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terça-feira, 20 de abril de 2010

Discurso de Bento XVI aos jovens de Malta

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede

Żgħażagħ Maltin u Għawdxin, jien kuntent ħafna li ninsab maghkom,

[Queridos jovens de Malta e Gozo, estou muito feliz de estar entre vós,]


que alegria poder encontrar-vos em vossa terra. Neste significativo aniversário, damos graças a Deus por ter enviado o Apóstolo Paulo a estas ilhas, que é um dos primeiros lugares que recebeu a Boa Nova de nosso Senhor Jesus Cristo.


Saúdo cordialmente o Senhor Arcebispo Cremona e o Bispo Grech, a quem agradeço suas amáveis palavras, e a todos os bispos, sacerdotes e religiosos aqui presentes. Em particular, saúdo a vós, jovens de Malta e Gozo, e agradeço a confiança com que me haveis falado dos problemas que mais vos interessam. Aprecio o vosso desejo de buscar e encontrar a verdade, assim como o de saber o que deveis fazer para alcançar uma vida plena.


São Paulo, quando era jovem, teve uma experiência que transformou sua vida para sempre. Como sabeis, ele foi, antes, inimigo da Igreja e fez todo o possível para destruí-la. Enquanto ia a caminho de Damasco, com a intenção de capturar qualquer cristão que ali encontrasse, o Senhor lhe apareceu em uma visão. "Por que me persegues? [...] Sou Jesus, a quem tu persegues" (At 9, 4-5). Paulo viu-se totalmente preso por este encontro com o Senhor e toda a sua vida mudou. Ele converteu-se em um discípulo e chegou a ser um grande apóstolo e missionário. Aqui, em Malta, tendes um motivo particular para agradecer os esforços missionários de Paulo, que divulgou o Evangelho no Mediterrâneo.


Cada encontro pessoal com Jesus é uma experiência avassaladora de amor. Como o próprio Paulo admite, antes havia "perseguido cruelmente a Igreja de Deus e a assolava" (Gal 1, 13). No entanto, o ódio e a raiva expressos nessas palavras se desvaneceram completamente pelo poder do amor de Cristo. Durante o resto de sua vida, Paulo teve o desejo ardente de levar o anúncio desse amor até os confins da terra.


Quem sabe alguns de vós me direis que, às vezes, São Paulo foi severo em seus escritos. Como pode-se afirmar, então, que difundiu uma mensagem de amor? Minha resposta é esta: Deus ama cada um de nós com uma profundidade e intensidade que nem sequer podemos imaginar. Ele nos conhece intimamente, conhece cada uma das nossas capacidades e cada um de nossos erros. Posto que nos ama tanto, deseja purificar-nos de nossos erros e fortalecer nossas virtudes, de maneira que possamos ter vida em abundância. Ainda que nos chame a atenção quando há algo em nossa vida que lhe desegrada, Deus não nos rejeita; antes, nos pede para mudar e sermos mais perfeitos. Isso é o que pediu a São Paulo no caminho de Damasco. Deus não rejeita ninguém, e a Igreja tampouco rejeita ninguém. Mais ainda, em seu grande amor, Deus nos desafia a cada um para que mudemos e sejamos melhores.


São João nos diz que esse amor perfeito lança fora todo o temor (cf. 1 Jo 4, 18). Por isso, digo a todos vós: Não tenhais medo. Quantas vezes escutamos essas palavras nas Escrituras. O anjo lhas dirigiu a Maria na Anunciação; Jesus a Pedro, quando o chama a ser seu discípulo, e o anjo a Paulo, nas vésperas de seu naufrágio. Aos que desejam seguir a Cristo, seja como esposos, pais, sacerdotes, religiosos ou fiéis leigos, que levam a mensagem do Evangelho ao mundo, lhes digo: Não tenhais medo. Encontrareis, certamente, oposição à mensagem do Evangelho. A cultura de hoje, como qualquer cultura, promove ideias e valores que contrastam, por vezes, com aqueles que viveu e pregou nosso Senhor Jesus Cristo. Às vezes, essas ideias são apresentadas com um grande poder de persuasão, reforçadas pelos media e pelas pressões sociais de grupos hostis à fé cristã. Quando se é jovem e impressionável, é fácil sofrer a influência de outros para que aceitemos ideias e valores que sabemos não serem os que o Senhor quer realmente para nós. Por isso, repito: Não tenhais medo; antes, alegrai-vos do amor que Ele tem por vós; confiai-vos a Ele, respondei ao seu convite a ser seus discípulos, encontrai alimento e ajuda espiritual nos sacramentos da Igreja.


