sexta-feira, 21 de maio de 2010

O envio do Espírito Santo - Artigo do Padre Orlando Maffei


Ao dar a seus discípulos poder para que fizessem os homens renascer em Deus, o Senhor lhes disse: Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19).

Deus prometera, por meio dos profetas, que nos últimos tempos derramaria o seu Espírito sobre os seus servos e servas para que recebessem o dom da profecia. Por isso, o Espírito Santo desceu sobre o Filho de Deus, que se fez Filho do homem, habituando-se com ele a conviver com o gênero humano, a repousar sobre os homens e a morar na criatura de Deus. Assim renovava os homens segundo a vontade do Pai, fazendo-os passar da sua antiga condição para a vida nova em Cristo.

São Lucas nos diz que esse Espírito, depois da ascensão do Senhor, desceu sobre os discípulos no dia de Pentecostes, com o poder de dar a vida nova a todos os povos e de fazê-los participar da Nova Aliança. Eis por que, naquele dia, todas as línguas se uniram no mesmo louvor de Deus, enquanto o Espírito congregava na unidade as raças mais diferentes e oferecia ao Pai as primícias de todas as nações.

Foi por isso que o Senhor prometeu enviar o Paráclito , que os tornaria capazes de receber a Deus. Assim como a farinha seca não pode, sem água, tornar-se uma só massa nem um só pão, nós também , que somos muitos, não poderíamos transformar-nos num só corpo, em Cristo Jesus, sem a água que vem do céu. E assim como a terra árida não produz fruto se não for regada, também nós, que éramos antes como uma árvore ressequida, jamais daríamos frutos de vida, sem a chuva da graça enviada do alto.

Com efeito, nossos corpos receberam, pela água do batismo, aquela unidade que os torna incorruptíveis; nossas almas, porém, a receberam pelo Espírito.

O espírito de Deus desceu sobre o Senhor com espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e de temor de Deus (Is 11,2). É este mesmo Espírito que o Senhor por sua vez deu à Igreja, enviando do céu o Paráclito sobre toda a terra, daquele céu de onde também Satanás caiu como um relâmpago (cf Lc 10,18).

Por esse motivo, temos necessidade deste orvalho da graça de Deus para darmos fruto e não sermos lançados ao fogo, e para que também tenhamos um Defensor onde temos um acusador. Pois o Senhor confiou ao Espírito Santo o cuidado da sua criatura , daquele homem que caíra nas mãos dos ladrões e a quem ele, cheio de compaixão, enfaixou as feridas e deu dois denários reais. Tendo assim recebido pelo Espírito a imagem e a inscrição do Pai e do Filho, façamos frutificar os dons que nos foram confiados e os restituamos multiplicados ao Senhor.

Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo.

Deus se revela nas Sagradas Escrituras

Em Jesus temos a plenitude da revelação

Vamos falar da Revelação de Deus por meio das Sagradas Escrituras. Na Bíblia nos encontramos com Deus, mais do que isso: nós conhecemos o Pai. Em Jesus, então, temos a plenitude da Revelação, ou seja, nos Evangelhos temos o ápice dessa graça.

Mas a chamada "Economia da Revelação" não acontece apenas nos Evangelhos. Então nós veremos neste vídeo os quatro principais pontos desse fato:

1 – Preparação da Revelação;

2 – Consumação da Revelação;

3 – Aceitação da Revelção;

4 – Necessidade da Revelação

Foto Denis Duarte

O papel da Virgem Maria na Igreja

A Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação de Mãe

São Bernardo, doutor da Igreja, disse que "Deus quis que recebêssemos tudo por Maria". De fato, por ela nos veio o Salvador e tudo o mais. Sem dúvida, o papel preponderante da Santíssima Virgem na vida da Igreja é o de Mãe.

A Igreja, como o Cristo, nasce no seu regaço:

“Todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, em companhia de algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus e de Seus irmãos” (At 1,14).

Neste quadro de Pentecostes São Lucas destaca a pessoa de Nossa Senhora, a única que é recordada com o próprio nome, além dos apóstolos. Ela promove, na Igreja nascente, a perseverança na oração e a concórdia no amor. É o papel de mulher e de Mãe. São Lucas também faz questão de apresentá-la explicitamente como “a mãe de Jesus” (cf. At 1,14), de forma a dizer que algo da presença do Filho, que subiu ao céu, permanece na presença da Mãe. Ela, que cuidou de Jesus, passa agora a cuidar da Igreja, o Corpo Místico do Seu Filho. Desde o começo a Virgem Maria exerce o seu papel de “Mãe da Igreja".

Com essas palavras pronunciadas na Cruz: “Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26), Cristo lhe dá a função de Mãe universal dos crentes. Entregando-a ao discípulo amado como Mãe, Nosso Senhor Jesus Cristo quis também indicar-nos o exemplo de vida cristã a ser imitado. Se Cristo no-la deu aos pés da Cruz, é porque precisamos dela para a nossa salvação. Não foi à toa que o Resssuscitado nos deu a Sua Mãe...

Esta missão materna e universal da Santíssima Virgem Maria aparece na sua preocupação para com todos os cristãos, de todos os tempos. Sem cessar ela socorre a Igreja e os seus filhos. Os cristãos a invocam como “Auxiliadora”, reconhecendo-lhe o amor materno que socorre os seus filhos, sobretudo quando está em jogo a salvação eterna. A convicção de que Nossa Senhora está próxima dos que sofrem ou se encontram em perigo levou os fiéis a invocá-la como “Socorro”. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro!

