sexta-feira, 28 de maio de 2010

A unidade é o cartão de visita da Igreja.

Partindo da leitura dos Actos dos Apóstolos, o Papa fez notar que “esta nova e potente auto-comunicação de Deus” desencadeia um processo de reunificação, cria unidade e compreensão: “a unidade é o sinal de reconhecimento, o "cartão de visita" da Igreja ao longo da sua história universal. Desde os inícios, do dia de Pentecostes, e fala todas as línguas. A Igreja universal precede as Igrejas particulares e estas devem sempre conformar-se com aquela, segundo os critérios de unidade e universalidade. A Igreja nunca fica prisioneira de confins políticos, raciais, culturais”.

Daqui se deduz um critério prático de discernimento para a vida cristã: quando uma pessoa ou comunidade se fecha no seu modo de pensar e de agir, quer dizer que se afastou do Espírito Santo: “A unidade do Espírito manifesta-se na pluralidade da compreensão. A Igreja é por sua natureza una e múltipla, destinada como é a viver em todas as nações, povos e nos mais diversos contextos sociais. Só permanecendo autónoma em relação a cada Estado e cada cultura particular, a Igreja corresponde à sua vocação de ser sinal e instrumento de unidade de todo o género humano. Sempre e por toda a parte a Igreja deve ser verdadeiramente católica e universal, a casa de todos em que cada um se pode reencontrar”.

“Esta abertura de horizontes confirma a novidade de Cristo na dimensão do espaço humano, da história das gentes: o Espírito Santo abrange homens e povos e, através deles, supera muros e barreiras”.

Bento XVI concluiu a sua homilia de Pentecostes, recordando o convite tantas vezes repetido por Jesus: “Não tenhais medo”. Bem precisamos de ouvir o Senhor dizer-nos isto, para podermos permitir que a sua presença e a sua graça transformem o nosso coração: “Quem se confia a Jesus experimenta já nesta vida a paz e a alegria do coração, que o mundo não pode dar, e não pode nem sequer tirar, porque foi Deus que no-las deu. Vale portanto a pena deixar-se tocar pelo fogo do Espírito Santo. O sofrimento que provoca é necessário à nossa transformação”.

Na audiência geral, Bento XVI fala da "incondicional disponibilidade" que se requer da parte dos padres e exorta-os a participarem na conclusão do Ano

Eis as suas palavras em português:



Queridos irmãos e irmãs,

Os sacerdotes têm a tríplice missão de ensinar, santificar e guiar a porção do povo que Deus lhes confiou, a exemplo do Santo Cura d’Ars, que se demonstrou pastor forte e determinado na defesa do bem das almas. Para conduzir o rebanho para onde o Senhor quer, e não na direcção que nos parece mais conveniente ou mais fácil, é necessária uma disponibilidade incondicional, deixando que o próprio Cristo governe a vida do sacerdote. Por isso, na base do ministério pastoral, está o encontro pessoal e constante com o Senhor, para conformar a própria vontade com a d’Ele. Convido os sacerdotes para as celebrações conclusivas do Ano Sacerdotal nos próximos dias 9, 10 e 11 de Junho: meditaremos sobre a conversão e a missão, o dom do Espírito e a relação com a Virgem Maria e renovaremos as nossas promessas sacerdotais, sustentados por todo o povo de Deus.



* * *

Amados peregrinos de língua portuguesa, com destaque para a Associação «Família da Esperança» pela numerosa presença dos seus membros: a minha saudação amiga para vós e para os fiéis de Niterói e de Curitiba. De coração a todos abençoo, pedindo que rezeis por mim, Sucessor de Pedro, cuja tarefa específica é governar a Igreja de Cristo, bem como pelos vossos Bispos e sacerdotes para que saibamos cuidar de todas as ovelhas do rebanho que Deus nos confiou. Obrigado!

A guerra santa que Deus quer

Foi em 1095 que se falou da primeira guerra santa de que se tem notícia. No verão daquele ano, o Papa Urbano II deixou Roma e se deslocou até a cidade francesa de Clermont-Ferrand, a fim de abrir um concílio com o propósito de motivar os cristãos europeus a socorrerem seus irmãos de Jerusalém e demais cidades da Terra Santa, dominados pelos muçulmanos. A alocução que proferiu no dia 19 de novembro foi tão incisiva, que todos os presentes prorromperam no grito “Deus o quer!”, grito que atravessou as fronteiras da França e se alastrou pela Europa, motivando milhares de pessoas para a que passou à história como a primeira Cruzada.

Hoje, seria muito difícil encontrar cristãos que se disponham a imitar o exemplo de seus antepassados, até mesmo pelo clima de diálogo e de solidariedade que os anima. Contudo, continuam em vigor muitas guerras em nome da religião – ou contra ela – em inúmeros ambientes e segmentos da sociedade. Não me refiro tanto à Jihad muçulmana, mas, sobretudo, a determinados órgãos de informação, que parecem ter assumido, como objetivo, o aniquilamento da Igreja Católica, sustentados por forças mais ou menos ocultas.

Não foi por nada que, na França, onde nasceu a guerra santa, nos dias que antecederam a Páscoa deste ano, um abaixo-assinado de 70 intelectuais pediu aos meios de comunicação maior ética e responsabilidade ao se referirem à Igreja Católica. Mas não precisamos ir tão longe. Aqui mesmo, no Brasil, alguns católicos – normalmente tímidos quando se trata de defender a sua Igreja – começam a questionar as notícias trazidas pela imprensa. É o que fez, no dia 6 de abril, um leitor do Provedor Terra, ao rebater o alarde feito em relação a um padre acusado de pedofilia na Índia: «A quem interessa divulgar um fato dessa natureza acontecido na Índia? Só mesmo aos meios de comunicação interessados em mover um ataque cerrado à Igreja Católica. Por que não noticiam, com a mesma veemência, casos semelhantes em outros extratos da sociedade?».

Para o Presidente do Senado italiano, Marcelo Pera, os maiores culpados dessa difamação da Igreja são os próprios católicos: «Esta guerra ao cristianismo não seria tão perigosa se os cristãos a entendessem. Ao invés, muitos deles participam dessa incompreensão. São os teólogos frustrados pela supremacia intelectual de Bento XVI; os bispos incertos que pensam que compactuar com a modernidade seria a maneira melhor de atualizar a mensagem cristã; e os intelectuais católicos que pensam existir um problema não resolvido entre cristianismo e sexualidade. Desencadeou-se uma guerra. Não propriamente contra a pessoa do papa, pois seria inviável. Bento XVI tornou-se invulnerável por sua imagem, sua serenidade, sua clareza e sua firmeza. Mas ela existe, entre outras razões, porque um papa como Bento XVI, que sorri, mas não retrocede um milímetro, alimenta o embate!».

Sobre o mesmo assunto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil emitiu uma nota no dia 31 de março, assinada por seu Presidente, Dom Geraldo Lyrio Rocha. Nela, o prelado recorda que «o povo católico de todo o mundo acompanha, com profunda dor no coração, as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticado por pessoas ligadas à Igreja, particularmente padres e religiosos. É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa. Bento XVI, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere também grande parte do povo brasileiro, que sofre com esses momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no mundo todo, procuram honrar sua vocação».

Dom Redovino Rizzardo

O agricultor e os três viandantes

Certa vez, ao anoitecer, um agricultor sentou-se à frente da sua humilde casa para aproveitar do frescor da noite. Ali perto passava uma estrada que levava à cidade. Um homem passou por lá e, vendo o camponês sentado, pensou: “Aquele homem deve ser bem folgado e preguiçoso. Fica aí sentado o tempo todo”. Em seguida passou outro homem, também viu o agricultor e pensou: “Veja o cara, fica só olhando e incomodando as moças que passam. Deve ser um mulherengo”. Por fim passou um terceiro homem, quando viu o agricultor pensou consigo mesmo: “Aquele homem deve ser um trabalhador. Está merecendo o seu descanso”.

A bem da verdade, nós não podemos dizer muito sobre o camponês sentado à porta da sua casa. Em compensação podemos dizer muito dos três homens que passaram. O primeiro devia ser um preguiçoso, o segundo um mulherengo e o terceiro um trabalhador.

Não tem jeito. Nós vemos os outros como nós mesmos somos. As nossas ideias, ideais e posição social, são como lentes coloridas que filtram tudo o que estamos vendo. Tudo passa pelo filtro do nosso entendimento. Quem vive na dúvida acha que não existem convicções, e pensa que os outros estão fingindo. Quem não acredita com sinceridade suspeita que os outros também estejam mentindo. Quem ama de maneira interesseira, e nunca faz nada por nada, tem medo de ser enganado e que os outros se aproveitem dele.

É por isso que é tão difícil contemplar a Santíssima Trindade. Disse contemplar e não entender, porque nunca chegaremos lá. Deus, na sua plenitude, nunca estará totalmente ao nosso alcance. Nós continuaremos sempre a ser as criaturas e Ele o criador.
Contudo, na sua bondade, Ele quis e quer que participemos da sua grandeza e da sua intimidade. Fez-se fez conhecer, revelou-se claramente levando em conta as nossas limitações na compreensão, na inteligência, no amor.