Aqui, em Malta, viveis em uma sociedade marcada pela fé e valores cristãos. Deveríeis estar orgulhosos de que vosso país defenda tanto ao nascituro como a estabilidade da vida familiar para uma sociedade saudável. Em Malta e Gozo, as famílias sabem valorizar e cuidar de seus membros idosos e doentes, e acolhem aos filhos como um dom de Deus. Outras nações podem aprender de vosso exemplo cristão. No contexto da sociedade europeia, os valores evangélicos estão chegando a ser de novo uma contracultura, como acontecia nos tempos de São Paulo.


Neste Ano Sacerdotal, peço-vos que estejais abertos à possibilidade de que o Senhor pode chamar alguns de vós a entregar-se totalmente ao serviço de seu povo no sacerdócio ou na vida consagrada. Vosso país tem dado muitos e excelentes sacerdotes e religiosos à Igreja. Inspirai-vos em seu exemplo e reconhecei a profunda alegria que provém de dedicar a própria vida ao anúncio da mensagem do amor de Deus por todos, sem exceção.


Vos falei da necessidade de cuidar dos mais jovens, dos idosos e enfermos. No entanto, o cristão é chamado a levar a mensagem do Evangelho a todos. Deus ama a cada pessoa deste mundo, mais ainda, ama a cada pessoa de todas as épocas da história do mundo. Na morte e ressurreição de Jesus, que se faz presente cada vez que celebramos a Missa, Ele oferece a todos a vida em abundância. Como cristãos, somos chamados a manifestar o amor de Deus que inclui a todos. Por isso, devemos socorrer ao pobre, ao fraco, ao marginalizado; temos que ocupar-nos, especialmente, com os que passam por momentos de dificuldade, que padecem de depressão ou ansiedade; devemos ajudar os deficientes e fazer tudo o que esteja em nosso alcance para promover sua dignidade e qualidade de vida; devemos prestar atenção às necessidades dos imigrantes e daqueles que buscam asilo em nossa terra; temos que estender a mão amiga aos crentes e aos não crentes. Essa é a nobre vocação de amor e serviço que todos nós recebemos. Que isso vos impulsione a dedicar vossa vida a seguir a Cristo. La tibżgħux tkunu ħbieb intimi ta’ Kristu [Não tenhais medo de ser amigos íntimos de Cristo]


Queridos jovens, chegou o momento de despedir-me, desejo manifestar-vos minha proximidade e a lembrança constante em minhas orações por vós, vossos familiares e amigos.


Selluli għaż-żgħażagħ Maltin u Għawdxin kollha [Saudai, de minha parte, a todos os jovens de Malta e Gozo]


Papa a jovens de Malta: Encontro com Jesus é experiência de amor



Papa e jovens de Malta na chegada ao porto de Valletta
"Cada encontro pessoal com Jesus é uma experiência avassaladora de amor", disse Bento XVI durante o encontro com os jovens de Malta na tarde deste domingo, 18.


O Papa indicou o exemplo de São Paulo como a conversão que leva a se tornar discípulo e ter "o desejo ardente de levar o anúncio desse amor até os confins da terra".


À possível pergunta de que, tendo São Paulo sido severo em seus escritos, como poderia se afirmar que difundiu uma mensagem de amor, Bento XVI ofereceu a seguinte resposta:


"Deus ama cada um de nós com uma profundidade e intensidade que nem sequer podemos imaginar. Ele nos conhece intimamente, conhece cada uma das nossas capacidades e cada um de nossos erros. Posto que nos ama tanto, deseja purificar-nos de nossos erros e fortalecer nossas virtudes, de maneira que possamos ter vida em abundância. Ainda que nos chame a atenção quando há algo em nossa vida que lhe desegrada, Deus não nos rejeita; antes, nos pede para mudar e sermos mais perfeitos. Isso é o que pediu a São Paulo no caminho de Damasco. Deus não rejeita ninguém, e a Igreja tampouco rejeita ninguém. Mais ainda, em seu grande amor, Deus nos desafia a cada um para que mudemos e sejamos melhores".


