pecado. Não pedimos mais desculpa de nada e a ninguém. Não sabemos mais perdoar; raramente pedimos perdão. Vendemos cachorros caros para enganar e não dar aos outros o que tínhamos prometido. Desse jeito, ninguém aparecerá para nos agradecer. Não teremos nem lágrimas e nem perfume.

Dom Pedro José Conti

“Cartilha Eleições 2010: O chão e o horizonte” já vendeu 18 mil exemplares


Quase dois meses depois de seu lançamento, a cartilha “Eleições 2010: O chão e o horizonte” - teve grande aceitação e até o momento já vendeu pouco mais de 18 mil exemplares. Elaborada pelo Conselho Nacional de Leigos do Brasil (CNLB); Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP); Centro Nacional de Fé e Política “Dom Helder Câmara” (Cefep); Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (Ibrades) e Pastorais Sociais da CNBB, a cartilha trata-se de um subsídio ao eleitor, em preparação às eleições 2010.

Para fazer o pedido da cartilha, o interessado deve entrar em contato com a editora Scala nos telefones (62) 4008-2350 08007038353; pela internet no site www.cpp.com.br , ou no e-mail: vendas@cpp.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. . O preço da cartilha por unidade e de R$ 1,00.

Fonte: CNBB

Mendes - Assessor de Comunicação


Catequese de Bento XVI - resumo da Viagem apostólica ao Chipre

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede

Queridos irmãos e irmãs!


Hoje desejo concentrar-me na viagem apostólica ao Chipre, que, em muitos aspectos, colocou-se em continuidade com aquelas anteriores na Terra Santa e Malta. Graças a Deus, esta visita pastoral correu muito bem, porque felizmente alcançou seus objetivos. Já por si mesma constitui-se como um acontecimento histórico; de fato, nunca antes o Bispo de Roma havia ido naquela terra abençoada pelo trabalho apostólico de São Paulo e São Barnabé, e tradicionalmente considerada parte da Terra Santa. Nos passos do Apóstolo dos gentios, tornei-me um peregrino do Evangelho, em primeiro lugar para fortalecer a fé das comunidades católicas, pequena mas vibrante minoria na Ilha, incentivando-as também a prosseguir o caminho rumo à plena unidade entre os cristãos, especialmente com os irmãos ortodoxos. Ao mesmo tempo, desejei idealmente abraçar todos os povos do Oriente Médio e abençoá-los em nome do Senhor, pedindo a Deus o dom da paz. Experimentei uma cordial acolhida, que me foi reservada em toda a parte, e gostaria de aproveitar esta oportunidade para expressar novamente a minha viva gratidão, em primeiro lugar, ao Arcebispo do Chipre dos maronitas, Dom Joseph Soueif, e Sua Beatitude Dom Fouad Twal, em conjunto com seus colaboradores, renovando a cada um o meu apreço pelo seu trabalho apostólico. Minha gratidão vai também para o Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa do Chipre, em particular a Sua Beatitude Chrysostomos II, Arcebispo de Nova Justiniana e de todo o Chipre, que tive a alegria de abraçar com amor fraternal, assim como o Presidente da República, a todas as autoridades civis e a todos que de diversos modos esforçaram-se para o êxito desta minha visita Pastoral.


Ela iniciou no dia 4 de junho, na antiga cidade de Paphos, onde me senti envolto por uma atmosfera que parecia quase a síntese perceptível de dois mil anos de história cristã. Os vestígios arqueológicos ali encontrados são o sinal de uma antiga e gloriosa herança espiritual, que ainda hoje mantém um forte impacto na vida do país. Diante da igreja de Santa Ciriaca Chrysopolitissa, lugar de culto ortodoxo aberto também aos católicos e anglicanos localizado dentro do sítio arqueológico, desenvolveu-se uma tocante celebração ecumênica. Com o Arcebispo ortodoxo Chrysostomos II e representantes das comunidades armena, luterana e anglicana, fraternalmente renovamos o recíproco e irreversível compromisso ecumênico. Tais sentimentos manifestei sucessivamente a Sua Beatitude Chrysostomos II no cordial encontro em sua residência, durante o qual pude constatar o quanto a Igreja Ortodoxa do Chipre está ligada ao destino daquele povo, preservando devota e grata memória do Arcebispo Makarios III, comumente considerado pai e benfeitor da Nação, ao qual desejei também eu render homenagem permanecendo brevemente diante do monumento que o representa. Este enraizamento na tradição não impede à comunidade ortodoxa estar empenhada com decisão no diálogo ecumênico juntamente com a comunidade católica, ambas animadas pelo sincero desejo de reconstruir a plena e visível comunhão entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente.


Em 5 de junho, em Nicósia, capital da Ilha, comecei a segunda etapa da viagem, visitando o presidente da República, que me acolheu com grande cortesia. Ao encontrar as autoridades civis e o Corpo diplomático, reiterei a importância de fundar a lei positiva sobre princípios éticos da lei natural, com o fim de promover a verdade moral na vida pública. Foi um apelo à razão, baseado sobre princípios éticos e carregado de implicações exigentes para a sociedade de hoje, que muitas vezes não reconhece mais as tradições culturais sobre as quais está fundada.


A Liturgia da Palavra, celebrada na escola primária de São Marun, representou um dos momentos mais sugestivos do encontro com a Comunidade católica do Chipre, nas suas componentes maronita e latina, e me permitiu conhecer de perto o fervor apostólico dos católicos cipriotas. Isso se expressa também através de atividades educativas e assistenciais com dezenas de estruturas, que são colocadas ao serviço da coletividade e são apreciados pelas autoridades governamentais, bem como por toda a população. Foi um momento de alegria e celebração, animado pelo entusiasmo de numerosos bebês, crianças e jovens. Não faltou o aspecto da memória, que tornou perceptível de modo comovente a alma da Igreja Maronita, a qual exatamente neste ano celebra os 1600 anos da morte do Fundador, São Marun. Neste contexto, foi particularmente significativa a presença de alguns católicos maronitas provenientes de quatro lugarejos da Ilha, onde os cristãos são pessoas que sofrem e esperam; a eles, desejo manifestar a minha paterna compreensão por suas aspirações e dificuldades.


Naquele mesma celebração pude admirar o compromisso apostólico da comunidade latina, guiada com solicitude pelo Patriarca latino de Jerusalém e zelo pastoral pelos Frades Menores da Terra Santa, que se colocam ao serviço das pessoas com perseverante generosidade. Os católicos de rito latino, muito ativos no âmbito caritativo, reservam uma atenção especial aos trabalhadores e aos mais necessitados. A todos, latinos e maronitas, assegurei a minha lembrança na oração, incentivando-os a testemunhar o Evangelho também mediante um paciente trabalho de confiança recíproca entre cristãos e não cristãos, para construir uma paz duradoura e uma harmonia entre os povos.