Nós exaltamos as diferenças, as particularidades. Queremos sempre ser melhores que os outros. Assim é difícil entender um Deus que, ao mesmo tempo, é misteriosamente único e em três pessoas. Nós queremos a nossa felicidade e, mesmo quando a procuramos juntos, reclamamos a nossa parte. Para nós buscar o bem do outro antes do nosso é sempre muito complicado. Para Deus não. O Pai, o Filho e o Espírito Santo não disputam nada entre si, doam-se totalmente, ninguém quer nada para si. Assim Deus é a felicidade perfeita.

A obediência, para quem ama, não é um peso, é resposta a quem também o ama. Por isso, o Filho obedece ao Pai e o Pai o glorifica. Mas o Pai escuta o Filho que exulta no Espírito Santo. Para nós autoridade vira facilmente autoritarismo. O poder, quando não é colocado a serviço do bem comum, torna-se opressivo, imposição, ameaça para todos. Em Deus o poder está sempre no servir ao outro, em fazer que o outro seja feliz. Assim Deus é comunhão perfeita que, por amor e em total gratuidade, comunica o seu amor à humanidade.

Para compreender o que é belo e o que não é precisamos ter contemplado algo de verdadeiramente belo. Sem essa experiência, o nosso costume à mediocridade nos fará achar belas obras medíocres, ou até horrorosas. A verdadeira beleza não cansa, a feiúra enjoa. Nunca cansaremos de contemplar a beleza da Santíssima Trindade.

Ainda bem que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Assim podemos falar dessas coisas e sentir a saudade de como deveríamos ser. É ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo que devemos olhar para aprender a amar, a servir, a criar uma nova humanidade liberta do pecado e da morte, porque liberta do egoísmo, da ganância, do ódio e de todas as rivalidades.

Quem sabe enxergar alguém melhor do que ele é sente desejo, também, de ser melhor. Até quando ficarmos sempre julgando os outros, e até Deus, por nosso ponto de vista, e somente dele, pouco entenderemos de sua grandeza e riqueza. Se olharmos somente a nós mesmos, ficaremos também mais pobres, piores e infelizes.

Dom Pedro José Conti

Corpus Christi

Quando o povo da antiga aliança atravessou o deserto, rumo à terra prometida, Deus fez cair do céu o maná, para que não morresse de fome. Com sua vida, morte e ressurreição Jesus Cristo suscitou o Povo da nova aliança.

Neste novo Povo Deus derrama o Espírito Santo e o alimenta com o verdadeiro pão do céu: a Eucaristia.

Na festa do Corpo e do Sangue de Cristo, costuma-se prolongar a ação de graças da Celebração Eucarística em espaço público, em forma de procissão. É a manifestação pública da fé na Eucaristia. É o reconhecimento do que Jesus Cristo fez por nós, doando a si mesmo ao Pai pela nossa salvação e entregando-se a nós como ceia mística: “Tomando um pão, deu graças, o partiu e o deu dizendo: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós. Igualmente tomou a taça depois de cear e disse: Esta é a taça da nova aliança, selada com meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22, 19-20).

A procissão é um ato comunitário. É a comunidade de fé que se põe a caminho, para louvar, bendizer e adorar a Cristo na Eucaristia. Não é uma caminhada de luto, silenciosa, mas um povo a caminho, exultante, que derrama seu coração em público. É também ocasião para súplicas e pedidos de perdão, pois somos um povo frágil e carente.

Ao celebrar a doação de Cristo, recordamos do que Ele disse: “Eu vos dei o exemplo, para que façais o que eu fiz” (Jo 13, 15). Por isso, a festa de “Corpus Christi” é convite para gestos de amor, de busca da superação de ódios e de conflitos de poder.

Ao natural, o povo alimentado pela Eucaristia anseia pela unidade em Cristo e pela solidariedade e a paz.

A procissão eucarística é como que a inserção da Missa na vida do povo. A Missa termina como fermento na sociedade, como compromisso dos adoradores de Cristo pela transformação do mundo segundo o Evangelho: “Eu vos dou um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 13, 34).

A Eucaristia é grande ação de graças. E a procissão, além de prolongamento da ação de graças, é também compromisso de transformação do mundo, segundo o Evangelho de Cristo.

Dom Aloísio Sinésio Bohn

Pai de oito filhos torna-se padre; idosa é mãe de três sacerdotes

Canção Nova Notícias

Na quarta reportagem da série "Sacerdotes para Sempre", você vai conhecer a história de duas pessoas, com caminhos distintos e que vivem o chamado de Deus. Um padre, que é pai de oito filhos e a mãe de três padres que um dia, quis ser religiosa.


Assista à reportagem


Luiz e Terezinha moram distantes cerca de 1.750 quilômetros um do outro e nunca se conheceram. Em comum, a grande intimidade com a Igreja.

Luiz conheceu a esposa, dona Joana, ainda nos anos 60. A primeira namorada. A esposa é mãe de 8 filhos, dois já falecidos. Mas Luiz também quis ser diácono, chegou a casar dois de seus filhos.

Em 1997 sua esposa faleceu. Luiz buscou um segundo casamento, não muito convencional: ser padre.

O caso é considerado raro dentro da Igreja, mas possível. O bispo da diocese de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, onde mora Padre Luís, foi quem fez a ordenação. É claro que com a ordenação vieram as brincadeiras com os filhos. Padre Luiz celebrou o casamento do terceiro filho. Emoção redobrada de Wagner e Katiane.

Para quem é filho, ir até o pai é fácil. O problema, no caso deles, é chegar até o padre. Ser padre e ser pai tem peculiaridades que com o tempo todos aprenderam a distinguir.

Na cidade de Barbacena, interior de Minas gerais. Dona Terezinha, de 84 anos e os filhos seguem rumo a Igreja de São José Operário, réplica da Basílica de São Pedro, em Roma. Ir para a Missa não é novidade para eles, a vida inteira foi assim.

Mas os caminhos de Deus podem sempre surpreender nossa maneira racional de compreensão. Dona Terezinha tem três filhos padres. O mais velho é o cônego Eustáquio. Há 31 anos reza todos os dias a liturgia das horas. O Sacerdócio em nossos tempos é definido por ele como desafio.

O segundo é padre Geraldo que atua na coordenação da pastoral de Fé e Política. E, o outro, padre Paulinho foi o terceiro a entrar para o seminário. Mas engana-se quem pensa que foi por causa dos dois irmãos.

A viúva Dona Terezinha ganhou três filhos como padres. O maior presente, é a alegria da entrega deles.

Já Padre Luiz é pai de 8 filhos. A mesma satisfação.

Discurso do Papa ao Pontifício Conselho para os Migrantes

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede

Senhores Cardeais,
venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
queridos irmãos e irmãs!

Com grande alegria vos acolho por ocasião da Sessão Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. Saúdo o presidente do Dicastério, Dom Antonio Maria Vegliò, a quem agradeço pelas palavras de grata cordialidade, o Secretário, os Membros, os Consultores e os Oficiais. A todos desejo um trabalho frutífero.

Tendes escolhido como tema para esta Sessão aquele da Pastoral da mobilidade humana hoje, no contexto da corresponsabilidade dos Estados e dos Organismos Internacionais. A circulação das pessoas tem sido objeto de convenções internacionais, que buscam garantir a proteção dos direitos humanos fundamentais e combater a discriminação, a xenofobia e a intolerância. Trata-se de documentos que estabelecem os princípios e técnicas de proteção supranacional.

É apreciável o esforço para construir um sistema de regras comuns que contemplem os direitos e deveres do estrangeiro, bem como aqueles das comunidades de acolhimento, tendo em conta, em primeiro lugar, a dignidade de cada pessoa humana, criada por Deus à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26). Obviamente, a aquisição de direitos anda de mãos dadas com a aceitação dos deveres. Todos, na verdade, gozam de direitos e deveres não arbitrários, porque brotam da própria natureza humana, como afirma a Encíclica Pacem in Terris, do Beato Papa João XXIII: "Todo o ser humano é pessoa, isto é, uma natureza dotada de inteligência e livre arbítrio; e, portanto, sujeito de direitos e deveres que emanam imediata e simultaneamente da sua própria natureza: direitos e deveres que são, por isso, universais, invioláveis e inalienáveis" (n. 5). A responsabilidade dos Estados e Organismos Internacionais, portanto, explica-se principalmente no compromisso de influenciar as questões que, ressalvadas as competências dos legisladores nacionais, envolvem toda a família dos povos, e exigem uma consulta entre os Governos e os Organismos diretamente interessados. Penso nas problemáticas como o ingresso ou expulsão forçada para o estrangeiro, a usabilidade dos bens da natureza, da cultura e da arte, da ciência e da técnica, que a todos devem estar acessíveis. Não se deve esquecer o importante papel de mediação, a fim de que as resoluções nacionais e internacionais, que promovem o bem comum universal, encontrem acolhimento pelas instâncias locais e repercutam na vida cotidiana.