A mesma confiante certeza é expressa pela mais antiga oração mariana, do século II, na época das perseguições romanas, com as palavras: “Sob a vossa proteção recorremos a vós, Santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós que estamos na prova, e livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!” (Do Breviário Romano).

Na sua peregrinação terrena, a Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação da “Mãe na ordem da graça”. Ela tem um lugar especial no coração de cada filho. Não é um sentimento superficial, mas afetivo, real, consciente, vivo, arraigado e que impele os cristãos de ontem e de hoje a recorrerem sempre a ela, para entrarem em comunhão mais íntima com Cristo.

Nossa Senhora une não só os cristãos atuantes, mas também o povo simples e até os que estão afastados. Para esses, muitas vezes, a Virgem Maria é o único vínculo com a vida da Igreja. Ela nos educa a viver na fé em todas as situações da vida, com audácia e perseverança constante. A sua maternal presença na Igreja ensina os cristãos a se colocarem na escuta da Palavra do Senhor. O exemplo da Virgem Maria faz com que a Igreja aprenda o valor do silêncio. O silêncio de Maria é, sobretudo, sabedoria e acolhimento da Palavra.

A Igreja aprende a imitá-la no seu caminho cotidiano. E assim, unida com a Mãe, conforma-se cada vez mais com seu Esposo.

Foto Felipe Aquino

Igreja Ortodoxa oferece concerto musical a Bento XVI


Mirticeli Medeiros
Canção Nova Notícias, Roma


Música e diálogo. Duas realidades que se encontraram no Vaticano, nesta quinta-feira, 20, através de um concerto. O espetáculo foi oferecido por líderes da Igreja Ortodoxa ao Papa Bento XVI.

Assista à reportagem


O Papa quebrou o protocolo e entrou pelos fundos da Sala Paulo VI, no Vaticano. Ao passar pelo corredor, o Santo Padre parou várias vezes para cumprimentar as pessoas até chegar a Hilarion Alfeyev, presidente do departamento de relações exteriores do Patriarcado Ortodoxo de Moscou, capital da Rússia.

O patriarca Kirill, que ofereceu este concerto a Bento XVI, está a frente de uma das principais igrejas da religião Ortodoxa, ou seja, a do Patriarcado de Moscou.

O líder ortodoxo leu a carta enviada por Kirill 1, antes de iniciar o concerto. Na carta, o patriarca destaca que este evento é de grande importância neste momento em que as igrejas Católica e Ortodoxa partilham suas riquezas culturais.

O concerto foi inédito, já que uniu os três principais grupos musicais da Rússia. Um show de beleza, precisão e estilo, e, o melhor: tudo em homenagem ao Santo Padre.

Após a apresentação musical, o Papa destacou, durante o discurso, que existe uma ligação entre a música russa e o canto litúrgico. Falando da Europa, o Pontífice ressaltou que as raízes cristãs são a "alma do continente".

“A cultura contemporânea e a Européia correm o risco da amnésia, do esquecimento e do abandono do extraordinário patrimônio suscitado e inspirado na fé cristã”, alertou.

Bento XVI falou também das raízes presentes no Oriente e no Ocidente, que segundo ele, são capazes de transformar o presente. “Estas raízes devem inspirar um novo humanismo, uma nova etapa de um autêntico progresso humano, para responder aos desafios cruciais das nossas comunidades e da sociedade”.

Santo André Bóbola 21/05/2010

Santo André Bóbola

21 de Maio


Santo André Bóbola Santo do século XVII, ele nasceu na Polônia e ficou conhecido como “caçador de almas”.

Santo André Bóbola pertenceu à Companhia de Jesus como sacerdote jesuíta dedicado aos jovens e ao anúncio da Palavra de Deus num tempo dos cismas, quando a fé católica não era obedecida.

Viveu também dentro de um contexto onde politicamente existia um choque entre a Polônia e a Rússia. Certa vez, com a invasão dos soldados cossacos, ou seja russos na Polônia, os cismáticos aproveitaram a ocasião para entregar o santo.

Ele, que tinha sido instrumento para muito se voltarem ao Senhor, foi preso injustamente e sofreu na mão dos acusadores. Foi violentado, mas não renunciou a sua fé. Renunciou a própria vida, mas não a vida em Deus.

No ano de 1657, morreu mártir. O “caçador de almas” hoje intercede para que nós.

Santo André Bóbola, rogai por nós.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O 1° Dia do Tríduo em Louvor à Santa Rita de Cássia foi um sucesso!


Ontem, a Capela Santa Rita de Cássia, pertecente à Paróquia Sant'Ana, Diocese de Araçatuba, realizou com total sucesso o 1° Dia do Tríduo em Louvor à Sua Padroeira com a Missa do Impossível e benção do óleo, presidida pelo Pároco Pe. Orlando Maffei. Os devotos compareceram em peso, onde os organizadores tiveram que colocar até cadeiras no lado externo da Igreja para acoelher à todos. Hoje será realizado o 2° Dia, Misssa da Cura e Libertação, onde o presidente da celebração será o Pe. Silvio Cardoso. Veja as fotos aqui

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Veja os depoimentos dos ministros que participaram do Retiro


Envolvidos pela unção do arrependimento


É preciso resgatar o que nós, homens e mulheres, perdemos neste mundo: o amor pelas coisas de Deus, pela obra divina. A partir de então, com o poder do Espírito Santo, nos transformaremos em criaturas novas, ressuscitadas, e a criação ressurgirá ainda mais bela.