A seguir, o Santo Padre repetiu insistentemente: "Não tenhais medo". Frente às oposições encontradas à mensagem do Evangelho, em meio a culturas que promovem ideias e valores diversos dos vividos e pregados por Cristo, é preciso não se deixar abater.


"Às vezes, essas ideias são apresentadas com um grande poder de persuasão, reforçadas pelos media e pelas pressões sociais de grupos hostis à fé cristã. Quando se é jovem e impressionável, é fácil sofrer a influência de outros para que aceitemos ideias e valores que sabemos não serem os que o Senhor quer realmente para nós. Por isso, repito: Não tenhais medo; antes, alegrai-vos do amor que Ele tem por vós; confiai-vos a Ele, respondei ao seu convite a ser seus discípulos, encontrai alimento e ajuda espiritual nos sacramentos da Igreja".


O Papa também disse que, no contexto da sociedade europeia, "os valores evangélicos estão chegando a ser de novo uma contracultura, como acontecia nos tempos de São Paulo".


Por fim, destacou que todo o cristão deve levar a mensagem do Evangelho a todos. "Deus ama a cada pessoa deste mundo, mais ainda, ama a cada pessoa de todas as épocas da história do mundo. Na morte e ressurreição de Jesus, que se faz presente cada vez que celebramos a Missa, Ele oferece a todos a vida em abundância. Como cristãos, somos chamados a manifestar o amor de Deus que inclui a todos. [...] Não tenhais medo de ser amigos íntimos de Cristo".



Itinerário


o Santo Padre Bento XVI deslocou-se de papamóvel para o cais do porto de Kalkara, de onde transferiu-se de barco para o grande Porto de La Valletta, antes da despedida na Nunciatura Apostólica, em Rabat.


O barco do Papa, no qual também se encontrava uma representação de jovens, foi escoltado por uma frota de pequenos barcos típicos das ilhas maltesas.


Após o desembarque, o Santo Padre dirigu-se ao palco para o encontro com os jovens, que começou às 17h15min (hora local), com a saudação do Bispo de Gozo, Dom Mario Grech. Ao final do momento de cantos, leituras e testemunhos dos jovens, o Papa pronunciou seu discurso.

domingo, 18 de abril de 2010

Papa viaja para Malta em abril: saiba mais sobre a Igreja no país

Vatican Information Service


Bento XVI visitará um dos menores países europeus em meados de abril, entre os dias 17 e 18.

A República de Malta, que fica ao Sul da Itália, é composta por um arquipélago formado por cinco ilhas: Malta, Gozo, Comino, Cominotto e Filfla (as duas últimas são ilhotas desabitadas).

O motivo da visita é o 1950º aniversário de naufrágio de São Paulo. A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou alguns dados estatísticos sobre a Igreja Católica no país, referentes a 31 de dezembro de 2008.


População e estrutura eclesiástica
Com uma população aproximada de 443 mil pessoas, cerca de 418 mil são católicas - taxa de 94,4% da população. Há 85 paróquias e duas circunscrições eclesiásticas (divisões territoriais e administrativas da Igreja).


Pessoas engajadas na atividade de apostolado
Até o final do ano passado, havia nove bispos, 453 sacerdotes diocesanos e 400 sacerdotes religiosos, bem como 61 religiosos não sacerdotes, 1.082 religiosos professos, 43 membros leigos de Institutos Seculares e 1.231 catequistas.


Indicadores de cuidado pastoral
Há uma média de 490 católicos por sacerdote, 10 sacerdotes para cada centro pastoral e 26,3 sacerdotes por cada 100 pessoas engajadas na atividade de apostolado.


Vocações sacerdotais
São 269 seminaristas menores e 91 maiores, uma média de 20,56 maiores para cada 100 mil habitantes e 21,78 maiores para cada 100 mil católicos, bem como 10,67 maiores para cada 100 sacerdotes.


Centros de instrução de propriedade ou direito eclesiástico/religioso
Há 80 escolas, incluindo primárias (com 9.024 estudantes), secundárias (8.046 estudantes) e de nível superior (716 estudantes).