Nesse contexto, as legislações a nível nacional e internacional que promovam o bem comum e o respeito pela pessoa encorajam a esperança e os esforços para alcançar uma ordem social baseada na paz, fraternidade e cooperação de todos, não obstante a fase crítica que as instituições internacionais estão atravessando, empenhadas em resolver as questões cruciais de segurança e desenvolvimento para o benefício de todos. É verdade que, infelizmente, assistimos ao ressurgimento de demandas particularistas em algumas áreas do mundo, mas também é verdade que assim estamos fugindo de assumir responsabilidades que deveriam ser compartilhadas. Além disso, ainda não se tornou profundo o desejo em muitos de quebrar os muros que dividem e estabelecer acordos globais, também mediante disposições legislativas e práticas administrativas que favoreçam a integração, o intercâmbio e enriquecimento recíproco. Com efeito, perspectivas de convivência pacífica entre os povos podem ser oferecidas através de orientações concertadas e prudentes para o acolhimento e integração, permitindo oportunidades de ingresso na legalidade, favorecendo o justo direito ao reagrupamento familiar, ao asilo e ao refúgio, compensando as necessárias medidas restritivas e contrastando o desprezível tráfico de pessoas. Exatamente aqui as diversas organizações de caráter internacional, em cooperação entre si e com os Estados, podem fornecer sua contribuição peculiar através do conciliar, de várias maneiras, o reconhecimento dos direitos da pessoa e o princípio da soberania nacional, com específica referência às exigências de segurança, ordem pública e controle das fronteiras.

Os direitos fundamentais da pessoa humana podem ser o ponto focal do compromisso de corresponsabilidade das instituições nacionais e internacionais. Isso, portanto, está intimamente relacionado com a "abertura à vida, que está no centro do verdadeiro desenvolvimento", como enfatizei na Encíclica Caritas in veritate (cf. n. 28), onde também fiz um apelo aos Estados a fim de que promovam políticas em favor da centralidade e integridade da família (cf. ibid., 44). Por outro lado, é evidente que a abertura à vida e os direitos da família devem ser repetidos nos diversos contextos, pois "numa sociedade em via de globalização, o bem comum e o compromisso de obtê-lo não podem assumir as dimensões da família humana inteira, ou seja, a comunidade dos povos e Nações" (ibid., 7). O futuro da nossa sociedade repousa sobre o encontro entre os povos, sobre o diálogo entre culturas no respeito da identidade e das legítimas diferenças. Neste cenário, a família mantém o seu papel fundamental. Por isso a Igreja, com o anúncio do Evangelho de Cristo em todo o setor da existência, leva adiante o "compromisso [...] de favorecer não somente o indivíduo migrante, mas também a sua família, lugar e recurso da cultura da vida e fator de integração de valores", como reiterei na Mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados do ano de 2006.

Queridos irmãos e irmãs, cabe também a vós aumentar a conscientização acerca de formas de corresponsabilidade nas organizações que se dedicam ao mundo dos migrantes e itinerantes. Este setor pastoral está ligado a um fenômeno em contínua expansão e, portanto, o vosso papel deverá traduzir-se em respostas concretas de proximidade e acompanhamento pastoral das pessoas, tendo em conta as diferentes situações locais. Sobre cada um de vós invoco a luz do Espírito Santo e a proteção maternal de Nossa Senhora, renovando os meus agradecimentos pelo serviço que prestais à Igreja e à sociedade. A inspiração do Beato João Batista Scalabrini, chamado de "Pai dos migrantes" pelo Venerável João Paulo II e do qual recordamos os 105 anos de nascimento ao céu no próximo 1º de Junho, ilumine a vossa ação em favor dos migrantes e itinerantes e vos estimule a uma caridade cada vez mais atenta, que testemunhe o próprio amor infalível de Deus. De minha parte, asseguro-vos a oração, enquanto de coração vos abençoo.


Família é fundamental para futuro da sociedade, afirma Bento XVI

Bento XVI recebeu em audiência os participantes da Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes na manhã desta sexta-feira, 28.

"O futuro da nossa sociedade repousa sobre o encontro entre os povos, sobre o diálogo entre culturas no respeito da identidade e das legítimas diferenças. Neste cenário, a família mantém o seu papel fundamental", afirmou o Papa com relação à necessidade de favorecer não somente o indivíduo migrante, mas também sua família como "lugar e recurso da cultura da vida e fator de integração de valores", disse.

O encontro aconteceu na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano. A Assembleia tem como tema Pastoral da mobilidade humana hoje, no contexto da corresponsabilidade dos Estados e dos Organismos Internacionais.

O Santo Padre ressaltou que o esforço de cooperação entre os organismos internacionais e os governos deve ser incentivado, indicando que "ainda não se tornou profundo o desejo em muitos de quebrar os muros que dividem e estabelecer acordos globais, também mediante disposições legislativas e práticas administrativas que favoreçam a integração, o intercâmbio e enriquecimento recíproco".

Bento XVI destacou que a aquisição de direitos anda de mãos dadas com a aceitação de deveres, sendo que ambos não são apenas um produto social, mas "brotam da própria natureza humana, como afirma a Encíclica Pacem in Terris, do Beato Papa João XXIII".

Entre as problemáticas enfrentadas pelos migrantes e elencadas pelo Papa estão o ingresso ou expulsão forçada para o estrangeiro, a usabilidade dos bens da natureza, da cultura e da arte, da ciência e da técnica, que a todos devem estar acessíveis, de acordo com ele.

O Pontífice encerrou sua intervenção desejando que "os direitos fundamentais da pessoa humana podem ser o ponto focal do compromisso de corresponsabilidade das instituições nacionais e internacionais". Da mesma forma, lembrou aos membros do Pontifício Conselho que seu setor pastoral está ligado a um fenômeno em contínua expansão.

"Portanto, o vosso papel deverá traduzir-se em respostas concretas de proximidade e acompanhamento pastoral das pessoas, tendo em conta as diferentes situações locais", finalizou.

CNBB promove curso de comunicação e liturgia na Canção Nova

A Canção Nova sedia, entre os dias 28 e 30 de maio, o curso de “Comunicação e Liturgia: celebração do mistério das transmissões televisivas”. Trata-se de uma parceria da comunidade católica com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a fim de aprimorar a missão específica desta obra, que é evangelizar por intermédio dos meios de comunicação.

O curso está sendo ministrado pela assessora nacional de comunicação da CNBB, Irmã Elide Maria Fogolari, e terá a duração de 24 horas-aulas, conduzidas de forma teórica e prática. Cerca de 220 profissionais do Sistema Canção Nova de Comunicação estão participando desse importante momento de formação.

De acordo com os organizadores, esta iniciativa é uma grande necessidade em vista do crescimento progressivo das transmissões de Celebrações Eucarísticas e demais eventos religiosos em emissoras de rádio e canais de TV católicos. O conteúdo é embasado em documentos eclesiais e alicerçado na fundamentação teológica, pastoral e comunicativa.

O objetivo do curso é promover “o encontro, a escuta, o louvor, a ação de graças, a partilha, a comunhão e o compromisso, ajudar as mídias a envolverem os telespectadores numa profunda experiência do mistério pascal de Cristo e abordar as modalidades discursivas da TV a partir dos fundamentos teológicos e litúrgicos”.

O responsável pela Liturgia na Canção Nova, padre Donizete Ferreira, afirma que a comunidade católica sempre buscou caminhar em comunhão com a Igreja. “Colaboramos com a missão de conduzir os fiéis a uma participação ativa, conscientes no mistério da Celebração Eucarística. Este curso é mais uma oportunidade de colocarmos à disposição da Igreja todas as mídias que possuímos”, declarou.

Chipre IV: Pafos, depois de Paulo, recebe Bento XVI

Além do trabalho social desenvolvido pela Igreja Católica em Chipre, que está sob a jurisdição do Patriarcado Latino de Jerusalém e da Custódia da Terra Santa, vamos conhecer Pafos, a primeira cidade que o Papa Bento XVI vai visitar em Chipre, onde ele fará uma oração ecumênica no dia 4 de junho.

No último vídeo da série, vamos acompanhar o trabalho da comunidade católica que, em unidade com a Igreja Maronita, Grego-ortoxoda e o governo de Chipre, se prepara para receber o Papa Bento XVI.

Caí mas venci!


“A vida é como andar de bicicleta. Para manter seu equilíbrio você deve continuar em movimento”, dizia Einstein. E ao aprender a andar de bicicleta você garante alguns tombos, hematomas e torções. Mas nada se compara aquele vento no rosto que sente só quem se arrisca na ladeira.

Volte um pouco comigo em sua vida, aquele tempo de engatinhar onde você arriscava ficar em pé sozinho. Com certeza caiu muito. Se você tivesse parado no primeiro tombo? Você com certeza não estaria aqui. A queda não foi capaz de parar você! Você caminhou!

Mesmo com “rodinhas” na bicicleta, você se arriscou.