Não tenham medo de ajudar as pessoas a orar em línguas, que é o menor dos dons. Assim como a primeira coisa que a criança faz quando nasce é chorar – porque então se abre seu pulmão e ela começa a respirar –, da mesma forma, para respirar no Espírito Santo de Deus e ter vida precisamos começar a orar em línguas. Essa é a vontade de Deus.

Ao dizer: “Eu vos batizo na água; porém, no meio de vós está alguém que ainda não conheceis, e Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele já tem uma pá na mão e limpará sua eira”, João se referia a um costume comum entre eles: o grão de trigo colhido precisava ser separado da palha, e não era possível fazê-lo grão por grão. Eles então punham fogo no que tinham colhido, de modo a queimar o que não lhes interessava. Nós somos o trigo de Deus, e o mesmo Senhor, que está derramando seu Espírito sobre nós, está também, com o fogo do Espírito, queimando toda a palha para deixar apenas o trigo, o grão. O trigo, sim, será recolhido aos celeiros do Senhor, mas o que permanecer de palha, de joio, será jogado fora.

O Senhor continua: “Arrependam-se, porque vocês receberam muito e têm dado pouco, porque receberam o Espírito, que vem do alto, mas vivem mundanamente; porque aprenderam a viver segundo o Evangelho,, mas não o fazem; falam, mas não vivem; exortam, mas não realizam as exortações que fazem. Eu lhes digo isso porque os amo e os quero regenerados. Eu não quero sua condenação; pelo contrário, eu quero que ressuscitem e vivam. Eu sou o Senhor capaz de ressuscitá-los; eu vim para isso. Creiam em mim, no poder do meu Espírito; abram-se, deixem-se tocar por mim e verão a obra que eu sou capaz de fazer. Mas comecem, agora, pelo arrependimento. Eu, que sou o Senhor, lhes estou dando um espírito de contrição. Deixem-se envolver pela unção do arrependimento. Peçam perdão a mim, que sou o Senhor; recebam as águas puras com que eu quero lavá-los, para que eu os ressuscite. Acolham-me como o único Senhor de suas vidas. Acolham-me agora; entreguem a mim seus afazeres, suas preocupações; seus negócios; seu presente e seu futuro, e deixem que eu exerça minha obra em suas vidas. Abram suas mentes, seus corações e, na humildade, sentindo-se novamente necessitados, recebam o dom do Espírito, que eu derramo sobre cada um de vocês, para serem meus discípulos, meus seguidores, meus operários, meus combatentes”.

Aproxime-se de Deus e peça: “Eu me decidi por Ti, Senhor. Derrama sobre mim o Teu Espírito Santo, para eu ser transformado. Eu peço todos os dons do Espírito Santo, desde o menor, o de línguas, até o maior, o do amor. E peço também os frutos do Espírito; eu preciso deles reinando em minha vida. Eu preciso do fruto do amor, Senhor; preciso de paz. Tranquiliza-me, Senhor, tira os meus temores, as minhas inseguranças; firma-me na Tua fortaleza. Eu preciso de alegria; enche-me com alegria, tira de mim a tristeza, o abatimento. Tira, Senhor, tudo isso que me atormenta, que me deixa preocupado, angustiado, em desespero. Eu preciso do fruto da bondade, da mansidão, da paciência, da humildade, do autocontrole. Dá-me, Senhor, todos e cada um dos frutos do Teu Espírito Santo. Muda minha vida! Amém!”

Trecho do livro "Caminho para a Santidade" de Monsenhor Jonas

Viver na carne ou no espírito Santo?

O que ê Vida no Espírito Santo? Vejamos o que São Paulo, mestre na vida no Espírito nos fala em Gálatas 5, 16- 25:Eu vos exorto: deixai-vos sempre guiar pelo Espírito, e nunca satisfaçais o que deseja uma vida carnal. Pois o que a carne deseja é contra o Espírito, e o que o Espírito deseja é contra a carne: são o oposto um do outro, e por isso nem sempre fazeis o que gostaríeis de fazer. Se, porém, sois conduzidos pelo Espírito, então não estais sob o jugo da Lei. São bem conhecidas as obras da carne: imoralidade sexual, impureza, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, contenda, ciúmes, iras, intrigas, discórdias, facções, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Eu vos previno, como, aliás, já o fiz: os que praticam essas coisas não herdarão o reino de Deus. O fruto do Espírito, porém, é: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, lealdade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não existe lei. Os que pertencem a Jesus Cristo crucificaram a carne com suas paixões e seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, procedamos também de acordo com o Espírito”.

“Com efeito, aquele que Deus enviou fala a linguagem de Deus, porque ele concede o Espírito sem medidas” (Jo 3,34). A Vida Nova que recebemos de Cristo Jesus é o primeiro Fruto do Espírito Santo!

Escute este conteúdo:

“Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho, eis que tudo se faz novo” (II Cor 5,17).

Este é um itinerário de espiritualidade, de relacionamento com Deus em Jesus Cristo no poder do espírito Santo. É o Querigma, que a Igreja usa desde seus inícios. Depois de ter tido a experiência do Amor de Deus, o encontro pessoal com Jesus Ressuscitado, uma mudança interior em relação ao pecado e ao Senhorio de Jesus, eu preciso fazer uma escolha: viver na carne ou viver no Espírito? O batismo no Espírito Santo me capacita para ser uma nova criatura, isso é caminho de santidade.