Desejei repetir o apelo à confiança e à esperança durante a Santa Missa celebrada na paróquia da Santa Cruz, na presença dos sacerdotes, pessoas consagradas, diáconos, catequistas e expoentes de associações e movimentos leigos da Ilha. Partindo de uma reflexão sobre o mistério da Cruz, fiz então um apelo urgente a todos os católicos do Oriente Médio a fim de que, apesar de grandes provações e as bem conhecidas dificuldades, não cedam ao desânimo e à tentação de emigrar, posto que sua presença na região constitui um insubstituível sinal de esperança. Garanti-lhes, especialmente aos sacerdotes e religiosos, a amorosa e intensa solidariedade de toda a Igreja, assim como a incessante oração a fim de que o Senhor lhes ajude a serem sempre presença alegre e pacificadora.


Definitivamente, o momento culminante da viagem apostólica foi a entrega do Instrumentum laboris da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos. Tal ato aconteceu no domingo, 6 de junho, no Ginásio de Esportes de Nicósia, ao final da solene Celebração eucarística, da qual participaram os Patriarcas e Bispos das diversas comunidades eclesiais do Oriente Médio. Coral foi a participação do Povo de Deus, "entre cantos de alegria e louvor de uma multidão em festa", como diz o Salmo (42, 5). Disso fizemos uma experiência concreta, também graças à presença de muitos imigrantes, que constituem um grupo significativo da população católica da ilha, onde estão integrados sem dificuldade. Juntos, rezamos pela alma do falecido Bispo Dom Luigi Padovese, presidente da Conferência Episcopal da Turquia, cuja morte repentina e trágica nos deixou tristes e consternados.


O tema da Assembleia sinodal para o Oriente Médio, que se realizará em Roma no próximo mês de Outubro, fala de comunhão e de abertura à esperança: "A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho." Este importante evento configura-se, de fato, como um encontro da cristandade católica daquela área, nos seus diversos ritos, mas ao mesmo tempo como uma busca renovada de diálogo e coragem para o futuro. Portanto, será acompanhado pelo afeto orante de toda a Igreja, em cujo coração o Oriente Médio ocupe um lugar especial, porque é exatamente ali que Deus se deu a conhecer aos nossos pais na fé. Não faltará, no entanto, a atenção de outros sujeitos da sociedade mundial, especialmente os protagonistas da vida pública, chamados a trabalhar com constante empenho a fim de que aquela região possa superar as situações de sofrimento e conflito que ainda a afligem e re-encontrar finalmente a paz na justiça.


Antes de despedir-me do Chipre, desejei visitar a Catedral Maronita de Nicósia - onde estava presente também o Cardeal Pierre Nasrallah Sfeir, Patriarca de Antioquia dos Maronitas. Renovei minha sincera proximidade e minha fervorosa compreensão a toda a comunidade da antiga Igreja maronita espalhada na Ilha, a cujas margens os maronitas se dirigiram em vários períodos e foram muitas vezes duramente provados por permanecerem fiéis à sua específica herança cristã, cujas memórias históricas e artísticas constituem um patrimônio cultural para toda a humanidade.


Queridos irmãos e irmãs, retornei ao Vaticano com a alma cheia de gratidão a Deus e com sentimentos de sincero afeto e estima pelos habitantes do Chipre, pelos quais me senti acolhido e compreendido. Na nobre terra cipriota, pude ver o trabalho apostólico das diversas tradições da única Igreja de Cristo e pude quase sentir tantos corações pulsarem em uníssono. Exatamente como afirmava o tema da viagem: "Um só coração, uma só alma". A Comunidade católica do Chipre, nas suas articulações maronita, armena e latina, esforça-se continuamente para ser um só coração e uma só alma, tanto internamente como nas relações cordiais e construtivas com os irmãos ortodoxos e com outras expressões cristãs. Possam o povo do Chipre e as outras nações do Oriente Médio, com seus líderes e representantes da diversas religiões, construir em conjunto um futuro de paz, amizade e fraterna colaboração. E rezemos a fim de que, através da intercessão de Maria Santíssima, o Espírito Santo torne fecunda esta viagem apostólica, e anime no mundo mundo todo a missão da Igreja, instituída por Cristo para anunciar a todos os povos o Evangelho da verdade, do amor e da paz.


Papa retorna com "alma cheia de gratidão" da viagem ao Chipre

Bento XVI usou o tradicional chapéu conhecido como ''Saturno'' durante a Catequese, na Praça de São Pedro
A viagem apostólica à Ilha de Chipre foi o ponto central da Catequese de Bento XVI nesta quarta-feira, 9, na Praça de São Pedro.

"Queridos irmãos e irmãs, retornei ao Vaticano com a alma cheia de gratidão a Deus e com sentimentos de sincero afeto e estima pelos habitantes do Chipre, pelos quais me senti acolhido e compreendido", disse o Papa com referência ao país que visitou entre os últimos dias 4 e 6.

Acesse
.: OUÇA a Catequese do Papa (em italiano)


O aspecto histórico da visita vale ser ressaltado, já que esta foi a primeira vez que um Pontífice foi à Ilha. "De fato, nunca antes o Bispo de Roma havia ido naquela terra abençoada pelo trabalho apostólico de São Paulo e São Barnabé, e tradicionalmente considerada parte da Terra Santa", salientou.

O Santo Padre destacou que a Comunidade católica no Chipre esforça-se para ser um só coração e uma só alma, tanto em nível interno (ritos armeno, maronita e latino) quanto nas relações com os ortodoxos e integrantes de outras expressões cristãs.

"Possam o povo do Chipre e as outras nações do Oriente Médio, com seus líderes e representantes da diversas religiões, construir em conjunto um futuro de paz, amizade e fraterna colaboração. E rezemos a fim de que, através da intercessão de Maria Santíssima, o Espírito Santo torne fecunda esta viagem apostólica, e anime no mundo mundo todo a missão da Igreja, instituída por Cristo para anunciar a todos os povos o Evangelho da verdade, do amor e da paz".


Itinerário

Bento XVI disse que cumpriu sua viagem como um peregrino do Evangelho, lembrando que a presença na antiga cidade de Paphos lhe fez sentir como que "envolto por uma atmosfera que parecia quase a síntese perceptível de dois mil anos de história cristã".

Ali, aconteceu uma celebração ecumênica entre católicos, armenos, luteranos e anglicanos, além dos ortodoxos, que são maioria no Chipre e aos quais a história do país está fortemente relacionada.

"Este enraizamento na tradição não impede à comunidade ortodoxa estar empenhada com decisão no diálogo ecumênico juntamente com a comunidade católica, ambas animadas pelo sincero desejo de reconstruir a plena e visível comunhão entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente", desejou o Papa.