O equilíbrio no andar que aparentemente era um obstáculo se tornou a vitória!

A todo instante a vida nos traz questões, hora abertas, hora de múltiplas escolhas. Mas quem dá a resposta é você! E o sentido da vida se encontra no significado que dá a cada pergunta!

Aprendi nesta manhã que a vida está cheia de obstáculos, porém quando invisto com perseverança nestes obstáculos, eles se tornam impulso para vitória.

Minha queda não tem o poder de impedir o movimento! O sentido está em não desistir!

Qual a dor que você enfrenta? Qual sofrimento? Qual angústia aperta seu coração? Se não há como mudar a situação, deixe que a situação mude você! Diga sim a vida! Diga sim a você! Diga sim a Deus.

Apesar das adversidades, das inevitáveis misérias somos capazes de responder à vida utilizando-se da capacidade de transformar criativamente os aspectos negativos em algo positivo, construtivo. Retirar do caos o melhor que puder, esse é o nosso dever. Este é o segredo da felicidade.

Não foram as quedas e os obstáculos que me impediram de caminhar, foram eles que me impulsionaram a vencer!

No cego que foi curado por Jesus, vejo minha vida. O manto da indigência não tem a ultima palavra, a margem não foi o lugar preparado para mim. As vozes querendo me calar não foram capazes de silenciar minha sede de felicidade! Eis o meu grito:

“Jesus Filho de Davi tem piedade de mim”.

Mesmo caído, não sou a queda, não sou o erro!

Hoje quero dizer a você, o obstáculo que enfrenta ou a multidão que te sufoca não são pontos finais em sua vida e sim pontos de interrogação. É a vida te perguntando: Vai parar aqui? E Deus coloca um ponto de exclamação e diz: “Você foi criado para ser feliz!”. O travessão que precisa dar é a resposta que a vida espera!

Você nasceu para ser feliz!

Adriano Gonçalves

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mantenhamos o Espírito na realidade

A humanidade deu mais um passo para o futuro. Neste mês de maio/2010 a equipe de Craig Venter deu publicidade a um trabalho científico, pelo qual conseguiu elaborar a primeira bactéria capaz de viver com um DNA montado em laboratório. Foi um passo notável para a insaciável mente humana, em busca permanente dos “porquês” e dos “comos”. Passados os primeiros momentos de estupor, já é possível fazer uma avaliação mais realista.

  1. Trata-se de uma façanha da inteligência humana, cumprindo o imenso desafio do Gênesis: “Dominai a terra” (Gen 1, 28). Portanto, nada a temer. A humanidade está fazendo a lição de casa.
  2. O cientista chefe não é nenhum desconhecido no mundo da ciência. Quando da decifração do genoma humano, com uma verba dez vezes menor, em caráter não-oficial, conseguiu bater a equipe do governo, chegando aos resultados esperados bem antes.
  3. Quem achava que os americanos estavam saindo da cena científica, devido à crise econômica, precisam rever seus conceitos. Temos aqui um novo candidato ao prêmio Nobel. (No Brasil, em um dia qualquer, ainda vamos ter esse prêmio).
  4. O fabuloso feito, contudo, não chega a criar vida a partir dos seres inanimados. Aproveita-se de uma bactéria pré-existente, na qual se substituiu o DNA original, por um que foi planejado em laboratório. É o aperfeiçoamento, em outra dimensão – numa comparação pobre – do enxerto. Numa cepa de laranjeira silvestre (cavalo), se pode sobrepor uma segunda espécie de laranja, cujo resultado será da qualidade desejada pelo ser humano.
  5. A experiência assim mesmo é fantástica, pois admite bilhões de possibilidades. Desde os usos mais nobres, até a síntese de bactérias da maldade. Pode virar uma guerra, ou pode virar a salvação da vida humana. Espero que se faça uma nova declaração da ONU, sobre os Direitos Humanos. Desta vez encarando os limites das experiências científicas.
  6. Não sei se um dia a ciência terá o poder de “criar” vida, e imitar o Onipotente. O fato é que antes disso precisa pelo menos desvendar o que é a matéria escura, e como curar a calvície.

Dom Aloísio Roque Oppermann

Renovar a Face da Terra

Cristo Jesus, tendo subido aos céus, enviou o seu Espírito Santo para renovar a face da terra. O cristão é chamado a testemunhar no mundo a força renovadora do amor que vem do sacrifício de Cristo na cruz.

Neste domingo celebramos a festa de Pentecostes. Recordamos a descida do Espírito Santo sobre a Virgem Maria e os Apóstolos, reunidos no cenáculo; a primeira pregação do Evangelho em Jerusalém; a formação da primeira comunidade cristã; o nascimento da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O protagonista escondido de tudo isso é o Espírito Santo. Ele operou outrora e continua operando hoje na sua Igreja. E se lhe damos espaço, intervém com eficácia também em nossa vida. Talvez até agora tenhamos descuidado da presença do Espírito em nós, os seus convites para operar o bem.

Notamos algo de curioso nas três leituras da missa deste domingo. Normalmente, a mais importante é a do evangelho que apresenta Jesus operando no meio dos homens. Nos últimos domingos a importância está na primeira leitura, tomada do livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas. Este livro nos conta a vida dos discípulos depois da ressurreição do Senhor, a história da Igreja em seus inícios. Nesse livro encontramos o relato por extenso de Pentecostes, acontecimento que dá origem à festa de hoje.

Pentecostes significa qüinquagésimo dia. Cinqüenta dias depois da Páscoa, os apóstolos com a Mãe de Deus recolheram-se no Cenáculo, a grande sala na qual o Senhor tinha celebrado a última ceia. Eles continuavam a recolher-se ali, depois da ascensão do Senhor, e sobre eles veio descer o Espírito Santo. Nesse dia tem início a história da Igreja no mundo. E, portanto começa também a história dos cristãos.

Desse acontecimento, o trecho do Evangelho nos apresenta somente uma antecipação: narra como Jesus prometeu aos apóstolos o dom do Espírito Santo, e lhes assegurou que nele haveriam de encontrar conforto, e dele receberiam tudo que deveriam conhecer para a sua missão. Era a tarde da Quinta feira Santa, depois da última ceia, durante o longo e comovente discurso de adeus de Jesus aos apóstolos. Vivendo perto de Jesus tinham percebido nele a presença do divino.

Pedro um dia tinha concluído também em nome dos outros: “Tu és o Filho de Deus, tu tens palavras de vida eterna.” Sentiam-se amados por Jesus, e o amavam também. Para segui-lo tinham abandonado casa, família, profissão, tudo. Mas Jesus lhes tinha advertido que um dia os deixaria. Daí o seu desencorajamento, sua desilusão. Por isso a promessa de Jesus: “Eu pedirei ao Pai, e ele vos dará um outro Consolador, para que permaneça convosco para sempre”.

A palavra usada por Jesus foi Paráclito que significa Consolador e também Advogado, para que nas circunstâncias difíceis lhes sugerisse o que dizer diante dos homens e ainda nos tribunais.

Mas tudo isso se desenrolou na “Quinta Feira Santa”, no recolhimento da Última Ceia, na forma privada.

Ao invés, cinqüenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo se fez presente de forma sensível, manifesta, clamorosa, com sinais vistosos e surpreendentes. São Lucas fala de “um trovão, um vento impetuoso”. Fala de “línguas como de fogo, que pousavam sobre Maria e os apóstolos”.

Os apóstolos compreenderam bem aqueles sinais, acolheram o Espírito Santo, sentiram-se transformados interiormente, venceram todo o medo. Antes estavam escondidos no Cenáculo. Agora saem fora ao descoberto, falam em público e anunciam a todos o Evangelho.

Assim nasceu a Igreja, como realidade histórica que se radica nas cidades, nas nações e nos continentes, que percorre os séculos e os milênios. Uma experiência de homens em diálogo com Deus, que desde dois mil anos atravessa a história.

O protagonista é o Espírito de Jesus; protagonista na história da humanidade e na pequena história de cada um de nós. Do Espírito de Deus “está plena a terra”, desde a criação, a Encarnação do Filho de Deus no seio da Virgem Maria, no perdão dos pecados, e no testemunho cristão. Um sentido de amor para a vida e aos irmãos que nasce do Espírito e nos faz imitadores de Cristo.

Cardeal Geraldo Majella Agnelo

Igreja Santa

“Em nome do Senhor Jesus, que nos remiu com sua morte, nós vos pedimos e suplicamos que procureis diligentemente informar-vos acerca do motivo e do modo como sofremos tribulações e angústias da parte dos inimigos da religião critã. Desde que, por disposição divina, a Mãe Igreja me colocou no trono apostólico, apesar de me sentir indigno e contra a minha vontade, disso Deus é testemunha, procurei com o máximo empenho que a Santa Igreja, esposa de Deus, senhora e mãe nossa, voltando à primitiva beleza que lhe é própria, permanecesse livre, casta e católica. Mas como isso desagrada muitíssimo ao antigo inimigo, este armou seus sequazes contra nós, para que tudo sucedesse ao contrário. Por isso, ele fez tanto mal contra nós, ou antes, contra a Sé Apostólica, como ainda não pudera fazê-lo, desde os tempos do imperador Constantino Magno. Nem é de admirar muito, porque, quanto mais o tempo passa, tanto mais ele se esforça para extinguir a religião cristã.