Lembrei-me de uma lista de frutos da carta de São Paulo aos Gálatas cap. 5, 19: Ele fala de carne e espírito. A palavra carne é usada num sentido negativo; Pe. Jonas Abib explicou o que significa ‘mundo’, usado pela bíblia como coisa negativa, que se opõe a Deus.

E o sentido que ele usa a palavra ‘carne’ de forma negativa: ‘As obras da carne: imoralidade sexual, impureza, contenda, ciúmes, iras, intrigas, discórdias, facções, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Eu vos previno, como, aliás, já o fiz: os que praticam essas coisas não herdarão o reino de Deus‘.

Pode já ter acontecido que já tenhamos produzido tais frutos: ou ficamos abatidos, chateados, dizendo ‘como sou mau’, e fico bloqueado, e não caminho. A quem eventualmente possa ter feito toda essa ladainha da carta aos Gálatas, eu digo: levante a cabeça, e comece a produzir os frutos do Espírito.

É necessária, num caminho de conversão e de frutos, a decisão; é necessário fazer uma escolha. Mesmo que neste caminho, neste ideal que eu escolhi eu caia. Mas nesta escolha eu posso levantar. Se eu sou de Deus, se minha vida é patrimônio de Deus, eu vou caminhar e continuar a minha estrada. Vou ‘recomeçar’.

Quando eu falo de escolher, decidir, buscar um rumo, um ideal, onde está o problema? Muitas vezes você decide: passa depressa do sentimento para a ação - dá um salto, perdendo totalmente o controle. Logo após eu ponho a mão na cabeça e peço perdão porque agi sem pensar.

Algo muito simples que quero passar para vocês, que nos ajuda a buscar o rumo da nossa vida. Temos no ato humano, cada forma de agir humana posso distinguir 4 partes: Sentir, pensar, querer, agir.

Se você quer viver, você não pode decidir agir, somente pelo sentimento, esse é o desastre na vida das pessoas. Isso não é vantagem no ser homem ou mulher. Não é vantagem em falar que é franco que tudo vem em sua cabeça, é como um animal - cutucou, deu coice! Aí está o desastre do nosso mundo!

“… o fruto do Espírito Santo é a caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gl 5,22-23).

O Fruto Verdadeiro - fruto do Espírito Santo que nos dá todas as características de Jesus, da vida de Cristo. Parece bom e é bom para a vida de santificação.

O Fruto Artificial ou Falso - tem o mesmo formato, isto é, semelhante ao verdadeiro, mas não vem do Espírito Santo e sim dos conceitos do mundo. Parece bom, mas não é verdadeiro.

O Fruto Podre - tem as características da “carne”, tem as qualidades dos pecados capitais. Parece ruim e é ruim.

Ó vinde Espírito Criador, as nossas almas visitai e enchei os nossos corações com Vossos dons celestiais. Vós sois chamado o Intercessor, do Deus excelso o dom sem par, a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar. Sois doador dos sete dons, e sois poder na mão do Pai, por Ele prometido a nós, por nós Seus feitos proclamai. A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor, nossa fraqueza encorajai qual força eterna e protetor. Nosso inimigo repeli, e concedei-nos Vossa paz, se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás. Ao Pai e ao Filho Salvador, por Vós possamos conhecer que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Vinde Espírito Santo e daí-nos Vida Nova!!!
Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Retiro dos Ministros da Paróquia Sant'Ana de Araçatuba


Veja em nosso Portal todos os detalhes deste maravilhoso retiro que os Ministros Extraordinários da Comunhão da Paróquia Sant'Ana realizaram no último dia 16 de maio, na Chácara do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araçatuba com o Padre Orlando e Padre Silvio com o tema "Eu vi o Senhor". Clique aqui e veja tudo que aconteceu.

Veja a Mensagem Especial do Padre Orlando para o Padre Silvio pelos seus 36 anos

Veja em nosso portal a mensagem especial que o Padre Orlando deixou para o Padre Silvio, pelos seus 36 anos de vida. Clique aqui Aproveite e deixe seu recado especial para o Padre Orlando e Silvio. Fique com Deus!

Você já deu seu parabéns para o Padre Orlando e Silvio? Ainda dá tempo


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terça-feira, 18 de maio de 2010

Recorde de Visitas e Problemas Técnicos no Portal

Neste semana que sucede o Dia Mundial das Comunicações nosso Portal teve recordes de visitas, por conta disto tivemos alguns problemas técnicos. Veja o que aconteceu - clique aqui

Dê seus parabéns aos aniversariantes Padre Orlando e Silvio









Esta semana, nosso Pároco Padre Orlando Maffei e nosso vigário Padre Silvio Cardoso, fazem aniversário natalício. Visite nosso Portal e deixe seu recado para nossos amados sacerdotes - Clique aqui

O Pecado

O bem e o mal que fazemos não param em nós mesmos, entram e repercutem na história. Cada um de nós responderá diante de Deus pelo mal praticado e pela omissão diante do mal presente no mundo. Pecado, no sentido estrito, se diz de uma ação ou omissão da pessoa, contrariando a vontade de Deus. Em sentido analógico se pode falar em pecado estrutural para significar que o egoísmo infecta as estruturas da sociedade quando estas se constituem em benefício de um grupo ou classe social em detrimento dos outros, tornando-se assim geradoras de injustiça. Falamos então de injustiça social.