Bento XVI lembrou que propôs às autoridades civis e diplomatas a importância de se valorizar a lei natural para a promoção da verdade moral na sociedade. "Foi um apelo à razão, baseado sobre princípios éticos e carregado de implicações exigentes para a sociedade de hoje, que muitas vezes não reconhece mais as tradições culturais sobre as quais está fundada".

O Pontífice recordou também o encontro com a Comunidade católica, onde assegurou sua lembrança na oração, "incentivando-os a testemunhar o Evangelho também mediante um paciente trabalho de confiança recíproca entre cristãos e não cristãos, para construir uma paz duradoura e uma harmonia entre os povos".

Na Santa Missa celebrada na paróquia da Santa Cruz, o Papa fez uma reflexão sobre o mistério da Cruz e dirigiu um forte apelo aos católicos do oriente Médio, "a fim de que, apesar de grandes provações e as bem conhecidas dificuldades, não cedam ao desânimo e à tentação de emigrar, posto que sua presença na região constitui um insubstituível sinal de esperança".

A Missa em Nicósia, capital do país, para a entrega do Instrumentum laboris da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, que acontece em outubro, no Vaticano, é apontada pelo Papa como o momento culminante da visita.

"[Esse evento] será acompanhado pelo afeto orante de toda a Igreja, em cujo coração o Oriente Médio ocupe um lugar especial, porque é exatamente ali que Deus se deu a conhecer aos nossos pais na fé", disse, recordando que uma das intenções da celebração também era pela alma do falecido presidente da Conferência Episcopal da Turquia, o Bispo Dom Luigi Padovese.

Por fim, o Papa lembrou sua visita à Catedral Maronita de Nicósia: "Renovei minha sincera proximidade e minha fervorosa compreensão a toda a comunidade da antiga Igreja maronita espalhada na Ilha, cujas memórias históricas e artísticas constituem um patrimônio cultural para toda a humanidade".


Saiba mais sobre o Chipre

A capital do país é Nicósia. A população é de 794 mil habitantes, dos quais 25 mil são católicos (3,15% do total). Há uma circunscrição eclesiástica e 13 paróquias e um centro pastoral. Os bispos são 2, há 30 sacerdotes, 60 religiosos e um seminarista maior.

No total, 6.347 alunos frequentam os 22 centros de educação católicos (escolas maternais, primárias e secundárias). No que diz respeito a centros caritativos e sociais de propriedade da Igreja ou que são dirigidos por eclesiásticos ou religiosos, há dois hospitais, três ambulatórios, um asilo para anciãos, inválidos e deficientes e seis orfanatos e creches.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Para não quebrar a louça

Dentro da nossa Igreja sempre tivemos assuntos “perigosos”, nos quais basta deslocar as afirmações um pouco para um lado, ou para o outro, e a confusão está feita. Olhemos, por exemplo, para os assuntos essenciais da Trindade ou da Cristologia, buscados nos albores da Igreja. Pequenos desfoques de perfil, e o alvoroço campeava. Não queremos ser do número daqueles que acham que isso são filigranas insignificantes Vejamos, como ilustração, que isso é deveras importante. Se alguém crê que a Sagrada Escritura é inspirada por Deus, e outro nega, não existe possibilidade de essas duas pessoas viverem na harmonia da fé, na mesma comunidade. Desde cedo entre os cristãos houve aquele que estabelecia a unidade de todos. “Confirma os teus irmãos na fé” (Lc 22, 32). A Igreja também sempre definiu, com honestidade e clareza, se alguém - por motivos de rejeitar verdades estabelecidas - ainda continua fazendo parte da comunidade católica. Isso prossegue válido também hoje.

Um dos assuntos “perigosos” atualmente, é o ecumenismo. No afã de dar passos largos nessa paisagem, há pessoas que abrem mão de verdades fundamentais. Tanto de um lado como de outro. Tive ocasião de participar de um desses estudos, num congraçamento católico. Fiquei abismado com a frivolidade com que se acusava a Igreja. Havia espíritos “largos” e “abertos” que depositavam sobre os ombros da Mãe Igreja, as vestes mais rasgadas da infidelidade e do ódio. E mais do que isso. Consideravam todas as religiões cristãs igualmente verdadeiras, havendo apenas diferenças de acentuação. Ora, isso vai contra a nossa profissão de fé, onde declaramos solenemente: “eu creio na Igreja una”. Ela é única. Isso é até uma condição para entabolar diálogos ecumênicos: crer na veracidade da sua Igreja. Quem nisso não crê, faz uma conversa hipócrita. É verdade, temos muito a aprender de alguns de nossos irmãos separados. Não os convidamos a fazerem parte da nossa comunidade, a menos que eles espontaneamente o queiram. Respeitamo-los muito. Mas arrojos ecumênicos devem ser mantidos dentro dos ensinamentos do Concílio. Assim iremos mais longe, até atingir o que Cristo quer de nós. “Para que todos sejam um” (Jo 17, 11).

Dom Aloísio Roque Oppermann

Maria: modelo de louvor

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O 'Magnificat' nos faz viver cheios do Santo Espírito

A mulher e homem de louvor têm total adesão ao Senhor. Deus, de toda a eternidade, chamou o homem para o Seu louvor; essa é a nossa vocação, o nosso chamado. Infelizmente, o homem se afastou da glória por conta do pecado; mas Deus, como é fidelidade, quer salvá-lo desse mal [pecado]. A nossa vida precisa se tornar um eterno louvor. Aquela pessoa, que é chamada por Deus para o louvor, deve escolher a melhor parte. Qual é parte que você tem escolhido? Qual é o centro da sua opção? Isso toca na base da nossa história, muitas escolhas são feitas para a superficialidade.

Só pode amar quem realmente faz uma experiência com Deus. Peça ao Altíssimo a graça de uma visão sadia da vida. Esse louvor que nos alcança nos abre para o relacionamento, no qual nós vivenciamos a sinceridade, a verdade e a gratuidade; daí a comunidade se torna uma expressão de louvor.

Só o "homem novo" conhece o "canto novo" de louvor. Quem está preso canta um "canto velho", mas o "homem novo" canta com sua vida um "canto novo", em toda e qualquer circunstância.

Você foi criado para o louvor da glória de Deus, por isso não jogue o dom da sua vida fora! Seja você casado, consagrado, solteiro, seja em qual realidade de vida estiver, que você busque um coração unido a Deus, pois é próprio da alma que ama estar com o Amado.

O místico é aquele que, na intimidade, vai eleger o absoluto de Deus em Jesus Cristo. O místico é alguém aberto ao Espírito Santo. O místico, pela ação do Espírito Santo, faz do fiel que fala com Deus um orante, um homem de oração; do que fala a respeito de Deus, um teólogo; do que fala no lugar de Deus o Espírito Santo torna essa pessoa um profeta; daquele que fala em Deus o Espírito Santo o torna um místico, aquele que faz todas as coisas em Deus. Essa é a obra do louvor.