Centros caritativos e sociais de propriedade ou direito eclesiástico/religioso
As casas de acolhida para anciãos, inválidos e menores são 24, os orfanatos e berçários são 26. Os concultórios para famílias e outros centros para a proteção da vida somam nove instituições, enquanto os centros especiais de educação ou re-educação social são 24. As outras instituições desse segmento são quatro.

Programação do Papa Bento XVI em Malta

Veja a programação em Malta do Papa Bento XVI

http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/travels/2010/index_malta_po.htm

É nossa relação com o Senhor que nos torna realizados, diz Papa


Da Redação, com Rádio Vaticano


Papa saúda peregrinos na chegada para a Missa na Praça dos Celeiros, na cidade de Floriana, em Malta
"É a nossa relação com o Senhor que fornece a chave da nossa felicidade e da nossa realização humana", disse o Papa Bento XVI na homilia da Missa celebrada na Praça dos Celeiros, na cidade de Floriana, em Malta, neste domingo, 18. O Santo Padre se encontra no país desde a tarde desse sábado.

Diante de 50 mil fiéis, o Papa falou das tradições maltesas e citou os muitos viajantes que passaram por Malta, entre os quais São Paulo, e o caloroso acolhimento dos habitantes da Ilha, que, assim como o Apóstolo, Bento XVI pôde experimentar pessoalmente.

"A riqueza e a variedade da cultura maltesa são um sinal que o seu povo recebeu muito do intercâmbio de dons e hospitalidade com os viajantes provenientes do mar. E é significativo que vocês souberam exercitar o discernimento para melhor individuar o que eles tinham para oferecer", afirmou Bento XVI, exortando a população a continuar a fazer o mesmo.

"Nem tudo o que o mundo propõe hoje merece ser acolhido", advertiu o Pontífice. "Muitas vozes procuram nos convencer a deixar de lado a nossa fé em Deus e na sua Igreja e de escolher, nós mesmos, os valores e as crenças com as quais viver".

Quando isso acontece, acrescentou, devemos nos recordar do episódio do Evangelho de hoje, quando os discípulos, todos pescadores experientes, não consequem pescar sequer um peixe, situação que muda com a presença de Jesus.

"Meus queridos irmãos e irmãs, se depositamos a nossa confiança no Senhor e seguimos os seus ensinamentos, colheremos sempre inúmeros frutos."

A seguir, comentando a primeira leitura da Missa, ou seja, a narração do naufrágio de Paulo na costa de Malta, o Papa destacou a exortação do Apóstolo, quando pede aos tripulantes que depositem sua confiança somente em Deus, em meio às ondas agitadas do mar. A respeito, o Santo Padre afirmou:

"Também nós devemos depositar a nossa confiança somente n'Ele. Tentou-se pensar que a tecnologia avançada de hoje possa responder a todos os nossos desejos e nos salvar dos perigos que nos assediam. Mas não é assim. Em todos os momentos da nossa vida, dependemos totalmente de Deus, no qual vivemos, nos movemos e temos a nossa existência."

Mais do que qualquer carga que possamos levar conosco – acrescentou –, é a nossa relação com o Senhor que fornece a chave da nossa felicidade e da nossa realização humana. E Ele nos chama a uma relação de amor.

Na pergunta que Jesus dirige a Pedro na margem do lago: "Simão, tu me amas?", e na resposta afirmativa de Pedro, se sintetiza o fundamento de todo ministério pastoral na Igreja.

"É o nosso amor pelo Senhor que deve plasmar todos os aspectos da nossa pregação e ensinamento, da celebração dos sacramentos, e o nosso cuidado pelo povo de Deus. É o nosso amor pelo Senhor que nos leva a amar aqueles que Ele ama, e a aceitar com alegria a tarefa de comunicar o seu amor àqueles que servimos."

Dirigindo-se aos malteses, o Papa pede que eles preservem a fé e os valores que lhes foram transmitidos pelo Apóstolo São Paulo, repassando a seus filhos e aos imigrantes e visitantes: "Recordem-se que o intercâmbio de bens entre essas ilhas e o resto do mundo é um processo com dois caminhos. Aquilo que recebem, analisem com cuidado, e o que vocês possuem de valor, saibam compartilhar com os demais".

Por fim, Bento XVI dirigiu uma palavra especial aos sacerdotes, recordando que sua missão é verdadeiramente um serviço à alegria, à alegria de Deus que quer entrar no mundo.

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