A sociedade estará organizada de forma injusta se não respeitar e promover o direito de todos seus membros. As leis civis serão justas na medida em que garantam uma ordem social que atenda ao bem comum. Não basta para o discípulo de Cristo ser na vida particular uma pessoa honesta. É necessário empenhar-se para corrigir as distorções no funcionamento da sociedade, transformando as estruturas injustas. Os legisladores são especialmente responsáveis nessa tarefa. Mas, por melhores que sejam as leis, se as pessoas não se empenharem pelo seu cumprimento, a justiça não se faz na convivência social. Estamos em plena quaresma. A segurança pública é a questão de que se ocupa a Campanha da Fraternidade deste ano. Seu lema: “a paz é fruto da justiça”. Mas de onde vem a justiça? Ela é fruto do empenho das pessoas em fazê-la acontecer. Se não houver pessoas comprometidas com a justiça, não haverá paz.

A missão evangelizadora da Igreja destina-se a transformar a humanidade. Assim ensinava na “Evangelii Nuntiandi” o Santo Padre, o Papa Paulo VI: “Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade: "Eis que faço de novo todas as coisas". No entanto não haverá humanidade nova, se não houver em primeiro lugar homens novos, pela novidade do batismo e da vida segundo o Evangelho. A finalidade da evangelização, portanto, é precisamente esta mudança interior; e se fosse necessário traduzir isso em breves termos, o mais exato seria dizer que a Igreja evangeliza quando, unicamente firmada na potência divina da mensagem que proclama, ela procura converter ao mesmo tempo a consciência pessoal e coletiva dos homens, a atividade em que eles se aplicam, e a vida e o meio concreto que lhes são próprios” (n. 18). Conversão é, pois, o sentido do empenho evangelizador da Igreja.

O pressuposto é este: todos somos pecadores e precisamos mudar nossa vida. São Paulo, na Epístola aos Romanos, ensina: “...todos, judeus e gregos, estão sob o domínio do pecado”(Rom 3,9). A antropologia paulina, ao mesmo tempo que reconhece a dignidade original do ser humano, criado por Deus em estado de justiça e santidade, entende que a desobediência, já nas origens, introduziu na natureza humana uma desordem que permanentemente tende a afastar o ser humano de Deus destruindo sua beleza original e conduzindo-o à morte. São Paulo descreve de forma dramática a condição humana marcada pelo pecado: “pois como o pecado entrou no mundo por um só homem e, por meio do pecado a morte; a morte passou para todos os seres humanos, porque todos pecaram...” (Rom 5,12). O pecado instalado dentro do ser humano, ao colocá-lo longe de Deus, deixa-o entregue à sua própria fraqueza, levando-o à prática de obras más que selam definitivamente sua decadência rumo à morte, salário do pecado. Uma cultura que estimula as paixões pecaminosas é uma cultura de morte ou, se quiserem, da morte. Ao descrever o destino moral daqueles que desconhecem a Deus e sua lei, assim se exprime São Paulo: “E, porque não aprovaram alcançar a Deus pelo conhecimento, Deus os entregou ao seu reprovado modo de pensar. Praticaram então todo o tipo de torpeza: cheios de injustiça, iniqüidade, avareza, malvadez, inveja, homicídio, rixa, astúcia perversidade; intrigantes, difamadores, abominadores de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, tramadores de maldades, rebeldes aos pais, insensatos, traidores, sem afeição, sem compaixão.

E, apesar de conhecerem o juízo de Deus que declara dignos de morte os autores de tais ações, não somente as praticam, mas ainda aprovam os que as praticam”(Cf. Rom 1,18-32).A raiz, pois, dos males que assolam a humanidade está no desconhecimento e desprezo de Deus. É um tremendo engano pensar que a paz social será alcançada mediante leis penais mais perfeitas e aparelhamento policial mais treinado para garantir a segurança do cidadão. Isto é necessário, mas não ataca as raízes do mal. Os crimes brotam de corações plasmados por uma cultura sem Deus, muitas vezes feridos pela injustiça e pela indiferença da sociedade, dos quais desapareceu o amor e o desejo do bem. Nós, cristãos, temos a inabalável convicção que só em Cristo o ser humano pode encontrar salvação: “...como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reina pela justiça, para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor”(Rom 5,21). Sobre isso haveremos de refletir no próximo artigo.

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues

O Alimento Duas Vezes Distribuídos

O pensador espanhol Unamuno - que nem sempre sabia se ele próprio era socialista, católico, protestante ou agnóstico – teve uma afirmação genial. Ao ler os conteúdos teológicos da Eucaristia, concluiu que se ela não existisse, deveríamos inventá-la. Tal é sua sublimidade e genialidade. De fato, ela é o “pão da unidade”, como nos demonstra o Congresso Eucarístico de Brasília. Distingue-se admiravelmente de todos os outros alimentos. Se alguém se alimenta de arroz, seus nutrientes são assimilados pelo organismo de quem se alimenta. É como dizia o excelente teólogo alemão, Wilfried Hagemann, essa comida se transforma em Hagemann. Os biólogos gostam de chamar a esse processo de intussuscepção (incorporação). Mas já Santo Agostinho nos advertia que, ao comermos o pão eucarístico, nós nos transformamos em Cristo. Isso é, acontece o contrário. O comungante é incorporado na pessoa divina de Jesus. O Mestre, sem rodeios, dizia: “Quem comer deste pão viverá eternamente” (Jo 6, 51). Somos assimilados na herança do Salvador.

