quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ecos da 48ª Assembleia Geral da CNBB

O Cinquentenário de fundação da Capital Federal, o Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Brasília e a Celebração do 16º Congresso Eucarístico Nacional motivaram a realização da 48ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na cidade de Brasília.

De 4 a 13 de maio de 2010, os Bispos debruçaram- se sobre uma pauta bastante carregada e desafiadora. Muitos foram os temas e assuntos tratados e discutidos. Além da pauta prevista, ocupamo-nos, ainda, com notas e declarações e participamos de diversas celebrações comemorativas.

Não é pretensão nossa repercutir aqui nem fazer uma análise completa do que foi e aconteceu ao longo da 48ª Assembleia Geral.

A nosso ver, merece destaque especial a “Mensagem dos Bispos sobre a Palavra de Deus e a Animação Bíblica de toda a Pastoral”. Aguardando a Exortação Apostólica pós-Sinodal do Papa Bento XVI sobre a Palavra de Deus, a Assembleia, ao invés de um Documento, optou por uma Mensagem que motivasse as comunidades a serem anunciadoras corajosas da Palavra em “estado permanente de missão”, em toda a sua ação evangelizadora. Para isso, porém, é necessário que os discípulos e discípulas de Jesus se deixem alcançar pela palavra do Mestre, escutando-O, acolhendo sua Pessoa, para segui-Lo...

A missão evangelizadora exige procura e desejo de conhecer, viver e anunciar a mensagem da Sagrada Escritura. O encantamento pela Palavra deve levar nossas Paróquias e comunidades a oferecer e facilitar o acesso à Bíblia, ao estudo bíblico e à vivência da mensagem revelada. Soou a hora de compreendermos que a Palavra de Deus é a “alma de toda a ação evangelizadora da Igreja”. Seria maravilhoso contemplar todos os agentes de pastoral “com a Bíblia na mão”, a Palavra de Deus no coração e com os pés na missão”.

A Leitura Orante da Palavra é escola que forma discípulos e discípulas apaixonados por Jesus Cristo. Pessoas e comunidades são convidadas a se engajarem num verdadeiro mutirão da Leitura Orante: a Palavra faz arder nossos corações, abrir nossas mãos e torna velozes nossos pés na missão.

Tempo apreciável dedicamos às “Comunidades Eclesiais de Base”, tema prioritário de nossa Assembleia. Na Mensagem que enviamos ao Povo de Deus, tocamos os desafios postos às CEB’s hoje, seu percurso histórico no Brasil, a experiência dos Intereclesiais, a espiritualidade e vivência eucarística, vivência e anúncio da Palavra de Deus e o testemunho de fé, solidariedade e serviço, a formação dos discípulos missionários, a participação nos movimentos sociais, de cidadania, de defesa do meio ambiente em vista da construção do Reino de Deus, espírito de abertura ecumênica e diálogo interreligioso, formação de rede de comunidades.

A promoção e a defesa dos Direitos Humanos exigiram de nós particular atenção e cuidado. Fazem parte da mensagem bíblica e da ação evangelizadora da Igreja. Quando a Igreja se pronuncia sobre os Programas Nacionais dos Direitos Humanos, ela o faz com o propósito de exercer o seu direito de sujeito presente na sociedade e participante dos destinos de nosso povo. Entre outras coisas, “reafirmamos a defesa da vida e da família cristã, a dignidade da mulher, o direito dos pais à educação religiosa e ética de seus filhos, o respeito aos símbolos religiosos, e nossa posição contrária à prática e à descriminalização do aborto, ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos e à profissionalização da prostituição”.

Através da “Declaração sobre o momento político nacional”, afirmamos a necessidade de uma profunda “reforma política, que atinja o âmago da estrutura do poder e a forma de exercê-lo, tendo como critério básico inspirador a participação popular. Trata-se de reaproximar o poder e colocá-lo ao alcance da influência viável e eficaz da cidadania” (Por uma Reforma do Estado com Participação Democrática, Documento da CNBB 91, 101).

Enfim, gostaríamos ainda de destacar a “Carta dos Bispos aos Presbíteros”, pelo encerramento do Ano Sacerdotal, expressando nosso desejo a todos os Sacerdotes do Brasil: que perseverem na fidelidade a Cristo e ao sacerdócio. Reiteramos, outrossim, nossa satisfação e confiança pelos Presbíteros que buscam cada vez mais identificar-se e configurar-se com Cristo Sacerdote.

Muitos outros temas e assuntos foram abordados durante a última Assembleia. Para qualquer outra informação sobre o andamento da 48ª Assembleia Geral, consulte a Página: www.cnbb.org.br.

Dom Nelson Westrupp

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