Como viver tudo isso? Precisamos de um modelo e a Virgem Maria é o nosso modelo. Mergulhemos na vida de Nossa Senhora para entender como se manifesta esse louvor. A Santíssima Virgem é modelo porque ela é toda transparente a Deus; aquele que quer viver o louvor da glória de Deus precisa ser uma pessoa transparente. Maria é modelo do anúncio profético da Igreja e para a Igreja. O "Magnificat", cantado por ela, expressa tudo isso. O "Magnificat" é o verdadeiro kairós, um tempo novo instaurado na história.

"E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, 47. meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48. porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49. porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. 51. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. 52. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. 53. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. 54. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55. conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre" (Lc 1,46-56)

Para onde está voltado o olhar da Virgem Maria? Totalmente fixado em Deus. Aquela, que acreditou, está com o olhar totalmente voltado para o Todo-poderoso. Você cantou o "Magnificat" com sua alma elevada ao Senhor? Se seu olhar está perdido é preciso colocá-lo sob o olhar d'Aquele que é o Absoluto, o Senhor; Ele recolhe sua alma e a lança no infinito, que é Ele.

Maria se volta para o Senhor, que é três vezes santo. É uma manifestação tão profunda que tudo silencia, por isso, para ser louvor, é preciso fazer a experiência do silêncio que nos cala. Maria é modelo de louvor porque está toda voltada para Deus Pai.

Diante do Altíssimo a criatura se conhece na verdade. Ela tem um coração que vivencia o autoconhecimento. É dessa forma que Nossa Senhora se sente no "Magnificat", olhada por Deus e ao mesmo tempo pequena. Permita hoje que o Senhor o olhe com amor. Maria se sente olhada e alcançada pelo amor de Deus, essa é a experiência do autêntico louvor. O conhecimento de si sem o conhecimento de Deus geraria o desespero. Quantas pessoas desesperadas há, porque experimentam a incapacidade diante da vida e por não conhecerem a Deus se desesperam.

A Santíssima Virgem Maria é a exaltação mais pura do conhecimento de Deus e de si. É a alegria, o júbilo da criatura amada pelo Criador. O "Magnificat" é um falar no Espírito, que não se pode compreender a não ser n'Ele mesmo [Espírito Santo de Deus].

O "Magnificat" não é apenas para ser recitado, mas vivido, é um cântico que nos faz viver cheios do Santo Espírito, cheios da graça de Deus! O caminho está vazio de si. Sem pequenez não existe o mais belo louvor de Deus. O belo louvor brota dessa experiência.

Seja livre e dócil. As palavras do Cântico de Maria ["Magnificat"] mostram o verdadeiro louvor e é decisivo porque o Messias chegou. O coração orante de Virgem Santíssima entoa tudo isso. Vamos orar como Nossa Senhora. Se o seu olhar hoje não está voltado para Deus é tempo de voltá-lo para o Senhor.

Padre Eliano
Fraternidade Jesus Salvador

Veja o Depoimento do nosso Bispo Dom Sérgio Krzywy sobre o Tríduo em Louvor à Santa Rita de Cássia



Veja o que nosso Bom Pastor, nosso Bispo Dom Sérgio, disse ao término do Tríduo em Louvor à Santa Rita de Cássia de Araçatuba. Clique aqui

Paróquia Sant'Ana de Araçatuba promoverá a 2° Festa do Boi no Rolete




No próximo dia 20 de junho, domingo, das 12h às 15 h, a Paróquia Sant'Ana de Araçatuba, promoverá a 2° Festa do Boi no Rolete, no Recinto de Exposição Clibas de Almeida Prado. (Veja mais informação em nosso Portal)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ó Precioso e Admirável Banquete!


O unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da sua divindade, assumiu nossa natureza, para que, feito homem, dos homens fizesse deuses. (Leia o restante em nosso Portal)

Conversão de São Paulo

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Por que Saulo (Paulo) perseguia a Igreja?

Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Ele apresentou-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco, a fim de levar, presos para Jerusalém, os homens e mulheres que encontrasse seguindo o Caminho (Atos 9, 1-2).

Por que Saulo (Paulo) perseguia a Igreja?

Pergunta que nos interroga, sensibiliza e abre uma grande lacuna. Por que Deus escolheu um perseguidor? Tanta gente boa! Mas vamos conhecer primeiro Saulo para podermos entender o porquê da pergunta.

Saulo era natural de Tarso da Cilícia, filho da tribo de Benjamim, a mesma do rei David. Filho de comerciantes ricos, cidadão romano, ligado à seita dos fariseus, aluno do glorioso rabino Gamaliel, zeloso defensor da Torá. Ele era fariseu, filho de fariseu e nascido entre os anos 5 e 10 da era cristã. “Circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu filho de hebreu; quanto à Lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na Lei, irrepreensível (Fl 3, 5-6)”.

Israelita orgulhoso, alma de fogo e coração íntegro, ainda jovem era conhecido apenas por seu nome judeu: Saulo. Ele se dedicava com sagrada paixão ao serviço de Deus, observando, rigorosamente, a religião de seu povo. Educado na cidade de Tarso e instruído aos pés de Gamaliel, segundo o rigor da Lei, era zelador de Deus. Saulo fora educado para ser fariseu.

Moldado intimamente por uma tradição à lei que o Judaísmo conservava fanaticamente, impulsionado pelo entusiasmo impetuoso da mocidade e abrasado em ânsias de proselitismo próprio do judeu, julgou que tinha missão religiosa para cumprir: combater o Cristianismo até destruí-lo. Por considerá-lo uma traição ao Judaísmo, perseguia os seguidores de Cristo, porque eles tinham abandonado a lei mosaica para seguir um tal de Jesus, que um monte de fanáticos cristãos pregavam e diziam que Ressuscitou dos mortos.

“Quanto a mim, achei que devia empregar todas os meios para combater o nome de Jesus, o Nazareu. Foi o que fiz em Jerusalém: encarcerei um grande número de santos, tendo recebido autorização dos chefes dos sacerdotes; e,quando eram mortos, eu contribuía com meu voto. Muitas vezes percorrendo todas as sinagogas, por meio de torturas quis forçá-los a blasfemar; e , no excesso do meu furor cheguei a perseguir-los até em cidades estrangeiras ( At 26, 9-11)”.