O grandioso da Eucaristia não termina aqui. A partir do momento em que somos sempre mais identificados com Cristo, começa outro capítulo. Agora é que se entra nas finalidades derradeiras do sacramento. Eu posso me alimentar do “verdadeiro pão do céu” (Jo 6, 32), para ter um momento íntimo com meu Mestre. É tão bonito esse momento, que ninguém deveria tirar fotografia nossa, enquanto estamos adorando o Senhor. Seria devassar a intimidade, enquanto fazemos nossos pedidos, adorando-o, e lhe agradecendo. Também esse é o momento para nos sentirmos Igreja, relacionados com nossos irmãos, nossa comunidade. Isso fez Santo Tomás dizer que esta é uma das grandes finalidades do “sublime sacramento”. Mas existe um outro grande tesouro, muito escondido. O comungante, a partir deste momento, pode se tornar “pão da vida” (Jo 6, 35) para os outros. Pela prática da caridade, ele alimenta a unidade entre as demais pessoas do mundo. Mesmo que os outros não recebam o corpo do Senhor, recebem esse alimento pela nossa bondade. Esta é a segunda distribuição do Corpo de Cristo. Realiza-se o que o Senhor previu: “Hoje a salvação entrou nesta casa” (Lc 19, 9).

Dom Aloísio Roque Oppermann

Dia das Comunicações

“Os meios modernos de comunicação fazem parte, há muito tempo, dos instrumentos ordinários por meio dos quais as comunidades eclesiais se exprimem, entrando em contato com o seu próprio território e estabelecendo, muito freqüentemente, fórmulas de diálogos mais abrangentes. A sua recente e incisiva difusão e a sua notável influência cada vez mais importante e útil merece atenção do seu uso no ministério sacerdotal” (Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações que ocorre neste domingo, 16 de maio de 2010).

Penso que não perderam seu lugar os folhetos que desde tempos imemoriáveis fazem contato entre os párocos e os fieis de suas paróquias, além do uso dos folhetos litúrgicos que ajudam a participação nas celebrações dominicais. Na era moderna com o advento da eletricidade, os alto falantes aumentam o contato com os paroquianos. Adveio o rádio para superar distâncias e, mais recentemente, a televisão a tornar possível a visão de acontecimentos religiosos desde locais longínquos.

A difusão da Palavra de Deus pode ser feita não somente dos púlpitos dentro das igrejas, mas também através das ondas sonoras e da televisão. Os meios de comunicação modernos tornam possível o encontro das pessoas, ainda que cresça a falta de diálogo e o desencontro entre as mesmas pessoas, desde dentro das famílias até os dissentimentos nas vias públicas, causando intolerância e violência verbal e física.

O Evangelho a ser comunicado é Cristo. Ele é o enviado do Pai celeste para comunicar a paz aos corações que o recebem e a todos os homens de boa vontade. Na carta aos Romanos 10,11, Paulo pergunta: “Como hão de ouvir falar do Senhor se não houver quem lhes pregue? E como hão de pregar, se não forem enviados?”.

Hoje, para dar resposta a essas questões no âmbito das grandes mudanças culturais, particularmente sentidas no mundo juvenil, tornaram-se um instrumento útil as vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas. De fato, pondo à nossa disposição meios que permitem uma capacidade de expressão praticamente ilimitada, o mundo digital abre perspectivas e concretizações notáveis ao incitamento Paulino: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16). Estamos no limiar de uma história nova. Pastoralmente somos chamados a ocupar-nos das novas tecnologias, multiplicando o nosso empenho em colocar as mídias a serviço da Palavra.

Devemos estar presentes no mundo digital em constante fidelidade à mensagem evangélica para desempenharmos o próprio papel de animadores de comunidades, que hoje se exprimem cada vez mais freqüentemente através das muitas “vozes” que surgem do mundo digital, e anunciar o Evangelho recorrendo não só às mídias tradicionais, mas também ao contributo da nova geração de audiovisuais (fotografias, vídeos, animações, blogues, páginas na Internet) que representam ocasiões inéditas de diálogo e meios úteis inclusive para a evangelização e a catequese, lembra Bento XVI.

No mundo digital deve ficar patente que a amorosa atenção de Deus em Cristo por nós não é algo do passado, nem uma teoria erudita, mas uma realidade absolutamente concreta e atual. De fato, a pastoral no mundo digital há de conseguir mostrar, aos homens de nosso tempo e à humanidade desorientada de hoje, que “Deus está próximo e, em Cristo, somos todos parte uns dos outros” (Bento XVI à Cúria Romana em 22/12/2009).

Nossa pastoral não pode continuar a ser dedicada à manutenção dos fieis nas missas dominicais, mas deve procurar novos métodos para levá-los a aprofundar o conhecimento de Jesus Cristo a fim de imitá-lo e testemunhá-lo perante o mundo que quer conhecer a verdade, principalmente os jovens.

Em todos os processos de comunicação há de se promover uma cultura que respeite a dignidade e o valor da pessoa humana. A Igreja é competente em humanidade, porque recebeu de seu fundador o exemplo a ser seguido: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10)

Com o Evangelho nas mãos e no coração, é preciso reafirmar que é tempo também de continuar a preparar caminhos que conduzam à Palavra de Deus.

Cardeal Geraldo Majella Agnelo

Como preparar o jovem pós-moderno para a vida religiosa?