Agora, pois,, meus caríssimos irmãos, ouvi com muita atenção o que vos digo. Todos os que no mundo inteiro têm o nome de cristãos e conhecem verdadeiramente a fé cristã, sabem e crêem que São Pedro, o príncipe dos apóstolos, é o pai de todos os cristãos e o primeiro pastor, depois de Cristo, e que a Santa Igreja Romana é a mãe e mestra de todas as Igrejas. Se, portanto, acreditais nessas coisas e as afirmais sem hesitação, eu, vosso humilde irmão e indigno mestre, rogo-vos e recomendo-vos pelo amor de Deus onipotente, que ajudeis e socorrais este vosso pai e esta vossa mãe, se desejais alcançar por seu intermédio a absolvição de todos os pecados, a bênção e a graça, neste mundo e no outro. Deus onipotente, de quem procedem todos os bens, sempre ilumine a vossa alma e a fecunde com seu amor e o amor do próximo. Assim, pela vossa constante dedicação, mereceis a recompensa de São Pedro, vosso pai na fé, e da Igreja, vossa mãe, e chegareis sem temor à sua companhia. Amém”. (Palavras de São Ggregório VIII, Papa de 1073 a 1085, que trabalhou intensamente na Reforma da Igreja e, perseguido, morreu no desterro, em Salerno).

Sempre, no decorrer da história, haverá aqueles que, dentro e fora da Igreja, se investirão contra ela. Uns lhe fazem mal pela traição aos compromissos assumidos, outros pelo ódio à sua profecia que fere seus interesses. Entretanto, as palavras de Jesus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” e “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”(cf Mt 16,13-19) continuam verdadeiras. A Igreja jamais será corroída por dentro, como vem sendo gritado todos os dias por aqueles que não a conhecem, pois seu “dentro” é o mistério de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, seu fundamento é Cristo, sua força é o Espírito que a conduz pelos caminhos da história. O pecado não vem de seu interior, vem de fora, de cada um de nós que, não obstante a purificação do batismo, continuamos sujeitos às humanas misérias. O pecado é como um verme que corroi o ser humano por dentro. Nossos pecados desfiguram o rosto da Igreja santa, impedem que sua luz brilhe no mundo. São sete os pecados que capitaneiam o mal no mundo: Soberba, Avareza, Luxúria, Inveja, Gula, Ira e Preguiça. São “patrimônio” de toda a humanidade. A Igreja reúne em seu seio uma multidão de pecadores que desejam banhar-se nas águas da redenção. O combate contra o mal, dentro e fora de nós, só terá fim com nossa morte e com o desfecho final da história humana. É preciso ouvir sempre de novo a parábola do joio e do trigo ( cf. Mt 13,24-30) e aquela dos peixes sãos e dos peixes corrompidos, apanhados na mesma rede do pescador(cf. Mt 13,47-30). Mas é preciso sobretudo louvar a Deus pela Igreja, presente no mundo, sinal permanente de seu amor misericordioso.

Quantas coisas bonitas vivemos nesses últimos dias: a Páscoa do Senhor, Pentecostes, a festa da Santíssima Trindade! E estão a chegar as festas de Corpus Christi, do Sagrado Coração de Jesus, de Santo Antônio, de São João Batista, de São Pedro e São Paulo. A luz de Cristo brilha intensamente em nossa vida e seu amor se manifesta de muitas formas em sua Igreja. Neste mês de junho, no próximo dia 11, encerra-se o Ano Sacerdotal em que nós, sacerdotes, fomos convidados a espelhar-nos na fidelidade de Cristo para sermos igualmente fieis à vocação a que fomos chamados. O Senhor nos falou a nós, sacerdotes, de muitos modos, às vezes através de acontecimentos dolorosos, mas sempre com muito amor. As palavras de São Gregório, acima citadas, nos fazem compreender que é tentando atingir a cabeça que se pensa destruir a Igreja. Como sua cabeça é Cristo, a Igreja continuará seu caminho e o Espírito continuará a fazer santos no decurso da história. Você, cristão(ã), você, sacerdote, você pode e deve ser um deles, sinal de Deus para os homens e mulheres de nosso tempo.

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues

Declaração da 48ª Assembleia Geral da CNBB







“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33)

A promoção e a defesa dos Direitos Humanos fazem parte da mensagem bíblica e constituem parte da missão da Igreja Católica, em sua ação evangelizadora, especialmente, diante de violações que atentam contra a dignidade humana. Na Encíclica Pacem in Terris, de 1963, o Beato João XXIII estabeleceu um autêntico paradigma dos Direitos Humanos, alicerçados numa visão integral da pessoa humana.

A Igreja, por esta Encíclica, continua afirmando que “Em uma convivência humana bem constituída e eficiente, é fundamental o princípio de que cada ser humano é pessoa; isto é, natureza dotada de inteligência e vontade livre. Por essa razão, possui em si mesmo direitos e deveres, que emanam direta e simultaneamente de sua própria natureza. Trata-se, por conseguinte, de direitos e deveres universais, invioláveis e inalienáveis.” (Pacem in Terris, 9) Entre os direitos principais, listados pelo Papa, se encontram, em primeiro lugar, o “direito à existência, à integridade física, aos recursos correspondentes a um digno padrão de vida” (idem, 11).

O conjunto de Direitos afirmados na Pacem in Terris ultrapassa os que constam na Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas de 1948, sobretudo, pela ênfase dada aos direitos sociais e econômicos. Distingue-se também da visão individualista dos Direitos Humanos ao integrar os direitos individuais aos sociais, a partir do princípio da responsabilidade social e do dever de solidariedade que liga as pessoas humanas. Os direitos sociais, nesta perspectiva, não são uma concessão ou um ato de caridade social, mas um dever de justiça que o Estado é obrigado a garantir, tendo em vista a dignidade da pessoa humana e o seu direito à vida.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fiel à missão confiada por Cristo à Igreja, tem procurado agir na defesa dos Direitos Humanos, dentro de uma sociedade pluralista na qual vivemos. É oportuno lembrar aqui a luta empreendida pelos Bispos do Brasil em favor da redemocratização do País e sua ação efetiva contra o arbítrio e a tortura. Recordamos também, algumas iniciativas da CNBB e das diversas Pastorais Sociais, do passado aos nossos dias, em prol da democracia, do direito e da justiça: as Campanhas da Fraternidade, a luta contra o trabalho escravo, a defesa dos povos indígenas e afro-descendentes, a dignidade dos aprisionados, o empenho pela reforma agrária, a justa distribuição da terra, a preservação do meio ambiente, o apoio na elaboração dos Estatutos da Criança e do Adolescente, do Idoso e da Igualdade Racial, a luta pela elaboração da Lei 9840, contra a corrupção eleitoral, e a recente Campanha conhecida como “Ficha Limpa”.

Quando a Igreja se pronuncia sobre os Programas Nacionais de Direitos Humanos, ela o faz com o propósito de exercer o seu direito de sujeito presente na sociedade e participante dos destinos de nosso povo. Tal direito, sendo também um dever constitutivo de sua missão, é irrenunciável. Diante dessas iniciativas governamentais, a Igreja Católica somente “quer servir à formação da consciência na política e contribuir a que cresça a percepção das verdadeiras exigências da justiça” (Deus caritas est, 28a).

Para a Igreja, a mesma veemência que se demonstra na defesa da vida em sua dimensão social deve ser demonstrada no tocante à defesa da vida em sua dimensão pessoal, bem como na defesa de todos aqueles valores e realidades que dignificam o ser humano, como a família, a religião, a reta compreensão da sexualidade, entre outros. Não pode haver desconexão entre a moral social e a moral da pessoa. “A Igreja propõe, com vigor, esta ligação entre ética da vida e ética social, ciente de que não pode ‘ter sólidas bases uma sociedade que afirma valores como a dignidade da pessoa, a justiça e a paz, mas contradiz-se radicalmente aceitando e tolerando as mais diversas formas de desprezo e violação da vida humana, sobretudo se débil e marginalizada’”. (Caritas in veritate,15)

Nas ações programáticas do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), conforme é afirmado na Nota da Presidência da CNBB, de 15 de janeiro de 2010, encontramos “elementos de consenso que podem e devem ser implementados imediatamente”. Entretanto, identificamos também determinadas ações programáticas que não podem ser aceitas. Reafirmamos nossa posição, já muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, da dignidade da mulher, do direito dos pais à educação religiosa e ética de seus filhos, do respeito aos símbolos religiosos, e contrária à prática e à descriminalização do aborto, ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos e à profissionalização da prostituição.