Como um bom judeu, intelectual e fiel à lei, ele precisava fazer alguma coisa para acabar com aqueles que estavam destruindo o judaísmo. Então, pede cartas de recomendação para perseguir e matar os seguidores do “caminho” (a fé em Jesus como Messias, modo de viver dos primeiros seguidores de Cristo). Naquele momento, Saulo era a pessoa melhor para fazer a “matança” dos cristãos, por ser jovem, audacioso, cheio de empolgação e com têmpera. Com efeito, quando Paulo se dirigia pelo caminho a Damasco, seu coração estava cheio de agressividade contra os cristãos; não porque fosse um homem mau, mas, ao contrário, porque era fiel às tradições segundo as quais havia sido formado. Estava cheio de agressividade, pois se sentia ameaçado por esta nova fé que opunha às suas tradições mais caras, nas quais fora ensinado. Era pelo amor de Deus que perseguia os inovadores.

Padre Reinaldo - Com. Canção Nova

MCCE divulga nota técnica a respeito do Ficha Limpa no TSE


Portal CNBB

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) divulgou nesta terça-feira, 1º, uma nota técnica a respeito do projeto de lei Ficha Limpa, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma comissão do movimento entregou o documento aos ministros da casa, antecedendo a sessão da noite. Leia a íntegra do documento abaixo:

NOTA TÉCNICA SOBRE A LEI DA FICHA LIMPA

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), rede de organizações sociais responsável pela campanha que culminou com a aprovação da lei complementar conhecida como “Lei da Ficha Limpa”, vem, respeitosamente, apresentar a Vossa Excelência as considerações abaixo:

I – Constitucionalidade

O projeto de iniciativa popular de que se originou a Lei da Ficha Limpa teve a sua apresentação motivada pelo que expressamente dispõe a Constituição e pela interpretação que a ela foi historicamente conferida pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Dispõe o § 9º do art. 14 da CF, que “lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta”.

Certamente o comando constitucional não poderia ser cumprido pela vetusta Lei Complementar n° 64/90. Muito diversamente, foi justamente a leniência dessa legislação que obrigou o Parlamento a aprovar a Emenda de Revisão n. 4/94 para tornar possível a consideração da vida pregressa no momento da definição de novas hipóteses de inelegibilidade.

Quando a LC n° 64/90 foi editada, o legislador sequer dispunha de autorização constitucional para levar em conta o passado dos candidatos quando da instituição de inelegibilidades. Por isso mesmo, desde logo o Tribunal Superior Eleitoral tratou de editar o Enunciado n° 13 da sua jurisprudência sumulada, o qual possui o seguinte teor:

Não é auto-aplicável o § 9º, Art. 14, da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional de Revisão nº 4/94
As decisões do Egrégio Tribunal Superior Eleitoral sempre fizeram alusão à necessidade da edição de uma lei complementar que corporificasse o desiderato constitucional de ver protegida a moralidade e a probidade administrativas pela via da instituição de inelegibilidades.

Diversos julgados voltaram a afirmá-lo, como foi o caso do RO nº 1069 – RJ, onde o relator, Min. Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira, assentou que “Na ausência de lei complementar estabelecendo os casos em que a vida pregressa do candidato implicará inelegibilidade, não pode o julgador, sem se substituir ao legislador, defini-los”.

Pois bem, seguindo essa orientação dimanada da nossa mais alta Corte Eleitoral, a sociedade brasileira tratou de recolher perto de 1,6 milhão de assinaturas em apoio a um projeto de lei de iniciativa popular, o qual restou aprovado pela unanimidade dos membros da Câmara e do Senado (já contando nesta data com parecer da Advocacia Geral da União que dá pela sua constitucionalidade).

A iniciativa da sociedade é toda ela voltada à observância dos princípios constitucionais da proteção, da moralidade e da probidade administrativas, todos eles expressamente reconhecidos no aludido § 9º do art. 14 da CF.

São esses os princípios que, ao ver das dezenas de organizações sociais que impulsionaram a Campanha Ficha Limpa, devem ser observados pelo legislador no momento da definição de novas hipóteses de inelegibilidade.

Além disso, o texto final da Lei da Ficha Limpa, que conta com o aplauso do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral acolheu um dispositivo introduzido pelo relator na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Trata-se do art. 26-C, para o qual chamamos a atenção de Vossa Excelência. Diz o dispositivo:

Art. 26-C O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1º poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, quando da interposição do recurso.

§ 1º. Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos de mandado de segurança e de habeas corpus.

§ 2º. Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente.

§ 3º. A prática de atos manifestamente protelatórios, por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso acarretará a revogação do efeito suspensivo.

Esse artigo é o fruto de um profundo e intenso debate entre parlamentares de todos os partidos e as organizações sociais responsáveis pela iniciativa popular. Ele contempla, de um lado, o reclamo geral pela observância de critérios legais para o impedimento de candidaturas que representem risco social e a observância dos direitos individuais dos candidatos.

Contemplou-se, assim, a possibilidade de participação eleitoral mesmo do candidato já condenado por um grupo plural de julgadores. Mas adotou-se medida compensatória, acorde com a necessidade social de que em tais hipóteses seus recursos sejam efetivamente julgados com maior brevidade.

Encontrou-se, em suma, a seguinte solução: estarão inelegíveis os condenados por órgãos jurisdicionais colegiados; mesmo estes estarão, todavia, admitidos a postular o mandato eletivo, desde que requeiram medida de natureza cautelar e se sujeitem, caso deferida a providência, a um regime de tramitação prioritária para o seu recurso. Aquele que vier a ser eleito após a obtenção da cautelar terá o seu diploma desconstituído se sobrevier a confirmação da condenação.

Trata-se do fruto de um meditado consenso entre a sociedade brasileira e o Congresso Nacional.

II – Inaplicação do princípio da anualidade

Diz o artigo 16 da Constituição que "A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência".

A Lei da Ficha Limpa não altera o "processo eleitoral". Dirige as suas lentes não para o sistema eleitoral, mas para os critérios ético-constitucionais necessários ao registro das candidaturas.

A própria Lei de Inelegibilidades - que o MCCE está querendo alterar por meio da Campanha Ficha Limpa - entrou em vigor em maio de 1990 e foi aplicada para as eleições daquele mesmo ano.

Na oportunidade, o Supremo Tribunal Federal firmou a seguinte orientação jurisprudencial:

“(...) prevalência da tese, já vitoriosa no Tribunal Superior Eleitoral, de que, cuidando-se de diploma exigido pelo art. 14, § 9º, da Carta Magna, para complementar o regime constitucional de inelegibilidades, à sua vigência imediata não se pode opor o art. 16 da mesma Constituição.” (RE 129.392, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 17-6-1992, Plenário, DJ de 16-4-1993.)

A observância da regra da anterioridade só diz respeito a mudanças que possam favorecer candidatos ou partidos em disputa, surpreendendo adversários e desequilibrando os pleitos. Normas de conteúdo ético-constitucional, como as previstas no Projeto de Lei da Ficha Limpa, não se submetem a tal exigência.