Frei Bruno Varriano
Frei Bruno Varriano

"Quando falamos de doação total e 'para sempre' na vida religiosa existe muito medo"

Nesta semana o portal cancaonova.com traz até você uma entrevista sobre o desafio da formação do jovens que abraçam a vida consagrada nos tempos atuais. Frei Bruno Varriano, responsável pelas vocações franciscanas na Terra Santa, psicoterapeuta, atuante na formação inicial dos jovens que sentem o chamado ao carisma franciscano, esteve recentemente visitando as instalações da Comunidade Canção Nova e falou conosco sobre este tema.

No áudio abaixo você confere na íntegra esta entrevista



cancaonova.com: Como descobrir uma vocação tão específica como a da vida consagrada?



Frei Bruno: Bem, para falar de consagração nós precisamos falar de tipos de corações. Todos nós somos amados por Deus, temos vocação à vida e a ser cristãos, mas o tipo de coração, o modo de responder a este amor é que se torna diferente.

Quando um jovem sente no coração um desejo de plenitude que não encontra em outro lugar, ele encontra em Deus, num modo de vida totalmente consagrado, um modo de vida de entrega e doação aos outros. Isso não quer dizer que os outros modos de vida não sejam de entrega ao Senhor, mas quando o jovem sente essa inquietação de entrega total, já é uma pergunta para iniciar o processo de discernimento vocacional.



cancaonova.com: E neste mundo pós-moderno, quais os desafios de formar os jovens que responderam a esta inquietação e que agora se encontram num modo de vida de princípios e regras próprios da vida religiosa?


Frei Bruno: Penso que o primeiro desafio é justamente o próprio jovem que vem de uma sociedade relativista, uma sociedade no qual o amor ágape (que é o amor-doação) não é tanto valorizado, os jovens já não vêm com uma integridade, não sabem regular o tempo; por exemplo, chegam à vida religiosa na qual existe tempo para tudo: tempo para oração, tempo para a vida comunitária, tempo para os estudos, para a formação, para o trabalho manual, por essa razão, saber regular o tempo é um dos desafios. As regras não são para oprimir, mas sim, para ajudar o religioso a viver a sua vida concretamente. Eu penso que isso seja uma das coisas mais difíceis para os jovens de hoje. Na minha casa de formação na Itália, por exemplo, os jovens têm 30 minutos para usar a internet, ou seja, em 30 minutos eles têm de pensar em tudo o que vão escrever num e-mail, etc., mas quando chegam, a realidade em que viviam era de ficar 6 a 7 horas por dia conectados na rede mundial de computadores e até tarde da noite. Então, os jovens devem se adequar a esta nova realidade de vida religiosa, de regulação do tempo, de uma vida comunitária, que é o maior desafio para eles no dia de hoje.

"Ser franciscano na Terra Santa é uma vocação na vocação"
Foto: Wesley Almeida


cancaonova.com: O senhor é o responsável de receber estes jovens que não aprenderam a administrar o tempo, que não aprenderam a fazer bem cada coisa. Qual a forma que é usada para fazer com que eles entrem na pedagogia da vida consagrada?


Frei Bruno: A primeira coisa é que este jovem se sinta acolhido e amado. Esta é a pedagogia: que ele se sinta acolhido, esperado e escolhido por Deus, mas também por nós (formadores); é uma atenção especial. A partir daí se inicia um caminho de confiança, ou seja, eu confio neste jovem que chegou – e este é um trabalho que eu devo fazer comigo mesmo. Eu digo aos jovens que chegam para ser em um "frade menos" porque o “frade menor” já está dentro deles, o que nós formadores temos de fazer é deixar o ambiente equilibrado, graduado, - e aí é preciso muita paciência de nossa parte – dessa forma vamos acompanhando o formando e a cada quinze dias há um atendimento pessoal para ver como ele está caminhando, pois o formador pode ter mil coisas a fazer, mas a atenção ao formando é a coisa mais importante, ou seja, depois de Deus, da vida de oração, o formando é a prioridade da minha vida. É dessa forma que eles se sentem escolhidos e acolhidos: quando o formador tem tempo para eles, porque muitos destes jovens não tiveram esta atenção em suas famílias, o pai e a mãe não tinham tempo para eles. Depois, a grande comunidade é chamada a envolvê-lo, dando a ele uma responsabilidade, como cuidar da sacristia, cuidar do acolhimento dos hóspedes, para que se sintam em família. Dessa forma já vão sendo formados e passam para outra etapa formativa de forma mais tranquila.


cancaonova.com: O jovem de hoje apresenta certa dificuldade em assumir compromissos definitivos. Em sua opinião qual a raiz disso?

Frei Bruno: Hoje o mundo vive a mentalidade do “descartável”, tudo é descartável, dessa forma a ideia do "para sempre" causa muito medo, ou seja, é uma mentalidade de que as coisas durarão pouco e este pensamento chega ao convento e à vida religiosa. Quando falamos de doação total e para sempre existe muito medo. Eu penso que essa mentalidade é fruto de uma sociedade consumista, a sociedade do descartável, na qual as pessoas vivem como voluntárias, ou seja, se doam por pouco tempo. No entanto, o mundo não pode viver de modo descartável, a família, por exemplo, depende de algo duradouro, até mesmo para a saúde mental dos filhos. E também a Igreja precisa de “pais” em plenitude e para sempre. Na vida religiosa não devemos ter medo da palavra "para sempre". Não é que com isso vamos "abaixar a montanha", mas vamos ajudar a subi-la. Não significa abaixar os valores da vida religiosa, porque o valor da vida religiosa é o compromisso para sempre.


cancaonova.com: Como é o trabalho dos franciscanos na Terra Santa?