A linha de continuidade que existe em torno desses pontos, entre os Programas de Direitos Humanos de 1996 (PNDH-1), de 2002 (PNDH-2) e de 2009 (PNDH-3), é reveladora de uma antropologia reducionista que está na base de certas formulações nas quais pretensos direitos são incluídos entre os Direitos Humanos, embora constituam a negação mesma de Direitos Fundamentais. Só uma visão integral de pessoa humana pode fundamentar corretamente os Direitos Humanos. Como afirmou o Papa Bento XVI, perante a ONU, em seu discurso por ocasião do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em abril de 2008, “Tais direitos estão baseados na lei natural inscrita no coração do homem e presente nas diversas culturas e civilizações. (...) Contudo não se deve permitir que esta ampla variedade de pontos de vista obscureça o fato de que não só os direitos são universais, mas também o é a pessoa humana, sujeito destes direitos”.

Em nossa ação pastoral, continuaremos envolvendo as comunidades cristãs e mobilizando a sociedade brasileira, para o necessário discernimento e o atento acompanhamento das propostas legislativas, durante a sua tramitação no Congresso Nacional, relativas a determinadas ações programáticas do PNDH-3, em vista da efetivação dos Direitos Humanos em nosso País.

Renovamos nosso compromisso com o efetivo respeito aos Direitos Humanos, de modo especial dos pobres e das camadas mais frágeis de nossa população. Pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, imploramos as luzes de Deus, para que, em um clima de diálogo democrático, possamos construir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

Brasília, 12 de maio de 2010

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-Geral da CNBB

Chipre, a próxima visita de Bento XVI

A viagem apostólica de Bento XVI agendada para 4 a 6 de junho será à ilha de Chipre, localizada na parte oriental do mar Mediterrâneo.

Neste pequeno pedaço de terra há diversidades históricas, culturais e religiosas, e para conhecer melhor a República de Chipre e a importância bíblica que ela tem para os cristãos os missionários Adilson Ribeiro e Thaysi Santos da Canção Nova prepararam uma série de cinco vídeos que vamos começar a ver hoje.

Você sabe o nome da capital de Chipre? Qual a herança deixada pela colonização britânica? O que Chipre tem a ver com o apostólo Paulo? Assista e descubra mais:

No próximo vídeo vamos conhecer as consequências da ocupação turca no norte do país; as ruínas do porto de Salamina e a beleza da arquitetura greco-romana. Todos os vídeos serão exibidos no terrasanta.cancaonova.com nesta semana.

Reconstruindo a família, a arca da salvação



Todos nós somos frutos de lares assim: de pais e mães que sofreram para construí-los. Quem constrói sabe que não existe construção fácil: é suado, dolorido, demorado, porém, bem alicerçado.

O Senhor nos chama a deixar a mentalidade que o mundo e a televisão nos têm transmitido, para sermos os reconstrutores desta arca da salvação, que é a família, em bases sólidas. Não mais construídas na areia, no egoísmo, mas reconstruídas no amor, em Deus. Isso significa doação, entrega, dor...

Não existe ato de amor mais lindo do que gerar, mesmo quando isso nos faz sofrer! O amor é doloroso como o parto! Há mulheres que passam a gravidez inteira praticamente em repouso, correndo o risco de perder o bebê. Mas, quando a criança nasce, que alegria! Mesmo sofrido, o amor gera uma alegria única. Não existe amor que não seja assim.

É como a gasolina que é tirada do petróleo: feio, escuro... Assim também somos nós que estamos ainda nesta terra, neste barro sujo. Mas a beleza está aí: o amor surge da dor e da entrega. Só existe um tipo de amor: aquele que nasce da dor. O resto é sucata que o mundo nos oferece. Novelas atraentes, pintadas com cores fortes, não passam de sucata. Vivemos do metal puro, passado pelo fogo; metal que tem têmpera, e não de sucata.

O Senhor nos convida para sermos os construtores da nossa casa. E Ele próprio nos mostra os meios: a Palavra de Deus, a oração, os mandamentos divinos, o sofrimento acolhido com amor. Uma casa construída sobre a rocha, que é Deus.

Nossa geração aplaude os que vivem na infidelidade, no adultério e nos induz a fazer o mesmo. Nossas famílias são violentamente agredidas. Deus quer salvar você e toda a sua família. Você é o "Noé" que o Senhor escolheu para reconstruir a arca, que é a sua casa.

Trecho do livro "Homem e mulher em sintonia" de monsenhor Jonas

Um amor eterno - Padre Fábio de Melo

A capacidade de ver o outro de forma diferente

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O amor só pode ser eterno à medida que vivermos a conquista do outro todos os dias. E isso só a partir do momento em que o amor de Deus incendiar a nossa vida. Nós só podemos ser livres quando temos dono, mas um dono que nos administre para o amor e para a liberdade. O meu Dono [Deus] me ama, tem apreço por mim! Não vai me sugerir nada que vá me fazer mal, porque Seu dom é amor. Ele não escraviza ninguém.

Para ter fogo é preciso ter lenha. Deus é o fogo. Nós precisamos ser essa lenha onde o Senhor queime. O Todo-poderoso não faz milagres para mostrar o Seu poder apenas, mas todas as manifestações do Senhor são para conquistar o coração que está ali. Ele assim fez com Moisés. A conquista vem por intermédio de coisas bonitas. Se você vai receber amigos, você oferece o melhor. Busca um jeito de manifestar o amor. É isso que Deus fez com esse profeta.

O "bonito" não se limita a um atrativo estético, interior. É você perceber algo a mais. É descobrir que alguma coisa daquela beleza supera as suas formas. É algo maior que me chama, que fala de mim, como se aquela beleza fosse algo que me faltasse. O amor é essa capacidade de ver o outro de forma diferente. No meio de tanta gente, alguém se torna especial para você e você se aproxima. O amor é essa capacidade de retirar alguém da multidão, tirá-lo do lugar comum para um lugar dedicado, especial. Alguém descobriu uma sacralidade em você.

Amar é você começar a descobrir que, numa multidão, alguém não é multidão. Quando alguém se aproximou de você foi porque você gerou um encanto nessa pessoa. O outro se sentiu melhor quando se aproximou de você. A beleza da totalidade que você tem faz o outro melhor. A primeira coisa que o amor esponsal e conjugal cura são as orfandades que a vida nos colocou.

Não acredito em um casamento que não tem Deus na sua história. Como o seu marido vai reconhecer a sacralidade do seu coração se ele não traz a consciência de todo o sagrado que você é? O amor, quando não é amor, vira competição, disputa. Por isso o amor que é iniciado e mantido em Deus será sempre um amor de promoção do outro.

O casamento é um encantamento pelo outro, o qual vai ganhando sentido quando o vou conhecendo. Assim, todos os dias você precisa se aproximar do outro e descobrir o motivo para continuar o respeito e a alegria de estar diante daquela, que é sua ajuda adequada.

Casamento em que o outro é opressão, não é amor. O amor leva para o alto! Se vocês não se promovem mais significa que vocês estão esquecendo a vocação primeira do matrimônio: o de acender o fogo do amor, da dignidade e da felicidade do outro.

Foto

Padre Fábio de Melo

Sacerdotes que, em épocas diferentes, transformaram a história

Canção Nova Notícias


A arte se faz presente ao longo do tempo na história da Igreja. Mas a inspiração divina por vezes a torna eficaz também para o trabalho de evangelização.

Na segunda reportagem da série "Sacerdotes para Sempre", você vai conhecer o trabalho de dois padres: Um que é pintor e atua junto ao poder público na luta contra as drogas e outro, que em 1959, inspirado a fazer uma pintura, sentiu nela o sinal confirmação do carisma que daria início a uma congregação que cuida de sacerdotes idosos.

Assista à reportagem



A pintura começa sem esboço, primeiro se forma na alma do artista e aos poucos ganha a tela. Apenas dois minutos: A Sagrada Família em fuga para o Egito.

Bem que Peixoto também tentou fugir do pescador. Mas a vocação já era uma obra pronta na alma. Tornou-se Padre.

A porta entreaberta de uma marmoraria nos leva a uma palestra de motivação - um pedido do prefeito que quatro anos atrás sentiu a necessidade de ter o apoio do padre para ajudar a combater a violencia que crescia na cidade.

Monsenhor Crescêncio. Tem 57 anos de sacerdócio. Ele se desfez de 25 caixas de livros de seu acervo pessoal para poupar espaço da casa onde passou a morar. Sacerdócio para ele é entrega plena.

Hoje seis padres estão sob cuidados diretos na casa. Padre Heládio tem 81 anos, 56 de sacerdote. Para ele quanto mais cedo o jovem ingressa para a vida sacerdotal, menores são as chances de algum arrependimento.

A música foi a grande amiga de Monsenhor Leite. Compôs hinos importantes para a Igreja do Brasil, como "Senhor Vos Ofertamos".

Hoje a congregação possui cerca de 60 padres. Irmão Ivonilson está no segundo ano de filosofia. Pretende concluir a faculdade e continuar na congregação que expressa o carisma dele. O exercício do aprendizado na casa é constante.