III – Aplicação a fatos anteriores

Sabemos que é usual, na redação de hipóteses de inelegibilidade, que se empregue o verbo no futuro do subjuntivo. Basta ver que a própria Lei de Inelegibilidades (LI), alterada pela iniciativa popular, já utilizava esse tempo de conjugação.

Exemplo disso é o texto atual do art. 1º, I, g, da LI. Segundo o dispositivo, “são inelegíveis os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas (...)”.

Essa redação estimulou candidatos a, logo após a edição da referida lei, questionarem a aplicação do dispositivo a casos pretéritos. Resultado disso foi a sedimentação da jurisprudência no âmbito do Supremo Tribunal Federal no sentido de que, as hipóteses de inelegibilidade abarcam, sim, fatos ocorridos no passado.

Vejam o que decidiu o STF:

EMENTA: - CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. INELEGIBILIDADE. CONTAS DO ADMINISTRADOR PÚBLICO: REJEIÇÃO. Lei Complementar nº 64, de 1990, art. 1º, I, "g".

(...)

II. - Inelegibilidade não constitui pena. Possibilidade, portanto, de aplicação da lei de inelegibilidade, Lei Compl. nº 64/90, a fatos ocorridos anteriormente a sua vigência (MS nº 22087-2, Rel.: Min. Carlos Velloso).

Como se vê, basta que o Supremo Tribunal Federal siga aplicando a sua jurisprudência sobre o tema para que a Ficha Limpa deite seu impacto sobre os que já se amoldam aos perfis repelidos pela inovação legislativa de origem popular.

Não se trata de uma eficácia retroativa, o que só ocorreria se a nova lei permitisse a desconstituição de mandatos obtidos na vigência da lei anterior. O que ocorre é apenas a aplicação de novos critérios de inelegibilidade, sempre baseados na confrontação entre circunstâncias fáticas e o conteúdo da lei.

Quando a Constituição vedou a sucessão por cônjuges e parentes, certamente não se imaginou permitir que aqueles que já estavam nessa condição antes da edição da norma pudessem participar do pleito.

Não se trata, como já se afirmou, de uma retroação do comando normativo, mas da aplicação dos seus efeitos a partir da edição da norma, confrontando-a com eventos passados.

Mas isso não encerra a questão. É que a Lei da Ficha Limpa prevê expressamente sua aplicação aos casos ocorridos antes da sua vigência, o que fica claro quando se lê o seu art. 3º, que se transcreve a seguir:

Art. 3º Os recursos interpostos antes da vigência desta Lei Complementar poderão ser aditados para o fim a que se refere o caput do art. 26-C da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, introduzido por esta Lei Complementar.

Trata-se de norma de transição, voltada a explicitar o mecanismo pelo qual pessoas já condenadas por instâncias colegiadas antes da edição da lei devem agir se pretenderem obter o benefício na suspensão cautelar da inelegibilidade previsto no art. 26-C da Lei da Ficha Limpa.

Referido dispositivo assenta de forma incontestável a incidência da inelegibilidade sobre os que sofreram condenações anteriores à vigência da lei de iniciativa popular.

Há ainda um argumento definitivo, capaz de auxiliar na interpretação do âmbito temporal de incidência da inovação legislativa.
Se fosse possível interpretar o dispositivo de modo a considerar que a aplicação dos novos institutos jurídicos não pode atingir fatos ocorridos no passado, chegaríamos à inadmissível conclusão de que grande parte dos que estariam inelegíveis na vigência da lei anterior estariam agora livres para lançarem-se candidatos.

Ficaríamos, assim, diante de uma situação insustentável: a liberação da candidatura de condenados por decisões criminais, por improbidade e por abuso de poder econômico e político ainda que transitadas em julgado, uma vez que a lei que hoje permite a limitação dessas candidaturas já estará revogada quando do registro das candidaturas.

Ou seja, a lei estaria sendo interpretada de um modo absolutamente inverso ao que motivou milhões de brasileiros e a unanimidade da Câmara e do Senado a vedar as candidaturas que a sociedade quis proibir.

A Campanha Ficha Limpa tem um sentido claro. A sociedade brasileira espera que suas normas sejam aplicadas desde logo, atingindo todos aqueles que estiverem incursos nas hipóteses delineadas na nova lei.

Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral

Papa entrega instrumento de trabalho do Sínodo para o Oriente Médio

Rádio Vaticano


Papa saúda fiéis presentes no Ginásio de Esportes Elefthería de Nicósia, capital de Chipre, para a Santa Missa deste domingo
A viagem do Papa Bento XVI a Chipre alcançou este domingo, 6, o seu ápice com a publicação do Instrumento de Trabalho (Instrumentum Laboris) da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos. O ato ocorreu durante a celebração da Santa Missa no Ginásio de Esportes Elefthería de Nicósia, capital da Ilha.

Na presença de seis mil fiéis, entre os quais os patriarcas e os bispos católicos do Oriente Médio, o Papa desenvolveu sua homilia sobre o Corpo e Sangue do Senhor, na Solenidade de Corpus Christi, que o Brasil celebrou na última quinta-feira.

Acesse
.: Site oficial da visita do Papa ao Chipre

O Papa citou Santo Agostinho, que nos recorda que o pão não é preparado a partir de um só grão, mas de inúmeros grãos: "Cada um de nós que pertencemos à Igreja precisa sair do mundo fechado da própria individualidade e aceitar a companhia daqueles que partilham o pão conosco. Não devo mais pensar a partir de 'mim mesmo', mas de 'nós'. É por isso que todos os dias pedimos ao 'nosso' Pai que nos dê o pão 'nosso' de cada dia".

Para entrar na vida divina, prosseguiu o Pontífice, a primeira premissa é derrubar as barreiras entre nós e nossos vizinhos e nos libertar de tudo aquilo que nos bloqueia e isola: temor e desconfiança de uns para com os outros, avidez e egoísmo, falta de vontade de aceitar o risco da vulnerabilidade à qual nos expomos quando nos abrimos ao amor.

Em grego, Bento XVI afirmou: "Caros irmãos e irmãs em Cristo, hoje somos chamados a ser um só coração e uma só alma, para aprofundar nossa comunhão com o Senhor e uns com os outros, e testemunhá-Lo diante do mundo".

Hoje, continuou o Papa, somos chamados a superar as nossas diferenças, a levar paz e reconciliação onde há conflitos e a oferecer ao mundo uma mensagem de esperança.

"Somos chamados a atender os que estão em necessidade, partilhando generosamente nossos bens terrenos com os menos favorecidos. E somos chamados a proclamar incessantemente a morte e ressurreição do Senhor, até que Ele venha."

Instrumentum Laboris

No final da celebração, tomou a palavra o Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterovic, convidando o Papa a entregar o Instrumento de trabalho.

