domingo, 7 de março de 2010

João Paulo II: entenda os passos do processo de beatificação

H2O News e Catholic News Service

Passaram-se cerca de cinco anos desde a morte de João Paulo II e muitos esperam que o Vaticano aprove em breve a sua beatificação. Hoje, nas Crônicas Vaticanas, veremos qual é o itinerário necessário para que João Paulo II seja declarado santo.

Assista a reportagem



Depois de diversos anos de estudo, Bento XVI aprovou o decreto para o reconhecimento das virtudes heróicas de João Paulo II. Um passo muito grande rumo à beatificação, que é quando a Igreja declara uma pessoa beata. Mas, antes disso, é necessário um segundo passo: deve ser, de fato, reconhecido um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II. Para muitas pessoas em Roma, isso poderia acontecer muito rapidamente, talvez em tempo para o aniversário de sua eleição, na metade de outubro.

Mas, até o momento, isso não aconteceu. E, de fato, o Vaticano planejou diversas canonizações para 17 de outubro, tornando assim menos provável que João Paulo II possa ser beatificado no mesmo final de semana. Na realidade, não há uma tabela quando se trata de milagres. Quatro anos atrás, uma freira francesa foi curada milagrosamente do mal de Parkinson, a mesma doença de João Paulo II. O Vaticano ainda está estudando muito atentamente este caso, porque nas doenças neurológicas, como o Parkinson, os sintomas podem desaparecer, sem que se trate de uma cura.

Quando o Vaticano deve julgar se uma cura é milagrosa ou não, entrega-se o caso a médicos de várias especializações. Esses médicos estudam a história clínica do paciente, os exames que fez e as terapias às quais se submeteu. O simples fato de ter se curado depois de rezar para alguém como João Paulo II não dá nenhuma garantia de milagre. Às vezes, os médicos afirmam que a diagnose original estava errada ou que a cura é fruto de uma intervenção médica.

A tradição diz que quando se examinam os possíveis milagres, a doença deve ser incurável ou extremamente difícil de se tratar, e não se deve ter conhecimento de curas espontâneas para esses tipos de doença. Além disso, a cura deve ser imprevista e instantânea, como também completa e duradoura. Quem declara o milagre não são os médicos consultados pelo Vaticano. Normalmente, se a maioria de uma comissão de médicos afirma que uma cura não tem explicações naturais ou científicas, o caso passa a uma comissão de teólogos, que julga se a cura foi a resposta a um pedido de oração.

O da freira francesa que se curou do Parkinson é somente um dos muitos casos apresentados ao Vaticano sobre uma cura inexplicável ocorrida após orações a João Paulo II. Por exemplo, no ano passado, um homem de Ohio que recebeu um tiro de revolver na cabeça e que não tinha chances de recuperação, sobreviveu depois de ter recebido do capelão do hospital um rosário abençoado pelo Papa Wojtyla. Depois, há um caso de um menino polonês de nove anos, com uma doença nos rins, que não era capaz de andar, e que depois de ter visitado o túmulo de João Paulo II, segundo testemunhas, levantou-se da cadeira de rodas e saiu caminhando da Basílica de São Pedro.

O Vaticano não tem o tempo ou os recursos para investigar simultaneamente todos os dossiês. Procede caso por caso, por isso antes que um milagre seja verificado, podem se passar meses ou anos. Enquanto isso, a beatificação tem que esperar, às vezes por um período desconhecido. O passo sucessivo à beatificação é a canonização, ou seja, quando a Igreja declara uma pessoa santa. Para isso, é necessário um único requisito: outro milagre.

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