Frei Bruno: O trabalho dos franciscanos é inter-religioso, com os muçulmanos e judeus, com a custódia dos lugares santos, são 56 santuários que os franciscanos precisam zelar, preparar hóstias para as celebrações, guiar os peregrinos que vão à Terra Santa; temos também os trabalhos com os pobres. E quem quer ser missionário na Terra de Jesus precisa ter esta abertura missionária, porque são apenas 2% de cristãos, e estes 2% precisam ser bem cuidados pelos frades.


cancaonova.com: O jovem que agora acompanha esta entrevista e sente o chamado de ser franciscano na Terra Santa, quais os passos que ele precisa dar tomar para esta vocação?

Frei Bruno: Primeiro, ele deve viver uma autêntica vida cristã na sua paróquia, porque o essencial e que vem em primeiro lugar é uma vida com Cristo. Depois ele deve ter um contato conosco, por e-mail, por carta, por telefone, e neste tempo eu tento visitar, durante um ano, grupos que já tenham sido formados, e depois ele precisa fazer uma experiência com a vida comunitária, é o “Vinde e vede” como nós vivemos, o concreto da nossa vida. É interessante dizer que ser franciscano na Terra Santa é uma vocação na vocação, pois São Francisco, quando escreveu num dos parágrafos da regra franciscana sobre a Terra Santa, disse que nós seríamos como “ovelhas no meio de lobos” e nós sabemos que a ovelha não se defende, ela é humilde. Francisco não queria que os frades fizessem discussões de religião, é um “silentio operandi”: um silêncio operador, aquele que testemunha com a vida. Isso é algo muito belo e eu o comparo ao deserto. O deserto de Judá, por exemplo, é muito belo, mas, ao meio-dia, fica nele só quem o ama, pois há pessoas que o acham bonito, mas não conseguem suportar o calor do meio-dia. Na Terra Santa, quando todos os peregrinos vão embora do lindo deserto, os frades ficam no "deserto" da solidão, de estar longe da família, no "deserto" de aprender outra língua e se há um momento de guerra os peregrinos vão logo embora, mas os franciscanos ficam num santuário dois, três, seis meses, ou até um ano, até que a guerra termine e os peregrinos voltem. Então, para ser missionário na Terra Santa é preciso passar a amar o "deserto".

Matrimônio: santidade conquistada a dois

Há dois tipos de caiaque: um é o individual, no qual uma pessoa sobe, segura os remos e vai remando... O outro é o caiaque duplo. Neste não dá para ir sozinho: ele foi fabricado para duas pessoas. A distribuição de forças e de peso no caiaque é para duas pessoas e, sendo assim, não adianta apenas um esmerar-se no remo e deixar que o outro "se vire". No caiaque duplo, a sincronia dos remos é o mais importante. Não adianta um remar bem e o outro mal. Se um rema e o outro não rema, se um rema rápido e o outro rema devagar, o caiaque afunda. Esse “jogo de forças” sem sincronia faz com que o caiaque vá para o fundo.

O matrimônio é um caiaque a dois. Se Deus chamou você para o matrimônio, não há outro jeito. É preciso remar em sincronia. É preciso que homem e mulher andem em sintonia. É preciso aprender isso. E, muitas vezes, vai ser preciso ensinar. Um ensina o outro. Mas é preciso que os dois aprendam. É o único jeito de levar em frente o "caiaque" do casamento.

Se você, mulher, já está mais adiante no processo de santificação, saiba que não adianta ir na frente, como na "Corrida de São Silvestre". Sua vocação é andar no "caiaque duplo". É ter sincronia, é ensinar o marido a remar junto. Sua função é preparar seu companheiro, para que ele também aprenda e entre no ritmo. Você precisa começar esse processo com seu marido bem devagarinho, treinando bastante, até que ele se habitue e vocês adquiram sincronismo.

No casamento, a santidade, o caminho para Deus, é conquistado a dois. Homens, é hora de deixar de covardia! "Remem" com suas mulheres, pois elas já "remaram" demais sozinhas. O barco afundou porque vocês, infelizmente, não tinham assumido suas responsabilidades. Não basta dizer: "Minha esposa já vai à igreja, reza, comunga, conta os pecados dela e os meus para o padre. Eu já nem preciso me confessar". Isso é desculpa! É preciso que você também assuma seu caminho de santidade. Não há outro jeito!

Maria foi santa porque José foi muito santo. E ao mesmo tempo (aí está o bonito), José foi santo porque Maria foi muito santa. A imagem da Sagrada Família, trazida de Roma que temos em nossa capela, é peça única de alto a baixo, não tem divisão. Retrata com precisão o que foi a família de Nazaré. Eles são um tronco só, querido por Deus. Um na forma de José, outro na forma de Jesus: mas os três são um único tronco. E não dá para ter uma Maria cheia de graça sem um José cheio de Deus! E não dá para ter José e Maria sem Jesus, Filho de Deus.

Por disposição de Deus, não dá para ter um Jesus que foi homem, Salvador da humanidade, sem José e sem Maria. E, igualmente, é impossível ter um José e uma Maria sem Cristo! Em sua casa é a mesma coisa: os membros de sua família precisam ser uma peça única, como a nossa imagem da Sagrada Família. E precisam ser santos. A esposa deve ser santa para fazer o marido santo. O marido deve empenhar-se na santificação da esposa.

Trecho do livro "Homem e mulher em sintonia" de Monsenhor Jonas

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