Com a convocação deste Sínodo, que será realizado de 10 a 24 de outubro, com o tema "A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho", o Arcebispo recordou que, todos os bispos do Oriente Médio, inclusive aqueles da Diáspora, refletirão sobre a atual situação eclesial e social nas respectivas Igrejas.

"No Oriente Médio, há situações difíceis, que podem ser comparadas com a dispersão das pessoas em busca de alimento para sobreviver "em uma região deserta" – constatou Dom Eterovic, recordando que a finalidade do Sínodo será implorar de Deus Uno e Trino a graça de doar um novo dinamismo pastoral às Igrejas na região, para que possam prosseguir sua providencial missão.

Antes de sua saudação, Bento XVI quis recordar a morte do Presidente da Conferência Episcopal Turca, Dom Luigi Padovese, que contribuiu à preparação do Instrumentum laboris.

"As notícias de sua imprevisível e trágica morte, na quinta-feira, nos surpreenderam e nos chocaram" – afirmou o pontífice, destacando seu trabalho em prol do diálogo inter-religioso, ecumênico e cultural. "Sua morte é um lembrete da vocação de todo cristão de ser testemunha corajosa em toda circunstância daquilo que é bom, nobre e justo."

Oriente Médio

A seguir, o Papa afirmou que o Oriente Médio tem um lugar especial nos corações de todos os cristãos, já que foi ali que Deus se revelou.

Desde então, os cristãos olham para o Oriente Médio com uma reverência especial e continuam presentes na região apesar das hostilidades que, às vezes, são obrigados a enfrentar. Eis, portanto, que o Sínodo é uma ocasião para os cristãos do resto do mundo de oferecerem apoio espiritual e solidariedade aos irmãos e irmãs do Oriente Médio.

Muitas vezes, continuou, os cristãos atuam como "artesãos da paz" no difícil processo de reconciliação: "Vocês merecem o reconhecimento pelo papel inestimável que desempenham. É minha firme esperança que seus direitos sejam sempre mais respeitados, inclusive o direito à liberdade de culto e à liberdade religiosa, e que jamais sofram discriminações de qualquer tipo".

E antes de entregar pessoal e individualmente o texto aos patriarcas e bispos presentes, Bento XVI renovou seu apelo por um esforço internacional urgente e conjunto a fim de resolver as tensões que permanecem no Oriente Médio, em especial na Terra Santa, antes que esses conflitos levem a um derramamento de sangue ainda maior.

Coroinhas realizam Retiro na Paróquia Sant'Ana


O grupo de coroinhas da Sant'Ana Matriz, realizou no dia 06 de junho de 2010, das 8 às 15 horas, seu Retiro Anual, apoiados pela Pastoral Vocacional com o tema "A Vocação é um Dom de Deus". Veja como foi em nosso Portal

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Jornada Prazerosa - Artigo do nosso Bispo Dom Sérgio Krzywy

Solta rolava a conversa entre as duas amigas. Uma delas, jovem ainda pela minha estimativa, comentava o seu recente rompimento com o companheiro com quem vivia havia poucos anos. Discorria que era a sua segunda separação. Falava disso com a maior naturalidade, sem demonstrar abatimento ou embaraço. A sua condição lhe parecia tão natural que confidenciou à amiga que já estava de namorado novo! A desenvoltura com que as duas conversavam me deixou, confesso, perplexo. É verdade, recentes noticiários confirmam o aumento do número de separações e divórcios. Amplo e complicado é o assunto para ser esgotado em poucas linhas. Cada caso de separação é diferente e único. Torna-se, portanto, temerário e injusto querer julgar precipitadamente e de uma forma linear todas as situações de separação. O contato diário com casais mostra que alguns rompimentos são mesmo inevitáveis. Uniões há impossíveis de ser mantidas. Por outro lado, é preciso reconhecer, acontecem rompimentos precipitados e levianos.

Observa-se, com alarmante preocupação, a plácida aceitação da mentalidade divorcista. O relacionamento entre as pessoas está pautado pela cultura do descartável predominante. No comércio, qualquer mercadoria merece apreço enquanto for útil. Vencido o período funcional troca-se de produto. Muitos sequer se dão ao trabalho de tentar o conserto. Preferem comprar logo um modelo novo. Dizem os entendidos, que os produtos são feitos hoje para durar pouco. Lamentavelmente, é esta a mentalidade que regula e pauta as relações amorosas hodiernas. Quando o companheiro (a) começa a apresentar defeitos e limitações, algo inevitável entre seres humanos, ao invés de sentar e conversar para tentar corrigir falhas e ajustar rumos, prefere-se o atalho mais comum, decide-se que não dá mais, que é preciso dar um tempo.

O casamento está encarado mais como uma aventura arriscada do que como uma opção de vida. É este um dos motivos mais sérios na atual crise que atinge o matrimônio. Sabe-se, o convívio humano é difícil. São pessoas com vidas e históricos diversos que têm que se ajustar a um mesmo compasso, sem perder a grandeza da individualidade. Interesses e hábitos conflitivos, se não forem prudentemente administrados, ameaçam a sempre delicada harmonia. Há ainda as limitações de caráter inerentes à condição humana e que esticam ao limite a paciência e a tolerância do companheiro (a). Compreende-se, não basta só gostar para casar! É preciso ter claro ser esta uma opção de vida, assumida com todas as conseqüências e desafios. Quando ainda se entende que é Deus quem chama este casal para o casamento com o objetivo de revelar ao mundo quanto é fiel e constante o amor que o Pai do céu guarda por todos, passa-se a empenhar-se para construir uma união sólida e harmoniosa, capaz de corrigir e superar os constantes contratempos e revezes. O casal cristão é chamado para testemunhar a fidelidade do amor de Deus.

Casamento é vocação, não loteria. Casamento é escolha consciente e responsável, não uma aventura leviana. Casamento é uma jornada, lenta, persistente, mas profundamente prazerosa, rumo à felicidade, na companhia de uma pessoa que se escolheu amar com fidelidade e dedicação. E sem prazo de vencimento.

Dom Sérgio Krzywy

Amanhã o Padre Silvio viajará para Roma Representando nossa Diocese em Roma


Milagres de Jesus Eucarístico

Milagres de Jesus Eucarístico

Professor Felipe Aquino
Foto: Sávio Gabatel

Estamos aqui hoje para celebrar a festa litúrgica de Corpus Christi, também conhecida antigamente como “Corpus Domini” (Corpo do Senhor).

Algum tempo atrás, eu li uma coleção de 5 livros de São Pedro Julião Eymard. E a partir dessa leitura eu fiquei tão encantado que publiquei um livro a respeito. Esse santo francês nos ajuda a entendermos o lindo mistério da Eucaristia.