Desde o primeiro traço de inspiração divina até a entrega plena da vocação, o carisma, aos poucos, lapida a mais dura e fria pedra da sabedoria, deixando ao final de cada trabalho, que a arte de evangelizar se torne modelo para gerações futuras.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O segredo da cura - Com Padre Léo

Peça que o Espírito Santo o cure onde você realmente precisa

Em Lucas 5,1-5 temos um reflexo do que todos nós já passamos ou estamos passando. Pedro disse a Jesus: "Senhor, trabalhamos a noite inteira e não conseguimos nada" (idem 5b). Isso é reflexo do que vivemos e dizemos tantas vezes a Jesus: "Senhor, de que adiantou tanta luta?". Diante do desespero nós diremos sempre essa mesma frase.

O primeiro segredo da cura dos traumas de Pedro, que representa a Igreja, foi quando Cristo chegou e ele estava consertando a rede. À noite não tinha como ver que este objeto estava rasgado, e ele só viu isso de manhã.

Quando as coisas não estão bem em nossa vida, quando nos acontecem situações difíceis, buscamos culpados ou desculpas. Fracassos não resolvidos são semente de novos e maiores fracassos.

Você quer ser curado de seus traumas? Então é preciso consertar suas "redes"! O ser humano é capaz de realizar o ótimo, mas também capaz de realizar o péssimo, pois é como uma rede que vai se estragando ao longo da vida. Existem pessoas que trazem traumas desde a barriga da mãe, em sua infância, ou provocado por outras pessoas. A nossa grande missão é consertar as "redes"; é preciso lavar nossas "redes", nosso coração, que é sede das emoções e das decisões.

É necessário ter equilíbrio e dosar as coisas; ter disciplina no comer, em tudo. Sem disciplina espiritual não acontece cura. A indisciplina não deixa que a graça de Deus entre em nossa vida. As pessoas que não são capazes de fazer pequenas renúncias, não farão as grandes. Você quer ser uma pessoa curada? Cuide da sua alimentação; não prepare seu inconsciente para ter fome.

O grande poder de cura é a Palavra de Deus, é essa Palavra que tem poder de restauração. Quando ela entra em seu inconsciente começa a agir. Mesmo que você não sinta, saiba que a Palavra está agindo. Mas Deus não nos violenta nunca, Ele só age em nós quando permitimos Sua ação. O Todo-poderoso trabalha no diálogo, Ele cura cada coisa que vamos pedindo, por isso a necessidade de fazermos um roteiro. Preciso me conscientizar quais as áreas da minha vida precisam ser equilibradas.

99% das doenças vêm de traumas; e o trauma é o grande inimigo seu e meu. Existem pessoas que confessam seus pecados desde a infância, porque são traumas. O povo e os padres precisam se convencer de que não adianta reclamar. O trauma é como uma torneirinha pingando; enxugamos o local, mas depois está molhado novamente. Muitas pessoas fazem uma confissão sincera, mas, mesmo assim, continuam pecando, porque, na verdade, são portadoras de traumas e precisam ser curadas na raiz.

Por isso peça que o Espírito Santo venha curá-lo nas áreas que você realmente precisa.

Os traumas atingem três áreas:

- Física,

- Espiritual,

- Psicológica.

É preciso identificar quais são os seus traumas. Use sua memória para retomar a situação de pecado que você viveu, naquele em que você sempre caiu e peça a Deus o discernimento para descobrir a raiz desse mal [pecado].

Padre Léo

Veja como foi o Tríduo de Santa Rita de Cássia em nossa Paróquia


Do dia 19 à 22 de maio, a Capela Santa Rita de Cássia, pertecente à Paróquia Sant'Ana de Araçatuba, Diocese Araçatuba, realizou um Tríduo em louvor à sua Padroeira onde os fiéis puderam agradecer todas as graças alcançadas através da intercessão da Santa e pedir também novas graças. Durante os dias da Festa, o fiéis contaram com a presença do Padre Orlando Maffei (paroco desta Paróquia), do vigário PAdre Silvio Cardoso da Silva, do Padre Pedro de Santo Antônio do Aracanguá como também do nosso Bispo Dom Sérgio no último dia. Veja como foi em nosso Portal, clicando aqui

Entenda a importância de uma boa formação para o sacerdócio

Canção Nova Notícias


Nesta semana, o Canção Nova Notícias inicia a série "Sacerdote para Sempre". Na primeira reportagem você vai conhecer a importância da formação sacerdotal, o que pensa quem começa e o exemplo de quem já dedicou toda a vida a serviço desse ministério.

Assista à reportagem


Padre Leandro dos Santos dá os primeiros passos como sacerdote. Há dois meses ele foi ordenado, mas o chamado surgiu desde criança e se concretizou nesta Igreja. O exemplo de padre Hugo foi fundamental. Ele vivia "sempre com muita piedade, muito zelo e isso foi me motivando a ser padre", conta.

Depois de festas, novenas na paróquia onde foi ordenado, vem o senso de responsabilidade. Ele já se sente preparado para os desafios que terá pela frente como sacerdote. E não teme pela decisão que tomou. "Nunca vi o celibato como perda de algo, a castidade, a pobreza e a obediência. Muito pelo contrário. Eu sempre enxerguei como uma oferta".

Hoje ele dá aulas vocacionais para os jovens que desejam iniciar a vida sacerdotal. Patric Alves de Carvalho é um dos alunos, tem 17 anos, e sonha em seguir esse ministério. "Veio o chamado de Deus no nosso coração e veio essa busca de querer saber se realmente esse é o caminho", disse.

A expectativa de Tomás Ranieri da Silva é a de contribuir como padre para um mundo melhor: "Jesus quer pessoas que levem essa luz. O mundo tá precisando de luz".

É nessa fase inicial, chamada de propedêutico, que todos eles terão a oportunidade de fazer o primeiro contato com o mundo da Igreja e confrontar com o projeto de sacerdócio que eles idealizaram.

Padre Marcial Maçaneiro explica que existem três importantes motivos que contribuem para a formação de um bom sacerdote: A vocação, o sentimento de estar humanamente integrado às realidades do mundo e a motivação pelo serviço que irá prestar à Igreja.

"Nesta linha se trabalharmos bem o 'tripé' e o que se investe da parte espiritual, humana e formação continuada. Quem encara isso aí, tem muitas chances de ser feliz e fazer os outros felizes como padre", explicou.

Tanto no seminário como na faculdade o estudante irá adquirir formação espiritual, teológica, humana, comunitária e até mesmo técnica.

"A gente procura não dividir a formação de forma estanque. A pessoa é sujeito de sua formação, ela vai inteira nessas etapas e é acompanhada tanto em casa, no seminário, quanto na faculdade de teologia e filosofia", explicou padre Marcial.

Mas o caminho por quem deseja ser sacerdote é grande. Pelo menos duas faculdades são fundamentais, a de teologia e a de filosofia. São cerca de 120 disciplinas a serem estudadas. A base que orienta a formação de todo sacerdote são mantidas por duas colunas: a da fé, que alimenta a relação entre o homem e Deus; e a da formação que prepara o sacerdote para o serviço da Igreja. Fé e conhecimento se complementam.

De acordo com padre Marcial, "o ser humano maduro é aquele que consegue ter fé, bom conhecimento e, ainda mais, traduzir isso num projeto de vida".

Os estudos são intensos, mas ser sacerdote não é profissão. É ministério. O conhecimento e a fé se completam com a inspiração divina, que se manifesta de forma diferente em cada indivíduo.

Já se passaram 86 anos, mas a lembrança do momento em que Monsenhor Leite assumiu a vocação para o sacerdote ainda está muito presente na memória e no coração. São 61 anos de
sacerdócio. Se ele pudesse voltar atrás. "Eu iria fazer a mesma coisa, com uma condição, melhorando alguma coisa que eu posso melhorar", afirma o monsenhor.

Se Tomás e Patric conseguirão chegar lá, isso ninguém sabe. O certo é que padre Leandro assim como seguiu o exemplo de Padre hugo, também deseja que os novos sacerdotes sigam o dele. "Eu espero que o meu sacerdócio seja sementeira de novas vocações", disse.

A complexidade da formação humana e a exigência dos tempos atuais deixarão que a vida reaja aos desafios da escolha.

domingo, 23 de maio de 2010

Conic divulga mensagem por ocasião do Domingo de Pentecostes

CNBB


O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) divulgou uma mensagem por ocasião do Domingo de Pentecostes. Assinada pelo presidente e secretário geral do Conic, respectivamente, pastor sinodal Carlos Augusto Möller e reverendo Luiz Alberto Barbosa, o texto enfatiza a importância da unidade dos cristãos, de modo especial, quando é celebrada a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (16 a 23 de maio). “O movimento ecumênico buscar unir as Igrejas, mas é o Espírito Santo, verdadeiramente, quem une todos os cristãos em uma só Igreja”.


No texto, o Conic destaca ainda que o Domingo de Pentecostes é uma data especial para a Igreja de Cristo, que “consiste no povo de Deus, nascido do Espírito Santo”. “Algo especial aconteceu no dia de Pentecostes. Naquele dia nasceu a Igreja, uma Igreja para o mundo inteiro e para todas as pessoas”.

