sábado, 21 de novembro de 2009

JOSÉ DE ANCHIETA E OS NEGROS AFRICANOS NO BRASIL

EDITORIAL DA SEMANA: JOSÉ DE ANCHIETA E OS NEGROS AFRICANOS NO BRASIL

Cidade do Vaticano, 21 nov (RV) - Neste ano em que o Santo Padre foi à África, em que tivemos o Sínodo especial para esse Continente e o corpo diplomático brasileiro, que está em Roma, promoveu um colóquio sobre o Pe. Anchieta, o Dia da Consciência Negra deste ano não poderia deixar de ser comemorado à luz da ação pastoral do Apóstolo do Brasil.

Muito se ouve falar de que José de Anchieta não conheceu, não conviveu com os negros africanos, mas apenas com os indígenas. Contudo pelo menos três de suas cartas, quando era Provincial do Brasil, dirigidas ao Pe. Geral Cláudio Acquaviva, uma escrita em 1582 e duas em 1584, nos provam o contrário:

Anchieta conviveu com os africanos e cuidou de sua catequização, batismo e vida espiritual. Ele fala do tratamento dado aos escravos vindos da Guiné e diz que só em 1582 entraram mais de dois mil, só em Salvador. Ele comenta o estado de saúde, o trabalho catequético desenvolvido com os que sobreviveram à travessia, a criação da Confraria do Rosário. Nas fazendas, engenhos e vilas realizava-se um trabalho pastoral.

Anchieta escreve que nas missões com os africanos, em 1584, 190 foram batizados, 160 se uniram pelo sacramento do matrimônio e foram ouvidas 5. 307 confissões. Portanto, a conscientização da dignidade da raça negra e o olhar para homens e mulheres - a ela pertencentes - como filhos de Deus, foi o tratamento dado por Anchieta, desde 1582, quando encontrou, no Brasil, os africanos.

Anchieta amou a todos como filhos do único Pai. Devotou-se também ao trabalho com os negros e amou a raça negra como um dom do Criador à Humanidade.

Pe. Cesar Augusto dos Santos, S.J.

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