Hoje a Igreja nos convida para parar, no meio da semana, numa quinta-feira, dia da instituição da Sagrada Eucaristia, a fim de adorarmos a Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento. Mas algumas coisas estranhas andam acontecendo: recebi e-mail de duas pessoas dizendo que precisavam trabalhar hoje, porque a empresa havia transferido o feriado de hoje para amanhã, sexta-feira. Isso não está certo: hoje é um dia para adorarmos ao Senhor na Eucaristia. Esse é o convite para nós, feito pela Igreja, para celebrarmos a festa de hoje.

Professor Felipe explica a origem da Festa de Corpus Christi. Ouça!

Nós não precisamos dos milagres eucarísticos para acreditar [na presença real de Jesus na Eucaristia]. A nossa fé nos leva a afirmar: “Basta para nós a Palavra de Deus e a palavra da Igreja a respeito”. A Igreja jamais duvidou da presença real de Jesus na Eucaristia. São mais de dois mil anos de Celebração Eucarística. No entanto, Deus gosta de se revelar também por meio de “sinais”, como esses dos milagres eucarísticos.

Em 1970, o Papa autorizou alguns cientistas a analisarem o milagre eucarístico de Lanciano. Esses estudiosos chegaram a algumas conclusões: a Carne e o Sangue encontrados no milagre eucarístico de Lanciano são Carne e Sangue humanos. A Carne é do tecido muscular do coração, do miocárdio (e isso nos diz muito, pois estamos para celebrar a festa do Sagrado Coração de Jesus dentro de alguns dias). O Sangue encontrado é do tipo “AB”, muito comum entre o povo judeu; e é compatível com o Sangue encontrado no Santo Sudário de Turim, ou seja, é o mesmo Sangue. E a Carne e o Sangue são de uma Pessoa “viva”, isto é, que vive atualmente; e o Sangue é como se tivesse sido retirado de alguém vivo naquele momento. E esse milagre aconteceu há mais de 1.300 anos! E a amostra de Sangue examinada é semelhante a de uma amostra retirada de alguém vivo hoje e não de alguém que morreu por volta do ano 700! Que coisa maravilhosa!

Deus não é para ser entendido, é para ser adorado!
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Ao final do relatório conclusivo os cientistas escreveram: “E o Verbo se fez carne!” Muitos não se aproximam da Eucaristia por ceticismo. Algumas pessoas insistem em não acreditar na Eucaristia, pensando: “Como pode este pedacinho de pão ser Deus?”. Essas pessoas esquecem que se Deus só fizesse o que é possível, Ele não seria Deus! Ele é Deus exatamente porque somente Ele pode realizar o impossível.

Certa vez, Santo Agostinho caminhava pela praia meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade. Então ele encontrou um menino cavando na areia e tentando colocar a água do mar dentro do buraco. Ele perguntou ao garoto o que ele estava fazendo. E este respondeu que estava tentando colocar o mar dentro daquele buraquinho. Santo Agostinho respondeu-lhe que o mar não cabia dentro daquele buraco e recebeu como resposta do garoto: “É mais fácil eu colocar o mar aqui dentro deste buraco do que você tentar colocar o mistério da Santíssima Trindade dentro da sua cabeça!”. E o grande santo da Igreja desistiu da ideia de “entender” a Deus.

Meus irmãos, Deus não é para ser entendido, é para ser adorado! Nós não conseguimos entender ao Todo-poderoso. Mas saiba que o mais importante para nós é adorá-Lo!

No capítulo seis do Evangelho de São João, encontramos a narração do discurso de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre o Pão da Vida. É um capítulo longo, mais de setenta versículos e começa com o milagre da multiplicação dos pães. Hoje em dia, existe uma corrente liberal em nosso meio que nega esse milagre [da multiplicação dos pães]. Fala-se sempre em “partilha”. Dessa forma, tenta-se esvaziar o milagre de Jesus. Não foi simplesmente uma partilha, na qual cada um foi repartindo o que possuía. Eu pergunto: “E quanto aos doze cestos que sobraram?” Entenda que não havia pão ali; se houvesse pão, os discípulos não teriam dito a Jesus que tinham somente cinco pães e dois peixinhos. Criar é tirar do nada, é não usar matéria-prima. Cristo matou a fome daquela multidão ao mostrar a Sua divindade e tirar do nada pão para saciar a fome daquelas pessoas.

Quem comunga se torna um “cristóforo”, ou seja, um portador de Cristo
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Logo depois da multiplicação Jesus Cristo realiza outro milagre: Ele caminha sobre as águas. Pedro tenta caminhar sobre as águas também. Mas sente medo ao ouvir o barulho do mar agitado e do vento. Quando começa a se afogar, o apóstolo é salvo pelo Mestre, que o chama de “homem de pouca fé”. Também nós afundamos “no mar agitado da vida”, quando tiramos os olhos de Jesus e nos assustamos com o barulho ao nosso redor. Não podemos ser homens e mulheres de “pouca fé”! Depois disso, o Senhor faz o discurso sobre o Pão da Vida. E as pessoas não entendem o que Ele diz. Muitos O abandonaram ao ouvir “que tinham que comer da Sua Carne e beber do Seu Sangue para ter a vida eterna”. Pensavam que se tratava de canibalismo... E Cristo pergunta a Seus discípulos se eles queriam abandoná-Lo também.

Pedro, então, professa a sua fé no Cristo. Aqueles homens que viram o Senhor multiplicar os pães e O viram caminhar sobre as águas agora professavam a sua fé n'Ele. Com isso, o Messias nos ensina que, ao multiplicar os pães, Ele é o Senhor do pão: o pão lhe obedece! Ao andar sobre as águas, Ele nos revela que Ele tem poder de fazer o que bem entende de Seu Corpo físico.

A Hóstia Consagrada é Nosso Senhor Jesus Cristo! Entenda isso! Aquele “branco” da Hóstia é o Corpo de Nosso Senhor! “Por que Jesus se 'esconde' na Hóstia?” nós nos perguntamos. Veja: nenhum de nós pode ver a Deus como Ele o é em Sua glória, porque a nossa natureza não suportaria tamanha glória, tamanha grandeza! Daí, em Sua infinita bondade, Jesus mostra-se na Hóstia Consagrada, como Sacramento do Amor, a cada um de nós, para nos fazer companhia. Pois “Sem mim nada podeis fazer” diz Jesus. Nada, nada, podemos fazer! É necessário permanecer no Senhor. E é Ele mesmo quem nos revela: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e Eu nele”. Ao comungarmos, o Senhor se torna a nossa bandeira, a força de nossa vida!

No século II, na Alexandria, no Egito, existiu um santo chamado São Cipriano. E é ele quem nos ensina que quem comunga se torna um “cristóforo”, ou seja, um portador de Cristo. Quando você comunga saiba que, para onde você for, Jesus vai junto.

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