Leia a íntegra

Caros Irmãos e Irmãs,
Jesus diz: ‘É necessário que eu vá: pois se eu não for, o Consolador não virá para vós outros’ (João 16.7). E no Domingo de Pentecostes celebramos a vinda do Consolador. A vinda do Espírito Santo prova que Cristo completou gloriosamente a Sua obra redentora e que o Espírito continua a aperfeiçoar a obra de salvação iniciada por Cristo. Há um só Espírito que continua a agir na Igreja de Cristo, promovendo a sua Unidade. A Igreja consiste no povo de Deus, nascido do Espírito Santo, e salvo pela fé em Cristo Jesus. Algo especial aconteceu no dia de Pentecostes. Naquele dia nasceu a Igreja, uma Igreja para o mundo inteiro e para todas as pessoas.

Durante toda esta Semana celebramos a busca da Unidade dos Cristãos pela Oração. Que diferença a vinda do Espírito Santo fez no dia de pentecostes e que diferença a atuação constante do Espírito continua a fazer hoje na vida dos fiéis cristãos presentes em todo o mundo! Os seguidores de Jesus, fracos, confusos e amedrontados se tornaram destemidos pregadores e testemunhas do seu Evangelho de Amor. O Espírito Santo é dado à Igreja para promover, antes de mais nada, a Unidade do Corpo de Cristo. A Igreja toda é um corpo e os fiéis são membros ou partes diferentes deste corpo. "A um é dada pelo Espírito a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento pelo mesmo Espírito", (1 Cor. 12.8-9). O Espírito dá a indivíduos os dons necessários para o cumprimento do papel vital de manter uno o Corpo místico de Cristo que é a Igreja.

O movimento ecumênico busca unir as igrejas, mas é o Espírito Santo, verdadeiramente, quem une todos os cristãos em uma só Igreja. Cristo é a porta, e o Espírito Santo conduz a todas as pessoas para entrarem por esta Porta, "Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus" (João 3.5). "Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados, em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito" (1 Cor 12.13).

A unidade que o Espírito Santo produz é uma unidade real. Podemos sentir esta Unidade através da oração, em especial nesta Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos. Jesus ora pela unidade dentro da Sua Igreja: "que eles sejam um, assim como nós somos um" (João 17.11). A busca desta unidade é essencial para os Cristãos e devemos nos esforçar ao máximo para que ela se torne uma realidade: "esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Há somente um corpo e um Espírito" (Ef 4.3-4).

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) deseja que a busca da Unidade da Igreja seja uma constante na vida de todos os nossos fiéis, na certeza de que, com a atuação do Espírito Santo, a obra de Cristo continuará a florescer cada vez mais na vida de todos os homens e mulheres de boa vontade.

Que o Espírito da Unidade continue a agir na mente e nos corações de todos nós. Amém.

Pastor Sinodal Carlos Augusto Möller
presidente do Conic

Rev. Luiz Alberto Barbosa
secretário-geral

O Espírito Santo supera as barreiras e nos dá a unidade, diz Papa

Rádio Vaticano




''O Espírito Santo envolve homens e povos e, através deles, supera muros e barreiras'', destaca Bento XVI
"Na celebração de Pentecostes, somos convidados a professar a nossa fé na presença e na ação do Espírito Santo". Com esta síntese da solenidade que conclui o tempo pascal, teve início a homilia pronunciada pelo Papa Bento XVI na manhã deste domingo, 23, na Basílica de São Pedro.

O Espírito Santo, recordou o Pontífice, é o dom que Jesus pediu e continuamente pede ao Pai por seus amigos; o primeiro e principal dom que nos obteve com a sua Ressurreição e Ascensão ao Céu. Este dom produz unidade e compreensão: "Inicia-se um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e espalhadas; as pessoas, muitas vezes reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo se abrem à experiência da comunhão, que pode envolvê-las a tal ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade".


Desde o dia de Pentecostes, explicou o Papa, a Igreja fala todas as línguas. Ela jamais permanece prisioneira de confins políticos, raciais e culturais; não se pode confundir com os Estados e deve permanecer autônoma. Por sua natureza, a Igreja é una e multíplice, destinada a viver em todas as nações, todos os povos, nos mais diferentes contextos sociais. "O Espírito Santo envolve homens e povos e, através deles, supera muros e barreiras".

Todavia, esta unidade criada pelo Espírito Santo não significa uma espécie de igualitarismo. Pelo contrário. Em Pentecostes, os Apóstolos falam línguas diferentes de modo que cada um compreenda a mensagem no próprio idioma. Às Igrejas particulares, porém, cabe a missão de se confrontar e se harmonizar com a Igreja una e católica.

A seguir, Bento XVI falou da maneira como o Espírito Santo se manifesta: "fogo como chama divina" que ilumina a estrada da humanidade. "Como é diferente do fogo das guerras e das bombas!", comparou. "Como é diferente o incêndio de Cristo, propagado pela Igreja, em relação ao fogo aceso pelos ditadores de todas as épocas, inclusive do século passado, que deixa um rastro de destruição. O fogo de Deus, o fogo do Espírito Santo, ao invés, arde sem queimar, sem destruir, e, ao se propagar, faz emergir a parte melhor e mais verdadeira do homem, a sua vocação à verdade e ao amor".

No íntimo do homem, o fogo provoca uma transformação, consumando as escórias que o corrompem e dificultam sua relação com Deus e com o próximo. Paradoxalmente, observa o Pontífice, este efeito divino nos assusta, temos medo de nos "queimar", e escolhemos permanecer como somos. Isso depende do fato de que muitas vezes a nossa vida é marcada pela lógica do ter, do possuir, e não do doar-se. Muitas pessoas crêem em Deus e admiram a figura de Jesus Cristo, mas têm medo das exigências da fé, de renunciar a certas experiências, a algo de belo.

Para quem vive esta divisão, o Papa repete o que Jesus dizia aos seus amigos: "Não tenham medo". Devemos deixar que a presença de Cristo e a sua graça transformem o nosso coração, sempre sujeito às fraquezas humanas. "Vale a pena deixar-se tocar pelo fogo do Espírito Santo. A dor que provoca é necessária para a nossa transformação."

Espírito Santo continua sendo derramado sobre a Igreja, diz Papa

Rádio Vaticano



''Sem as efusões constantes do Espírito Santo, a Igreja seria como um barco à vela ao qual falta o vento'', disse Bento XVI
Após a Missa celebrada na Basílica Vaticana na solenidade de Pentecostes, o Papa Bento XVI encontrou os fiéis e peregrinos que lotavam a Praça São Pedro para a oração do Regina Caeli, finalmente sob um sol primaveril.

Nas palavras que antecederam a oração mariana, o Papa falou da atualidade desta celebração, e dos muitos "pentecostes" que se manifestam ainda hoje na vida da Igreja.

Sem as efusões constantes do Espírito Santo, disse Bento XVI, a Igreja seria como um barco à vela ao qual falta o vento: "O Pentecostes se renova de modo especial em alguns momentos marcantes, seja em nível local, seja universal, seja em pequenas assembleias, seja em grandes convocações."

Bento XVI citou como exemplos os Concílios, em especial o Concílio Vaticano II, que tiveram sessões gratificadas por efusões do Espírito Santo, e o encontro dos movimentos eclesiais com João Paulo II, nesta mesma Praça, na celebração de Pentecostes de 1998.

"Mas a Igreja conhece inúmeros 'pentecostes' que vivificam as comunidades locais" – disse o Papa, citando as Liturgias e os encontros de oração, em que "os jovens sentem claramente o chamado de Deus".

"Portanto, não há Igreja sem Pentecostes. E gostaria de acrescentar: não há Pentecostes sem a Virgem Maria, como nos refere o livro dos Atos dos Apóstolos" – disse o pontífice, afirmando ter sido testemunha disso em Fátima, poucos dias atrás, durante sua viagem apostólica a Portugal.

"O que viveu aquela imensa multidão, na esplanada do Santuário, onde todos éramos um só coração e uma só alma, senão um renovado Pentecostes? No meio de nós estava Maria, a Mãe de Jesus. Esta é a experiência típica dos pequenos ou dos grandes santuários marianos, como Lourdes, Guadalupe, Pompéia, Loreto: onde quer que os cristãos se reúnam em oração com Maria, o Senhor doa o seu Espírito."

Por fim, Bento XVI evocou uma renovada efusão do Espírito Santo para toda a Igreja, em especial para todos os ministros do Evangelho, neste Ano Sacerdotal, para que a mensagem de salvação seja anunciada a todas as pessoas.

Após a oração do Regina Caeli, o Papa recordou que amanhã, 24 de maio, se celebra o Dia de oração pela Igreja na China: "Enquanto os fiéis que estão na China rezam para que a unidade entre eles e com a Igreja se aprofunde sempre mais, os católicos no mundo inteiro – especialmente os de origem chinesa – se unem a eles na oração e na caridade que o Espírito Santo infunde nos nossos corações, particularmente na solenidade de hoje."

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